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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A opinião de Chaubet


                                                   

 SEMPRE A BEM DO FORCADO
José Barrinha da Cruz, pessoa atenta ao que se passa no nosso meio tauromáquico. Nomeadamente como é compreensível pois também vestiu a jaqueta de ramagens, no tocante aos forcados. Tal facto levou-o a fazer um reparo, sugestão à ANGF. Esta entidade respondeu, sentia-se com certa displicência, certamente após Assembleia Geral, pois o seu Presidente  José Fernando Potier, diz ser apenas um porta voz do que os associados decidem em A.G.  
Segundo Barrinha da Cruz, a ANDT-Associação Nacional Dos Toureiros, pediu uma reunião com o Inspetor Geral das Atividades Culturais, para tratar de assuntos de interesse para a classe que representa. Com oportunidade e razão, sugeria então B.C., que a ANGF-Associação Nacional dos Grupos de Forcados, tivesse iniciativa semelhante. Que pedisse uma reunião à Comissão de Tauromaquia do Conselho Nacional da Cultura, para abordar o caso dos ferros que os cavaleiros tauromáquicos usam na lide dos toiros. Confirmar se no Artº 43º do projeto de regulamento tauromáquico que há onze anos espera homologação,  há alguma alteração que leve a que o risco que os ferros têm para os forcados não seja tão gravoso como, infelizmente, já tem sido.
A esta adequada lembrança de B.C. a ANGF (no comentário vem o nome do Presidente, mas como ele diz que apenas faz o que a A.G. delibera, o que ela determina, o que o manda fazer…), com certa arrogância, revelando falta de memória e denunciando fragilidade ou incompetência respondeu: “não sei se sabe mas a ANGF já fez o trabalho de casa há muito tempo. A Direção da ANGF fez tudo o que estava ao seu alcance para que a utilização de ferros de segurança, fosse implementada tão breve quanto possível”. E se sabe não sei se sabe mas a ANGF já fez o trabalho de casa há muito tempo, não sei se sabe mas a ANGF já fez o trabalho de casa há muito tempo fosse implementada
Ora a ANGF em 2001, dizia na sua declaração de intenções, que iria ser estudado o caso das bandarilhas. Que iria apresentar a situação, com a finalidade de serem usadas em Portugal as bandarilhas à espanhola, protegendo assim os forcados de um perigo acrescido que tantas  vítimas já tem feito. Como se vê a intenção era boa. Foi até a principal razão porque eu, gostando dos forcados como gosto, recebi a notícia da formação da ANGF com euforia. Que, infelizmente, foi substituída por um sentimento de deceção.
A ANGF (não o jovem atrevido e malcriado que diz não saber eu do que falo) diz “já fez o trabalho de casa há muito tempo”. Isto referindo-se à resolução de um assunto a que, na sua declaração de intenções é de primordial importância. Pois passados “ONZE ANOS” o caso não está resolvido.
Dificuldades com os cavaleiros e alguns grupos de forcados (aqui não percebo eu…) alega. Então a ANGF não é cabeça de cartaz como são os cavaleiros? Não tem  força igual? Para mim até são os forcados que têm mais força. Apesar do valor dos nossos excelentes cavaleiros tauromáquicos, são os forcados que identificam a tourada, a corrida de toiros à portuguesa. Arte de Marialva é uma coisa, rojoneio outra, mas o certo é que são duas formas de tourear a cavalo. Para pegar toiros é que só existem aquelas que os portugueses utilizam.
Tendo o Forcado esta força, a ANGF não  impor a obrigatoriedade das bandarilhas de segurança, é que considero incompetência ou falta de personalidade. O não reconhecimento do próprio valor.
A ANGF é pródiga em vetos. Castigados com eles – espetáculos, grupos de forcados, praças, empresários. Essa autoridade é-lhe dada pelas assembleias gerais que vai realizando. Se há essa união, porque não exigem as bandarilhas à espanhola? Mortes e consequências gravíssimas e irreversíveis de que têm sido responsáveis os ferros espetados nos toiros, justificariam e tornariam compreensível tal imposição. A ANGF recomendava aos seus filiados, a recusa de entrar em espetáculos em que não houvesse a certeza do uso de bandarilhas de segurança. Apreciando dar vetos como aprecia, quem não cumprisse… veto para cima. Neste caso recebidos com simpatia.
Isto está mais comprido do que queria, mas é um tema pelo qual me interesso muito. Não consigo parar. Mesmo que esteja a escrever só para mim, sinto-me bem. Desabafo. Antes de terminar.
A Assembleia Geral da ANGF, em resposta ao José Barrinha da Cruz, diz que o caso dos ferros já está previsto no tal novo regulamento. Como tenho um exemplar, fui consultá-lo. A não ser que a idade já me esteja a perturbar o raciocínio e, como diz o ANGF, já não saiba o que digo, parece-me que na resposta que esta deu a Barrinha da Cruz, no tal “sebastiânico” regulamento, continua a perigosidade desnecessária dos ferros. Parte-se o ferro e ficam 35cm na rês, diz o artigo. Devia era quebrar logo pela parte oposta à ponta. Aliás como já se vê acontecer com alguns cavaleiros. 35cm espetados no dorso do toiro continuam a ser um perigo.
Só me resta pedir compreensão a José Braga da Cruz, por me ter metido num assunto que despoletou, e que não precisa que o defendam por ele. Mas…e o mau génio?
Carlos Patrício Álvares (Chaubet)