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domingo, 29 de maio de 2011

Chaubet, os forcados, os burladeros e claro está... o Campo Pequeno

 Recebi este e-mail do meu amigo Chaubet...Publico porque penso que tem todo o interesse!


 Sei que sou considerado uma espécie de dinaussário dos forcados, Não
pela idade, embora já seja muita, mas pela  ideia  antiquada que tenho
do que é o FORCADO. Essa figura tão portuguesa e tão mal tratada por
aqueles que se propuseram defende-la e prestigiar.  No entanto devo
dizer: para minha satisfação, há no presente, em todos os grupos
rapazes com o espírito de Forcado que eu e tantos outros que fui
conhecendo, interpretámos. Aquele que levou a que o Forcado fosse
considerado os romântico da Festa. Todavia os que há com esse
espírito, não chegam para abastecer as necessidades da quantidade de
grupos existente.
Nós íamos (os antigos), ou vão, (os atuais), pegar toiros por impulso,
pelo desejo de testarmos as nossas  reações  ante  situações
extremas.Era, é, a fruição do risco que a pega de um toiro comporta,
que nos atraia. Sem qualquer outro objetivo que a satisfação pessoal.
Mas este ambiente de virgem sem mácula, alterou-se.
A vida tornou-se mais dura, competitiva, o dar nas vistas a poder ser
valorizado. A exposição que o pegar toiros proporciona, um estímulo.
Começaram a surgir jovens aliciados por essa possibilidade.(a subida
de qualidade dos toiros, também ajudou). Criaram-se associações de
forcados que controlam  os  tradicionais excessos (em tempos tolerados
com certa bonomia, pois  mais não  eram (são) que a descompressão
natural após o stress de uma atuação.
Tal rigor, tal disciplina, dirão, deve-se às exigências que a evolução
da sociedade impôs. Seja. Mas que, na minha”jurássica” forma de ver,
condiciona o que de mais bonito o Forcado tinha -- "a liberdade, o
improviso, a alegria, a exuberância", é uma verdade.
Foi até criada a Associação Nacional dos Grupos de Forcados, a ANGF
que diz, no seu estatuto, ter como lema, defender (e,
obviamente,prestigiar) o Forcado Amador. Só que, pelo que sei, por
experiência própria, por ouvir e por observar, até aqui a ANGF, não
tem atingido totalmente aquilo a que estatutariamente se propôs.
Antes, tem perdido tempo com prepotentes, exageradas e, até,
disparatadas, exigências,que levam a pensar ser o seu fito apenas,
ganhar  protagonismo.
A reticências à entrada de novos grupo. Vetos a empresas, grupos e
empresários tauromáquicas, tem-se resumido a sua atuação. A IGAC, que
aceitou a constituição da ANGF com toda a boa vontade, certamente por
desconhecer o exagero deste procedimento, tem aceitado tudo.
Agora chegou ao cúmulo de querer vetar (o veto é imagem de marca) a
primeira praça do país!.O Campo Pequeno! .E, neste caso, não é a razão
que apresenta para tal que conta (aliás, bastante discutível...)
éantes, a arrogância, o atrevimento de tal pretensão (aqui já tem a
IGAC alguma culpa pois, se não tivesse vindo a tolerar todos os
desmandos praticados pela ANGF, esta não teria ousado chegar a tal
exagero).
Recentemente tive a confirmação de que `ANGF, a não ser para exercer o
seu direito de veto, pouco, ou nada, se interessa com as movimentações
dos Forcados.
Por influência da internet, voltei a interessar-me pelo toureio a pé.
Passei a comprar semanalmente  a “6 Toiros 6”. Revista espanhola
aliás, lida por muitos portugueses, possivelmente alguns fazendo parte
da ANGF. A desagradável e insólita surpresa é que, ao ler a
constituição dos cartéis das corridas que se realizam em Portugal,
constatei que não vinham anunciados em qualquer deles, grupos de
forcados. Será para os depreciar?
Que os responsáveis pela revista, espanhóis sem qualquer ligação às
nossas tradições e valores, tenham esse lapso ou atitude, ainda se
pode entender. Agora que a ANGF, tendo conhecimento desta situação,
nada faça para a resolver, é que custa a aceitar.
Por último, a Comissão Executiva do Monumento ao Forcado, quando a
ANGF se formou, teve o cuidado de lhe dar conhecimento da sua
intenção. Também deu conhecimento da mesma, a todos os grupos de
forcados. Só se pedia colaboração para iniciativas que viessem a ser
tomadas afim de se conseguir obter o financiamento da obra.
A ANGF não deu qualquer resposta. Presumivelmente a seu mando, os
grupos de forcados nela filiados, obedientemente, fizeram o
mesmo.(isto apesar de se tratar da construção de um MONUMENTO AO
FORCADO, na capital do País, junto à nossa principal praça de toiros.
Não iria (ou não irá – Forcado dificilmente se rende), tal projeto
prestigiar o Forcado, não representa a homenagem que merece?
É a altura dos Forcados encararem o procedimento da ANGF com
seriedade, profundidade e sem compadrio. Levarem a IGAC a reparar com
atenção no que se está a passar. (é altura de se virar o feitiço
contra o feiticeiro. De ser a ANGF a levar com o veto)
Conheço os que fazem parte dos corpos gerentes da ANGF. Tenho de
alguns a melhor impressão. Como pessoas e como FORCADOS e
aficionados.Custa-me por isso compreender como foram cair numa
armadilha destas.
VETAR O CAMPO PEQUENO??? ENVIAR-LHE UMA MOÇÃO DE CENSURA???

(cá está o síndrome do veto a manifestar-se)

È de um pretensiosismo, de uma falta de censo que não tem classificação.

Carlos Patrício Álvares
Chaubet