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domingo, 4 de dezembro de 2011
Agora é a vez de Chaubet!
No site somos-antitouradas@gmail.com-foram publicados uns versos com o título "RELATO DE UM TOIRO "BRAVO" (?) É um queixume contra o tratamento que lhe dão no toureio.
Curiosamente, possivelmente em simultâneo com as lamentações referidas e ouvidas pelo "anti" que as pôs no site, também chegaram ao meu conhecimento manifestações de um toiro. Embora de sentido contrário a
estas. São de um toiro lutador, adulto, que sabe o que quer e o que esperam dele. Avaliemos os dois relatos e respeitemos a opinião de um e outro toiro.
Relato de um Touro Bravo. (do somos-antitouradas já referido)
Sou negro, forte e imponente,
Ao mesmo tempo inocente,
Amigo e natural,
Não percebo porque nos fazem tão mal.
Tradições, não são por vezes cultura,
São espaços no tempo que ficaram por preencher,
Espaços de tortura.
O que os Touros estão a sofrer.
Bandarilhas no meu corpo são espetadas,
Sem piedade ou ternura,
9cm o meu dorso é penetrado,
Estremecendo o meu coração magoado.
Ofegante estou, por tanto correr,
As minhas patas estão cansadas e são o meu suporte,
Bandarilhas caem a ferver.
A adrenalina leva-me para a morte.
Vejo os olhos raivosos de quem não ama,
Cheios de ódio e agonia.
Vingam-se em mim, sem dar razão.
Como conseguem tal rebeldia?
O areoso chão da praça semi vazia,
Ganha uma cor para mim antes desconhecida.
Uma cor encarnada escurecida,
Nos meus olhos ela é reflectida.
Penso porque terei aquele fim,
Tão desprezível e humilhante,
A minha dor, a dor …
Está cada vez mais sufocante.
Sinto o sabor do sangue,
Que me sai pela boca fora,
Desisto deste massacre,
Prefiro morrer,
Ir embora.
RELATO DE UM TOIRO "REALMENTE" BRAVO (relato ouvido por mim)
Sou negro, forte e imponente,
Ao mesmo tempo inocente,
Amigo e natural,
Sei que me admiram
Não me querem fazer mal.
Tradições são cultura,
Não são espaços de tortura.
Para me animar bandarilhas
São no meu corpo espetadas.
Com certo cuidado e ternura,
Meu dorso é penetrado,
Estremecendo meu coração excitado.
Ansioso estou, pronto a correr,
As minhas patas calejadas dão o mote.
Bandarilhas fazem meu corpo ferver,
A adrenalina é o meu suporte.
Vejo olhos dengosos
Cheios de amor e simpatia.
Entro no jogo sabendo a razão,
Sem um assomo de rebeldia.
O areoso chão da praça semi vazia,
Ganha uma cor antes desconhecida.
Uma cor encarnada escurecida,
Nos meus olhos ela é reflectida.
Sei qual será o meu fim,
Glorioso e brilhante,
A minha dor, a dor …
É como a carícia de um amante.
Vivo o calor da luta,
Para ela é que fui criado
Prefiro morrer lutando
Do que como mísero
Boi capado.
(Chaubet)- Opinião