PARA FINANCIAR FAMÍLIAS ARISTOCRÁTICAS!!!
Por aqui vê-se que, ou a nossa aristocracia anda disfarçada,
ou uma asneira destas só pode surgir por ignorância. Vá lá…..pelo menos no
tocante a touradas. Se tal não acontecesse, saberiam que esses espectáculos dão
dinheiro a ganhar a muito mais gente humilde que aos tais aristocratas que
tanto asco lhes dão. “Seis moços que trabalham nos curros. Mais uns tantos
que tratam da arena. Dois, pelo menos, que tratam de embolar os toiros. Meia
dúzia de arrumadores. De 2 a
4 bilheteiros. Dois campinos para conduzirem o gado. Dois representantes da
P.S.P..Um cornetim. Mais de oito bandarilheiros. Um enfermeiro“. Ora entre
esta gente, que vai para a tourada para trabalhar, ganhar dinheiro que faz
falta para sustentar as suas famílias, não acredito que haja algum aristocrata.
O fim das touradas a estes, pouco mal lhes irá fazer. Têm dinheiro para irem
aqui ao lado, à vizinha Espanha, satisfazer o tal desejo de sangue, a
crueldade, a desumanidade de que os anti taurinos os acusam. Para aqueles para
quem uma tourada, representa dinheiro extra que faz falta ao sustento da
família é que é realmente mau.
Mas pronto…sacrificam-se os homens mas salvam-se os toiros.
Satisfazer a raiva, eventualmente, vingarem-se da a inveja que lhes causam, é o
que interessa. Depois, como não vêem as pessoas a sangrar e o passar fome ou
privações que o suplemento auferido numa tourada podia evitar, não é
exteriorizado, ignoram ( ou fingem ignorar) estas consequências.
Indiferentes continuam a reclamar contra as touradas e, descarada e
abusivamente, evocando bons sentimentos.
Fazer o bem a uns, sacrificando outros. É um paradoxo.
Carlos Patrício Álvares (Chaubet).
Foto:D.R.