O meu mundo não é só os toiros.
Tenho vários amigos que estão
ligados à música, grandes executantes, gente que já vendeu milhares de discos,
artistas conceituados da nossa praça e neste momento de crise percorrem o país
em concertos, a ganhar o seu, adaptando-se aos tempos em que vivemos.
Ao passo que os tipos dos bois querem cachet´s que ninguém
pode pagar porque ninguém vai aos toiros por falta de guito, esta gente da música
já se adaptou à crise…
Ao passo que os gajos dos bois vivem noutro mundo, muitos
deles até sem saber quem governa o país, os músicos e os actores estão no
terreno de outra forma.
E a forma de estar na profissão actualmente é a seguinte:
Concertos à bilheteira!
Se estão 20 pessoas o cachet é X, se estiverem mil na sala é
Y e por aí fora.
E estou a falar de grandes nomes, gente que recebe distinções
do Governo no dia de Portugal, não são como os gajos dos bois que não são vistos
nem achados nessas merdas de reconhecimento, nem em cerimónias de Estado.
Estou a falar de pessoas que toda a gente conhece, não estou
a falar de toureiros que só o pessoal do meio taurino conhece…
O que é que o pessoal do boi é a mais?
Enquanto o pessoal do boi pensar como pensa (à grande) a
coisa não funciona.
No Centro de Artes de Portalegre, por exemplo, a política é essa. E essa política não afastou o Herman José de dar o seu espectáculo, os Mão Morta, o Sérgio Godinho, os Fingertips, a Teresa Salgueiro (ex Madredeus), etc, etc.
Estão à espera do quê?
Façam-se à vida!
Foto:D.R.