A Toiros e Cultura entrevistou a ganadera Rita Vaz Cabreira (Ganadaria Vaz Monteiro). Publicamos, com a devida vénia, a mesma entrevista:
T&C – Qual a sua expectativa sobre a corrida do próximo dia 13 nas Caldas?
A
expectativa é de grande responsabilidade, não só presto homenagem ao meu
Avô e também á minha Avó ( que me criaram ) como apresento um Curro de
grande seriedade e trapio, fruto de um trabalho de mais de 20 anos.
T&C – O que espera dos toiros, algum merece destaque especial ou alguma nota particular?
Espero
que os Toiros, todos eles, proporcionem uma lide bastante emotiva, com
bom jogo e com raça. Espero também que de todos possa tirar boa nota,
mas isso veremos no dia …
T&C
– O grande motivo desta iniciativa é uma homenagem ao seu avô, acha que
as pessoas têm consciência que a sua persistência (avô) e linha de
conduta da ganadaria, acabou por preservar um património único
português?
Tenho a
certeza que não têm de todo essa consciência; em 1º há todo um desgaste
económico em todo o trabalho de manutenção, recuperação e melhoramento
da Ganadaria acrescida da perda de rentabilidade por C.N. exploração, em
2º toda a preocupação em termos genéticos de dentro da população Vaz
Monteiro tentar que os elementos consanguíneos entre familias não
aumentem drásticamente com consequências mortais para a preservação
desta casta.
T&C – Esta data será um “renascer” da ganadaria, como encara isso? Que projectos para o futuro?
Acredito
que com esta corrida finalmente posso apresentar o Toiro em tipo do Vaz
Monteiro que eu gostaria de têr na Ganadaria, um Toiro sério, com
nobreza mas com muita raça, sem se deixar entregar completamente mas com
a humildade suficiente para obrigar o toureiro a têr o trabalho de o
levar para onde quer e quando quer.
Quanto
ao futuro a principal preocupação é manter sempre a Ganadaria
genéticamente o mais sã possivel e continuar a manter este Património e
melhorá-lo dentro das suas possibilidades. É de facto um património
nacional único secular, que enquanto puder mantê-lo-ei.