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quarta-feira, 9 de maio de 2012

A não perder no BIO!


MATADORES EM EXCLUSIVO NO BIO
O apaixonante universo tauromáquico e a essência de uma festa milenar, cujos rituais ancestrais sobreviveram até ao século XXI, são mostrados na série “Matadores” de seis episódios, com estreia exclusiva no BIO, dia 21 de maio.

Descobrimos homens que enfrentam a morte. Figuras como Sebastián Palomo Linares, Uceda Leal, Juan José Padilla, Jesulín de Ubrique, Miguel Ángel Perera, Talavante, Enrique Ponce, Javier Conde ou Joselito, e criadores de gado como Victorino Martín, contam-nos como nasce a paixão pela tauromaquia, quem são as mulheres que os acompanham, qual a origem dos rituais tauromáquicos e como se cria o touro de lide. Uma análise exaustiva ao mundo da tourada que também fala do seu impacto na moda, publicidade, nas revistas cor-de-rosa, na arte e no flamenco, sem esquecer a polémica que ameaça o seu futuro.
A partir de dia 21 de maio, todas as segundas-feiras, pode assistir a dois episódios desta série.

O primeiro episódio, “Mamã: Quero ser Toureiro”, dá a conhecer a história de Calerito, um rapaz de 12 anos que vive em Aznalcóllar (Sevilha) e que pegou na sua primeira muleta aos 4 anos e enfrentou o seu primeiro bezerro em público aos 7. É muito desenvencilhado e, graças a ele, a sua aldeia está a ficar famosa. Outras figuras da tauromaquia como Sebastián Palomo Linares, Uceda Leal, Juan José Padilla, Jesulín de Ubrique ou Miguel Ángel Perera contam-nos como começaram. Nem todos vêm de famílias apaixonadas pelas touradas. Toñete, por exemplo, sente essa paixão e só pensa nos touros, mas pode dedicar-se a outros negócios. Os toureiros levantam-se muito cedo, alguns ao amanhecer, como Iván Fandillo. Corre durante uma hora pela sua quinta, toma o pequeno-almoço e faz treinos de tauromaquia, à tarde treina com novilhos no campo.
Os toureiros mudaram muito. Como dizia Ortega y Gasset: “A tourada é um reflexo da sociedade espanhola.”

Juan José Padilla é considerado um herói. Uma horrível colhida recente desfez-lhe a cara e perdeu a visão de um olho. Foniatras e médicos especialistas trabalharam na reabilitação deste toureiro que, em vez de se retirar, luta em contracorrente para reaparecer na mediática Feria de Olivenza.
As mulheres dos toureiros cumprem um papel fundamental. Estrela Morrente diz: “Os toureiros são pessoas com uma necessidade especial de comunicação. É muito importante saber escutá-los.”
O objetivo de todos os toureiros é chegar à glória, a alegria de emocionar um público e sair pela porta grande de uma praça. Como disse Uceda Leal: “Não sei como explicá-lo, porque nunca o senti em outra ocasião” ou Palomo Linares: “Se nascesse mil vezes, teria sido toureiro mil vezes.”

O segundo episódio traz-nos “A magia e os rituais taurinos”. O mistério que rodeia a lide está relacionado com a possibilidade de morrer, que torna alguns dos seus momentos mágicos. Palomo Linares explica
como a sua personalidade mudava quando vestia o traje, quando estava sozinho e em silêncio com o seu moço de espadas ou quando chegava a hora da verdade e saía para a praça. Uceda Leal fala-nos do medo e a ex-ministra Carmen Calvo fala-nos dos antigos rituais religiosos: “O número três é o número de Deus, o que divide a nossa vida na Terra. No ritual da lide o número três é muito importante: três toureiros, três sortes, seis touros, múltiplo de três. O que acontece na praça é o princípio do fim da existência.” A superstição acompanha todos os toureiros e Jesulín, Uceda Leal e Perera contam-nos quais são as suas.
Justo Algaba e Nati são alfaiates que vestem os grandes matadores há mais de 40 anos. Os trajes são muito elaborados, o seu preço oscila entre os 3000 e 10 000 euros e, as suas cores e bordados refletem o estado anímico do matador. Têm de combinar estética com comodidade. As capas e muletas são cada vez mais sofisticadas, ao ponto de chegarem a ser anti-vento!

No dia 28 de maio, às 21h30, o BIO apresenta “A verdadeira história do touro de lide”. Victorino Martín, um criador de gado abre-nos as portas da sua quinta em Coria, para descobrirmos o seu paraíso. Centenas de vacas, garanhões e cavalos vivem neste lugar idílico e são tratados como reis. Os touros de Victorino são conhecidos no mundo inteiro por serem dos mais perigosos, devido à sua morfologia, bravura e casta, de tal forma, que muitos toureiros não se atrevem a enfrentá-los. Alberto Aguilar é um dos valentes matadores que o fazem; acompanhámo-lo e à sua quadrilha até Valencia para o comprovar.
Núñez del Cuvillo é outros dos criadores de gado mais importantes de Espanha. O seu proprietário, Álvaro, seleciona reses bravas há mais de 30 anos. No ano passado, na praça de touros de Maestranza, deixou sobreviver “Arrojado”, um dos seus touros, pela primeira vez na história desta praça. Conheceremos este garanhão que já teve a sua primeira cria.
Para a ex-ministra da cultura Cármen Calvo: “O touro bravo existe, porque a lide existe. O touro é a representação física do sol, desde a cultura persa”.

Além disso, descobrimos como é a vida da quadrilha, em que consiste o seu trabalho e como se relacionam. Assistiremos também a um “tentadero” e a um sorteio de touros nas praças de Olivenza e Valencia.
“Além da arena” será exibido no mesmo dia e mostra-nos que a festa não se limita à arena. As aldeias e cidades onde se fazem corridas de touros transformam-se. Olivenza é uma pequena aldeia da Extremadura, as suas ruas e os seus 10 mil habitantes recebem este fim-de-semana seis mil convidados, vindos de todo o mundo, com ânsia de desfrutar da comida, da bebida e das corridas de touros. Os restaurantes e hotéis de Olivenza e arredores têm reservas com um ano de antecedência.
Máximo, dono de um restaurante e Chema e Carlos, diretores de hotéis, explicam o que esta primeira feira da temporada traz a Olivenza. Personalidades famosas como Ana Rosa Quintana, Carlos Herrera ou Núria Roca nunca perdem esta festa.

A influência taurina chega até às passerelles internacionais. O estilista Caprile imprime um toque tauromáquico nos seus desenhos. Desenhou os trajes de Enrique Ponce e Pepín Liria. Cada vez mais marcas fazem peças e acessórios com inspiração taurina para usar na rua, como bolsas feitas com capas ou jaquetas. Fernando Verdasco mostra-nos um fato de treino da Adidas que é uma jaqueta, que usou quando Espanha venceu a final da Taça Davis. A equipa da seleção espanhola de ténis é patrocinada pela marca Toro Sport. Hoje, a figura do toureiro é utilizada em campanhas publicitárias, como o caso de Cayetano para a Loewe, e as revistas cor-de-rosa perseguem os toureiros mais famosos.

Finalmente, empresários de reconhecidas praças espanholas falam-nos do negócio que gira em torno destas feiras e da quantidade de postos de trabalho que geram. Os fãs de touradas gastam milhares de euros para seguirem os seus ídolos. Há três anos que Cristina Padin acompanha Alejandro Talavante a todas as praças do mundo, tendo já passado pelo México, Colômbia e Equador.
Unidos pelo sentimento e pela tragédia, os toureiros sentem-se atraídos pelo flamenco. E os cantores de flamenco cantam profundamente para o herói na praça. Dia 4 de Junho, às 22h30, no quinto episódio vai ficar a saber tudo sobre a “A Arte, os Touros e o Flamenco”.

Tal como Pitingo, que vem de uma família de toureiros e começa a entoar bolerias a partir da barreira. Estrella Morente explica: “Há uma palavra, uma expressão, que os une e que resume tudo: “olé”. Pepe e Josemi Habichuela (pai e filho) são ciganos e pertencem a uma linha de guitarristas flamencos de várias
gerações. Josemi recorda que também o seu avô foi toureiro. O jornalista Carlos Herrera explica por que motivo a tourada e o flamenco caminharam sempre de mãos dadas. Mas também vários pintores, escritores e atores amaram a arte da tourada, sendo refletida nos seus trabalhos, desde Goya, Picasso ou Dalí, até Hemingway ou Orson Wells.

A época dourada da tourada foi vivida com Manolete ou Luís Miguel Dominguín. Lucía Dominguín, a sua filha, fala-nos deste peculiar e carismático toureiro que deixou loucas atrizes de Hollywood, como Ava Gardner ou Lauren Bacall, e que conviveu com os intelectuais da época. O diretor de cinema Agustín Díaz Yanes, um verdadeiro entusiasta do mundo da tourada, conta-nos que o seu pai foi bandarilheiro e que ele próprio quis ser toureiro, mas faltou-lhe a coragem. O jornalista Matías Prats recorda como o seu pai retransmitiu as corridas da época e como lhe incutiu a paixão pelo mundo da tourada. Josephine Douet é uma fotógrafa de moda francesa que trabalha para as melhores revistas internacionais e que se apaixonou pelo mundo da tourada. O seu passatempo favorito é ir às praças e seguir os grupos, tendo publicado um livro de fotografias sobre Jose Mari Manzanares. Por seu turno, Palomo Linares dedica-se à pintura e Matías Tejera canta fandangos nas arenas.

O último episódio é exibido às 23h00 e fala-nos sobre “Os Touros no século XXI”. Embora os rituais, os trajes e as corridas de touros mantenham a tradição, o mundo da tourada mudou com a sociedade. A maioria dos toureiros atuais tem estudos universitários, falam diferentes línguas, preocupam-se com a moda e estão em contacto com as últimas tecnologias e redes sociais. Por outro lado, o movimento anti-touradas está mais ativo do que nunca e existe uma corrente animalista que se manifesta contra esta festa.
Por seu turno, um grupo de toureiros criou o chamado G10, formado por 10 toureiros que lutam pelos direitos de imagem das corridas transmitidas na televisão. Tal provocou que grandes figuras, como “El Juli”, não apareçam em cartaz esta temporada. Existe uma revolução no mundo da tourada, mas a festa não desaparecerá por força de imposições políticas. Se algum dia deixar de existir, será de forma natural. Entretanto, os toureiros continuam a praticar, no seu mundo, como se não houvesse um fim.

BIO
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Produzido especificamente para o mercado português, o BIO resulta de uma joint-venture entre a Chello Multicanal e a A+E Networks (2005).O canal chega a mais de 90 milhões de espectadores em todo o mundo, com transmissão em mais de 45 países de 10 línguas diferentes.