SIMPATIA ALTAMENTE COMPENSADA
Tenho pelo Grupo de Forcados Amadores de Portalegre grande simpatia, desde
que tive oportunidade de com ele conviver com certa assiduidade, graças a
António José Batista ao tempo, Cabo do grupo.
Foi também ocasião para apreciar a hospitalidade da gente do Alto Alentejo.
Nas casas de António José Batista e na do saudoso e grande aficionado Lourenço Mourato,
de quem não me pude despedir como desejava e devia, fui recebido como família.
Disponibilidade que nunca esquecerei.
Depois, o contacto com os rapazes que faziam parte do GFAP na altura, entre
os quais destaco José Júlio Salgado, um excelente FORCADO e o que mais companhia me
fez. Essa aproximação deu-me oportunidade de verificar o amor que ele tinha
pelo “seu
grupo”. E Luís Mourato tal como o Pai, um apaixonado
pelo GFAP. Porém, todos os outros elementos merecem idêntica apreciação.
Conheço o percurso sinuoso do GFAP
aliás, igual ao dos grupos de forcados alentejanos mais cotados – todos eles, Montemor, Évora, Beja,
devido a incompreensíveis mas violentas lutas internas, tiveram carreiras
acidentadas, com suspensão de atividade por vários anos. O GFAP não fugiu a
essa regra. Ao longo da sua existência, igualmente teve alguns anos de paragem.
Sendo Portalegre um
verdadeiro viveiro de forcados e, dos bons, eram com frequência aliciados pelos
grupos de maior valia e não resistiam. Essa razão porque, por falta de
elementos, se davam tais paragens. (aliás estou a escrever a história do GFAP e,
no meu ponto de vista, a razão porque se concretizam ou, concretizavam, tantas
“deserções”.) Por agora só me quero referir à corrida do dia 30 de
agosto de 2012 no Campo Pequeno.
Fiquei entusiasmado. Vi no Grupo de Forcados Amadores de Portalegre, a
concretização do que me motivou a ser forcado e considero essencial para se ter
êxito - um grupo de amigos que se juntou para pegar toiros. Já vira isso
durante a chefia do António José Batista. Com a ajuda de um conjunto de rapazes
de grande valia, reativou o GFAP e, pelo menos enquanto tive oportunidade de o acompanhar,
com grande sucesso.
Pois nesta noite vi determinação,
saber, poder, conjunto, interajuda oportuna, dada com marcante espírito de
solidariedade e sacrifício. Resumindo: UM GRUPO DE FORCADOS devidamente
estruturado Não admira pois o êxito obtido nessa noite de 30 de agosto de 2012 e
que, segundo me informei, se tem repetido em anteriores exibições. Faço votos que
esta boa qualidade e camaradagem se
mantenha, que o interesse do GFAP seja
sempre posto à frente de querelas pessoais que possam surgir. Para um velho
admirador do FORCADO, é motivo de grande satisfação ver um grupo atuar com o
nível apresentado pelo GFAP no Campo Pequeno.
Através da grande pega de Nelson Batista o GFAP ganhou, com toda a justiça
o prémio estabelecido para a melhor pega. Todavia, se esta ganhou, a do cabo
Francisco Paralta que, à antiga, foi a primeira do seu grupo e a de Ricardo
Almeida, não lhe ficaram atrás. Mas merecia mais. Aí funcionou a ignorância do
público e o comportamento correto mas demasiado modesto do cabo Francisco
Peralta. O GFAP deveria ter sido premiado com a volta à praça. O público não se lembrava de
a conceder. Por ser justa, poderia ter tomado a iniciativa de a encetar,
chamando-lhe assim a atenção. Tenho a certeza de que, naquela noite ninguém
levaria a mal e seria ovacionado. Aliás, há pouco tempo, o cabo de um dos
grupos mais afamados que temos, por considerar que o seu grupo deveria ser
premiado dessa forma (com toda a razão, diga-se) fez precisamente
isso. E a verdade é que não li qualquer censura a tal atitude. Só eu, que sou
do passado, a estranhei um pouco mas, já me vou habituando a estas modernices.
Que, no caso do GFAP, foi uma pena não terem aproveitado.
Mais uma vez parabéns e que o GRUPO DE FORCADOS AMADORES DE PORTALEGRE,
mantenha o bom ambiente que possui e continue a somar êxitos.
Carlos Patrício Álvares
(Chaubet)