João Moura Jr está um Senhor Toureiro
Miguel Moura a garantia da saga mourista!
Apoteose! Três Mouras, três histórias de triunfo!
Lamentamos informar todos aqueles que afirmam que o
cavaleiro João Moura está acabado,
velho e cansado, mas o Mestre de Monforte está
para durar e para triunfar, como se tivesse agora 18 anos.
João Moura continua a ser um caso, uma figura única e de
relevo, tendo provado isso mesmo na "encerrona”
de Sábado em Elvas, perante um público fiel, conhecedor das regras do
toureio e orgulhoso de uma trajectória com 35
anos de alternativa e muitos outros também de glória.
Moura, o homem que encantou Madrid e outras praças do mundo
taurino, não lidou seis, mas sim sete
toiros, tendo espalhado arte, maestria, temple e imprimido uma brega bem
típica e única com o selo da casa.
Os ferros com batida ao píton contrário, as piruetas e dois
cavalos, um com ferro Inácio Ramos e
outro com ferro de Pablo Hermoso de
Mendonza, foram também estrelas numa corrida de sentimentos.
Lidaram-se quatro toiros de Romão Tenório que cumpriram e três de Inácio Ramos irregulares no campo da bravura.
Mexendo nos toiros como só ele sabe e encontrando espaços e
terrenos também só onde ele sabe para deixar a ferragem, Moura repartiu as
lides a partir dos curtos com os seus filhos, João Moura Jr no quarto toiro e com Miguel Moura no quinto toiro.
Um verdadeiro vendaval de emoções e de arte, uma escola com
uma única lição: Triunfar!
A lide do sobrero
foi repartida também a partir dos curtos com os filhos, desenvolvendo os três
cavaleiros em praça uma atuação coroada de êxito e de recortes toureiros, onde
não faltaram os palmitos para coroar
a passagem.
Com um público rendido aos encantos dos três ginetes, ficou
ali bem patente que o pai Moura está para durar e os filhos estão ai para
agarrar o futuro e continuar a saga
mourista!
No campo da forcadagem foi bonito assistir a uma selecção de
forcados (antigos e actuais) de valor, comandada por esse valente rabejador de
Santarém, David Romão.
Com elementos dos grupos de Santarém, Montemor, Lisboa, Évora, Portalegre, Tomar, Aposento da
Chamusca, Académicos de Elvas, Monforte, Alter do Chão e Arronches, a selecção esteve brilhante na execução das sortes.
Foram solistas Lourenço
Ribeiro (Santarém), João da Câmara
(Montemor), Paulo Barradas Maurício
(Académicos de Elvas) e Francisco
Montoya (Aposento da Chamusca), todos à primeira, Nuno Toureiro (Monforte) e Ricardo
Almeida (Portalegre) à segunda, tendo sido concretizada à terceira
tentativa uma única pega através do forcado João Oliveira (Tomar).
Ao intervalo a Câmara
de Elvas homenageou João Moura pela passagem dos 35 anos de alternativa,
com o descerrar de uma lápide na entrada principal do Coliseu Comendador Rondão Almeida e, depois, houve também entrega
de lembranças na arena.
Durante o intervalo Manuel
da Câmara, de “Os Marialvas”,
cantou dois fados dedicados a João Moura, onde destacamos o mais recente “O sonho de João Moura”, obra que está
inserida no novo trabalho discográfico do grupo fadista.
Ao longo da tarde João
Moura espalhou brindes pelos céus, familiares, equipa e amigos, fazendo
desta forma uma homenagem a todos aqueles que contribuíram para o seu sucesso.
Uma tarde/noite única, tal como foram as outras encerronas
do toureiro em Santarém e Lisboa.
Uma tarde/noite de glória com a assinatura de um génio, o Menino de Oiro de Monforte.
Dirigiu com muito acerto e competência, esta corrida para
recordar, o delegado técnico tauromáquico Manuel
Gama.
No final, a família Moura foi passeada em ombros pela arena.
Só podia ser!