Tribunal
mantém gestora Paula Resende no Campo Pequeno. Receio da prática de atos de má gestão
justifica decisão do juiz.
Uma trapalhada que merece uma explicação mais aprofundada. Para já o texto publicado este sábado pelo Correio da Manhã a "desmentir" a notícia do dia anterior
Por Hugo
Real (CM)
O Tribunal de 1ª Instância não vai permitir o
regresso das famílias Borges e Goes Ferreira à gestão do Campo Pequeno. Tal
como o CM ontem noticiou, o Tribunal da Relação de Lisboa anulou a decisão de
insolvência da Sociedade Urbana de Reconstrução do Campo Pequeno (SRUCP),
detida por estas famílias, e ordenou o regresso do processo à primeira
instância. Após conhecer esta decisão, apurou o CM, a Opway, que avançou com a
ação de insolvência inicial, solicitou com urgência a nomeação de um
administrador judicial provisório. O juiz concordou e indicou Paula Resende,
que desde fevereiro deste ano está à frente dos destinos do Campo Pequeno, para
assumir essa função. A administradora, sabe o CM, fica com poderes exclusivos
para administrar o património da devedora. Entre as dívidas, por exemplo, a
Opway reclama cinco milhões de euros. Já o BCP terá créditos de aproximadamente
80 milhões. A fundamentação da decisão passa pelo receio da prática de atos de
má gestão e o consequente agravamento da situação económica da sociedade.
Segundo apurou o CM, a Opway acusa a SRUCP de ter elaborado contratos com o
objetivo de dissipar o património da sociedade, através da Sociedade do Campo
Pequeno. Isto quando ainda geria o espaço. Já após ter sido requerida a
insolvência, em 2013, os créditos que a SRUCP tinha no BCP terão sofrido uma
queda acentuada. Em contrapartida, houve um acréscimo na conta da Sociedade do
Campo Pequeno. Em causa estarão ainda pagamentos superiores a 500 mil euros a
uma empresa por assessoria já em 2013.