Bastinhas, na foto com Rui Bento, foi quem mais toureou
NOTA PRÉVIA
Para a elaboração das estatísticas da temporada taurina de 2014, foi adoptada uma nova metodologia de contabilização de espectáculos, com o objectivo de se traçar um retrato rigoroso dos números do setor tauromáquico.
Assim, e ao invés do que sucedeu até agora, com divulgação de números parciais, foram compilados os dados internos do setor fornecidos pela Associação Nacional de Toureiros (ANDT) e a Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide (APCTL), sendo cruzados entre si.
Obtemos assim dados rigorosos e que espelham verdadeiramente a actividade do setor cultural taurino, pois os próprios dados compilados pela Inspeção Geral das Actividades Cultural (IGAC) não retratam cabalmente a realidade taurina, uma vez que esta entidade só contabiliza os espectáculos por si licenciados no continente, estando excluídos os Açores e outros espectáculos tauromáquicos com lide de reses que não carecem de autorização da IGAC.
O critério utilizado para a contabilização dos espectáculos taurinos foi “todo aquele em que existe a lide de pelo menos uma rês brava”, não estando incluídas as tauromaquias populares, como as largadas, touradas à corda, entre outras.
Na elaboração deste resumo estatístico foram usados como fontes os dados da Associação Nacional de Toureiros (ANDT), a Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide (APCTL), a Pordata e o ICA (Instituto do Cinema e Audiovisual).
ANÁLISE DOS DADOS DA TEMPORADA 2014:
Relativamente aos dados da temporada tauromáquica de 2014, verificaram-se em Portugal continental e ilhas 250 espetáculos. Destes, e analisando por tipologia de espetáculo, destacam-se as Corridas de Touros, com 66% do total dos espetáculos realizados.
Analisando a afluência de público às praças, no ano de 2014, registaram-se aproximadamente 454
mil espectadores. Face ao ano de 2013, destaca-se um aumento do número médio de espectadores por espetáculo, em particular nas corridas de touros, passando dos 2145 espectadores em 2013, para os 2240 espectadores em 2014, o que representa um aumento médio de aproximadamente 100 espectadores por corrida.
Comparando estes valores com outros tipo de actividades culturais, como por exemplo o cinema e o teatro, estes últimos ficam a uma grande distância dos números apresentados nas corridas de toiros. A título exemplificativo, o teatro tem um número médio de 126 espectadores por sessão (dados Pordata 2013), enquanto o cinema tem um número médio de 22 espectadores por sessão (dados 2013 Instituto do Cinema e Audiovisual).
Em 2014 foram transmitidas 7 corridas de toiros pela RTP1, um aumento significativo em relação às 3 transmissões de 2013, tendo estas transmissões registado um acumulado de 3 milhões de telespectadores, mostrando a grande adesão dos portugueses a este tipo de espectáculo.
A tauromaquia tem uma expressão nacional com espectáculos de norte a sul do país, passando pelos Açores. Realizaram-se espectáculos taurinos em todos os distritos, com excepção de Vila Real e a Região Autónoma da Madeira.
A cidade com mais espectáculos realizados em 2014 foi Albufeira (foto em baixo), com 22 espectáculos, seguida de Lisboa com 11 espectáculos e Angra do Heroísmo e Vila Franca de Xira com 8 espectáculos. No que
concerne às corridas de toiros, Lisboa liderou com 11 corridas, seguida de Albufeira e Nazaré com 7.
Em relação à percentagem média de ocupação das praças, a região Norte lidera este indicador em Portugal continental com 70% de média de ocupação das praças, o que demonstra a grande popularidade da tauromaquia no norte do país.
Os Açores registam a maior média de ocupação no país com uma média de 73%. Em termos de crescimento deste indicador, destacam-se a região de Lisboa com uma subida de 10%, seguindo-se o Algarve com 6%.
Analisando a média da taxa de ocupação das praças em corridas de touros por distrito, há a destacar os seguintes distritos: em 1.º lugar no ranking Aveiro com uma média de ocupação das praças de 94%, (representando uma subida de 38% face a 2013), em 2.º lugar os distritos de Braga e Guarda, com uma média de ocupação de 83%, , (o que representa uma subida de 26% face a 2013) e Bragança com uma média de ocupação das praças de 79% (o que representa uma subida de 14% face a 2013).
A tauromaquia contribui de forma muito positiva para o saldo da balança comercial (exportações – importações), já que em 2014 as exportações de touros de lide (207) superaram significativamente as importações (33). Em 2013 o valor das exportações foi de 139 touros. Esta variação anual das exportações, representa um aumento de 49%, pelo que este valor é comparável com os melhores resultados de outros sectores de atividade em Portugal no ano de 2014.
O escalafon de actuações de cavaleiros tauromáquicos foi liderado por Joaquim Bastinhas (54 actuações), seguido de Luís Rouxinol (52 actuações) e Sónia Matias (43 actuações). Nuno Casquinha e Paco Velasquez lideram o escalafon dos Matadores de Toiros com 3 actuações cada.
Os Forcados Amadores do Ribatejo, Chefiado na última época por João Machacaz (foto ao lado) lideraram a sua categoria com 26 actuações, seguidos pelos Amadores de Cascais, com 23 actuações, e os Amadores de Vila Franca de Xira com 21. Josué Salvado, com 60 actuações, João Belmonte, com 53, e Ricardo Raimundo, com 52, ocuparam os primeiros postos do escalafon dos bandarilheiros.
Quanto às empresas, o ranking foi liderado pela Touros das Sesmarias com 22 espectáculos organizados, seguida da Sociedade do Campo Pequeno, com 17, e a Aplaudir com 16.
As ganadarias que mais lidaram em Portugal foram a ganadaria Murteira Grave, que lidou 59 toiros, seguida da ganadaria Passanha, com 57, e da Casa Prudêncio, com 43. Contabilizando as corridas lidadas fora de Portugal, o ranking ganadero é liderado pela ganadaria Passanha, com 80 toiros lidados, seguida da ganadaria Murteira Grave, com 59 toiros lidados, e da ganadaria Palha, com 48 toiros lidados.
Os Directores de Corrida com mais corridas dirigidas foram Agostinho Borges, com 36 espectáculos, João Cantinho, com 31 espectáculos, e Rogério Jóia com 29.
Em 2014 ocorreram 17 mudanças de categoria profissional, onde se destacam os novos cavaleiros profissionais Jacobo Botero, Miguel Moura, José Carlos Portugal e Filipe Ferreira.
Fotos:D.R.