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domingo, 26 de abril de 2015

Alter: Quando o risco aparece a festa tem outro sabor (C/Fotos)

Luis Rouxinol esteve em grande plano no seu primeiro
Após uma aparatosa queda, Vítor Ribeiro rubricou grandes ferros no primeiro do seu lote
Miguel Moura a surpresa da tarde. Com ou sem murubes o de Monforte toureia asssim
 Luís Rouxinol num bom momento na lide do quarto da ordem
 Apesar das dores, Ribeiro esteve em grande plano no quinto da ordem
Rumo ao triunfo, Miguel Moura mostrou que lida todos os toiros com o selo típico da Casa Moura


Está provado! Quando os toiros são toiros de verdade a festa tem outro sabor, existe risco e isso só vem ajudar no sentido de engrandecer o espetáculo! Em Alter do Chão o risco marcou presença através do comportamento apresentado pelos imponentes toiros de Vale Sorraia e também pelo risco acrescido que o piso (escorregadio) oferecia. Mas vamos por partes.
Meia hora antes do festejo iniciar caiu uma chuvada que afastou muitas pessoas da corrida que, acabou por acolher, mesmo assim, uma meia casa forte, a rondar os ¾.
Os toiros de Vale Sorraia pediram o BI a Luís Rouxinol, Vítor Ribeiro e Miguel Moura, pois não permitiam erros, sendo algo reservados e “calculistas” no momento de atacar.
Luís Rouxinol “não deixou pensar” o seu primeiro e desenvolveu uma lide serena, com bons ferros, numa arena que oferecia riscos aos cavalos. Geriu bem a matéria e acolheu os justíssimos aplausos.
 No seu segundo foi diferente. Rouxinol esteve algo irregular, a consentir toques nas montadas
quando o toiro carregava um pouco mais, mas cumpriu a função dentro dos seus recursos não tendo, no final, dado volta ao ruedo.
Vítor Ribeiro rubricou nas suas duas lides os ferros da tarde. Com uma entrega imponente, com raça e ofício.
No seu primeiro o cavalo escorregou e Vítor Ribeiro foi vítima de uma queda aparatosa, como aparatoso foi depois a forma como o toiro carregou sobre a montada. O toureiro recolheu à enfermaria e minutos depois, com a dor estampada no rosto, terminou a faena ao toiro de Vale de Sorraia que não ajudou à festa por causa do excesso de capotazos que levou enquanto o toureiro estava na enfermaria. No final da lide do primeiro apenas a quadrilha agradeceu os aplausos.
No seu segundo a raça voltou a estar presente e a lide desenvolvida também ela era merecedora do prémio em disputa. Grandes e vistosos ferros que agradaram ao conclave.
Sobre o estado de saúde de Ribeiro apenas podemos avançar que existem indícios de que possa ter sofrido uma rotura de ligamentos no joelho, sendo hoje observado pelo Dr. Carlos Ferreira, em Lisboa.
Miguel Moura, o mais novo do clã de Monforte, mostrou em Alter que é toureiro para todos os toiros. Murubes, sem serem Murubes, etc, etc…
Esteve em grande nas duas atuações, brilhando principalmente pela forma como rematou as sortes, tendo até a ousadia de colocar uma das suas montadas a “morder” um Vale Sorraia, toiros de uma casta nada dada a essas “modernices”.
No final conquistou com valor o troféu D. José de Athayde para a melhor lide.
No capítulo das pegas os forcados da cara por parte dos Amadores de Montemor e Alter nem sempre estiveram bem e os Vale Sorraia, como sabem, não perdoam erros.
Foram solistas por Montemor os forcados Bissaia Barreto e Manuel Dentinho, ambos à segunda tentativa e João da Câmara ao terceiro intento.
Por Alter do Chão pegaram Diogo Bilé à quarta, João Tita à segunda e Jorge Nagy também à segunda tentativa.
Estava em disputa o troféu Luís Saramago para a melhor pega, tendo o galardão sido atribuído aos Amadores de Alter, através da prestação de João Tita.
Dirigiu esta corrida promovida pela JC Toiros de Jorge de Carvalho o competente delegado Agostinho Borges, assessorado pelo veterinário João Pedro Candeias.