Após uma aparatosa queda, Vítor Ribeiro rubricou grandes ferros no primeiro do seu lote
Luís Rouxinol num bom momento na lide do quarto da ordem
Apesar das dores, Ribeiro esteve em grande plano no quinto da ordem
Rumo ao triunfo, Miguel Moura mostrou que lida todos os toiros com o selo típico da Casa Moura
Está
provado! Quando os toiros são toiros de verdade a festa tem outro sabor, existe
risco e isso só vem ajudar no sentido de engrandecer o espetáculo! Em Alter do
Chão o risco marcou presença através do comportamento apresentado pelos
imponentes toiros de Vale Sorraia e também pelo risco acrescido que o piso
(escorregadio) oferecia. Mas vamos por partes.
Meia
hora antes do festejo iniciar caiu uma chuvada que afastou muitas pessoas da
corrida que, acabou por acolher, mesmo assim, uma meia casa forte, a rondar os ¾.
Os
toiros de Vale Sorraia pediram o BI a Luís Rouxinol, Vítor Ribeiro e Miguel
Moura, pois não permitiam erros, sendo algo reservados e “calculistas” no
momento de atacar.
Luís
Rouxinol “não deixou pensar” o seu primeiro e desenvolveu uma lide serena, com
bons ferros, numa arena que oferecia riscos aos cavalos. Geriu bem a matéria e
acolheu os justíssimos aplausos.
No seu segundo foi diferente. Rouxinol esteve algo
irregular, a consentir toques nas montadas
quando o toiro carregava um pouco
mais, mas cumpriu a função dentro dos seus recursos não tendo, no final, dado
volta ao ruedo.
Vítor
Ribeiro rubricou nas suas duas lides os ferros da tarde. Com uma entrega imponente,
com raça e ofício.
No
seu primeiro o cavalo escorregou e Vítor Ribeiro foi vítima de uma queda
aparatosa, como aparatoso foi depois a forma como o toiro carregou sobre a
montada. O toureiro recolheu à enfermaria e minutos depois, com a dor estampada
no rosto, terminou a faena ao toiro de Vale de Sorraia que não ajudou à festa
por causa do excesso de capotazos que levou enquanto o toureiro estava na
enfermaria. No final da lide do primeiro apenas a quadrilha agradeceu os
aplausos.
No
seu segundo a raça voltou a estar presente e a lide desenvolvida também ela era
merecedora do prémio em disputa. Grandes e vistosos ferros que agradaram ao
conclave.
Sobre
o estado de saúde de Ribeiro apenas podemos avançar que existem indícios de que
possa ter sofrido uma rotura de ligamentos no joelho, sendo hoje observado pelo
Dr. Carlos Ferreira, em Lisboa.
Miguel
Moura, o mais novo do clã de Monforte, mostrou em Alter que é toureiro para
todos os toiros. Murubes, sem serem Murubes, etc, etc…
Esteve
em grande nas duas atuações, brilhando principalmente pela forma como rematou
as sortes, tendo até a ousadia de colocar uma das suas montadas a “morder” um
Vale Sorraia, toiros de uma casta nada dada a essas “modernices”.
No
final conquistou com valor o troféu D. José de Athayde para a melhor lide.
No
capítulo das pegas os forcados da cara por parte dos Amadores de Montemor e
Alter nem sempre estiveram bem e os Vale Sorraia, como sabem, não perdoam
erros.
Foram
solistas por Montemor os forcados Bissaia Barreto e Manuel Dentinho, ambos à
segunda tentativa e João da Câmara ao terceiro intento.
Por
Alter do Chão pegaram Diogo Bilé à quarta, João Tita à segunda e Jorge Nagy
também à segunda tentativa.
Estava
em disputa o troféu Luís Saramago para a melhor pega, tendo o galardão sido atribuído
aos Amadores de Alter, através da prestação de João Tita.
Dirigiu
esta corrida promovida pela JC Toiros de Jorge de Carvalho o competente
delegado Agostinho Borges, assessorado pelo veterinário João Pedro Candeias.