Carlos Anjos em Santarém com ex presidente da Câmara de Portalegre, Mata Cáceres
Em Agosto de 2010, um grupo de amigos, quase todos aficionados, reagindo a uma ofensiva de uns quantos que queriam acabar com a Festa Brava, entendeu que tinha de reagir a mais essa ofensiva. Dessas conversas nasceu a ideia que viria a ser materializada naquele fim-de-semana histórico para Festa que ocorreu em Outubro de 2010 em Santarém, naquela que foi uma das mais importantes manifestações taurinas alguma vez ocorridas, onde toureiros, ganadeiros, forcados, bandarilheiros, empresários, directores de corrida, apoderados, veterinários, moços de arena, simples aficionados, enfim, todo o povo taurino, juntou-se de forma graciosa e manifestou o seu amor por esta tradição tão portuguesa. Logo ali, alcançamos aquilo que pretendíamos; as 50.000 assinaturas, número nunca antes atingido, num abaixo-assinado em defesa da Festa Brava. Mas o êxito foi tal, que quisemos mais; quisemos chegar ao número mítico das 100.000, e demos como prazo para o conseguir, Julho de 2011. Chegámos lá, e necessitamos de mais 50.000 assinaturas para concretizar o novo número com que sonhamos. A nossa luta não é contra ninguém; é antes uma luta pela liberdade, pela liberdade de podermos continuar a vibrar com as nossas tradições, contra aqueles que de uma forma ditatorial querem impor uma cultura dominante, do politicamente correcto, seja lá isso o que for. Uma luta pela Tolerância, contra a arrogância daqueles que entendem que todos devemos gostar das mesmas coisas, e que bons são apenas os seus gostos e tradições. Por um modelo de cultura que respeite todos os valores de um povo, o Português, sejam eles o futebol, o cinema, o fado, o folclore, as corridas de touros, ou outro qualquer, contra aqueles que entendem que a cultura não é o somatório das vivências de um povo ao longo da sua história, mas sim os seus próprios valores, com os quais muito poucas pessoas se identificam. Defendemos com a posição que tomamos muito mais do que a Festa Brava; defendemos o orgulho na nossa gente, de todos os Portugueses, vivam eles na cidade ou na mais pequena aldeia deste país. Defendemos uma coisa muito simples; o Direito a gostarmos do que entendermos, no respeito pelos outros seres humanos, concedendo-lhe exactamente o mesmo Direito. Não procuramos, nem queremos impor nada a ninguém. Pretendemos apenas, neste país cada vez menos soberano, que pelo menos não nos usurpem as nossas tradições.
É por tudo isso que precisamos de chegar às 150.000 assinaturas. É por isso que temos a certeza que vamos conseguir chegar lá, sem truques e sem mal tratar ninguém. Nunca ninguém viu os bárbaros taurinos, a mal tratar os civilizados anti-taurinos. Nunca ninguém viu os fundamentalistas taurinos a querer impor a sua vontade aos notáveis democráticos anti-taurinos. Nunca ninguém viu os arrogantes mas incultos, campónios e provincianos defensores da festa brava a vilipendiar, a ofender, a ostracizar os cultos citadinos, paladinos na defesa das liberdades, à porta dos recintos onde vão ocorrer os espectáculos de que gostam. Mas nós, já vimos exactamente o contrário muitas vezes. A tudo isso respondemos sempre com tolerância. Nós promovemos e defendemos a Liberdade. Concretizamos o objectivo de chegar às 100.000 E é em defesa dessa Liberdade que perseguimos o sonho de almejar essas 150.000 assinaturas.
Num momento em que perdemos quase tudo, inclusive a soberania, não podemos permitir que nos privem também da nossa cultura, das nossas tradições. Tenhamos em atenção, o lugar onde aqueles que defendem essa supremacia cultural nos trouxeram. Não podemos deixar que isso aconteça! Não vamos deixar isso acontecer.
Carlos Anjos