Praça cheia no Crato, para não dizer quase esgotada, para
assistir a uma corrida agradável no arranque da feira de artesanato e
gastronomia daquela vila alentejana.
Se nos próximos dias vão passar pelo Crato os maiores nomes
da música a nível mundial, também pela praça de toiros passaram grandes nomes
da tauromaquia à mesma escala.
Perante um curro muito bem apresentado de Pontes Dias, com
cinco anos, mas irregulares no campo da bravura, estiveram em praça Joaquim
Bastinhas, Marcos Bastinhas e Jacobo Botero. Forcados do
Ribatejo, Alter e Monforte.
A primeira parte foi morna, destacando-se o toiro lidado por
Joaquim Bastinhas e pela forma como o veterano cavaleiro andou com o oponente,
cravando-lhe bons ferros curtos e a rematar a lide com um palmito e um belo par
de bandarilhas.
No seu segundo, mais uma vez a gosto, Bastinhas esteve muito
bem perante o mais bravo da corrida, dando-lhe uma lide bastante ligada, com um
público entregue ao toureiro.
O oponente regressou ao campo para ser tentado. Durante a
lide demonstrou falta de força, mas deu-nos a entender que havia por ali
qualquer problema físico que condicionava a sua mobilidade. Um toiro para
recordar!
Em resumo, Bastinhas teve por diante o melhor lote e soube
aproveitar esse mesmo factor
Marcos Bastinhas deixou no seu primeiro um par de
bandarilhas de arrepiar, a um toiro que pedia tábuas e cedo se rachou. O de
Elvas triunfou forte, depois, no seu segundo, com ferros emotivos, com cites de
largo e a entrar pelo toiro a dentro. Umas vezes tomava o ginete a primazia,
outras, o toiro, mas o que é certo, é que assistimos a grandes momentos
protagonizados por um cavaleiro que está num grande momento e que terminou a
sua passagem pelo Crato com um bom par de bandarilhas.
Jacobo Botero é um caso. O jovem colombiano também não teve
oponente a altura na primeira parte do festejo, mesmo assim destacamos dois
curtos de grande valor nos médios.
No seu segundo toiro a música foi outra. Assistimos a uma
atuação mais ao nível de Jacobo Botero.
Um comprido à tira de
belo efeito, dois curtos de grande nota nos médios, um bom violino e um palmito
a rematar, perante grandes ovações.
Segunda parte de luxo para a terna!
No campo da forcadagem a noite nem sempre foi calma.
Pelos Amadores do Ribatejo foram solistas Francisco Mansidão
à quarta tentativa e João Oliveira à primeira.
Por Alter pegaram Elias Santos ao segundo intento e Nagy
Jorge numa rija pega à primeira tentativa.
Os Amadores de Monforte lançaram Vítor Carreiras que
concretizou à primeira e, depois, Pedro Peixoto que após duas tentativas
recolheu à enfermaria. A pega foi concretizada logo de seguida por Dinis
Pacheco.
O município do Crato homenageou ao intervalo o cavaleiro
Joaquim Bastinhas pelos seus 25 anos de alternativa e entregou a todos os
artistas um bonito quadro com o cartaz da inauguração da praça de toiros em
1930. Um documento único e de interesse.
Dirigiu o agradável festejo Rogério Joia por terras do Prior
do Crato.