A corrida de homenagem ao saudoso José Maria Cortes, este Domingo, em Montemor, e de “tomada de posse” do novo cabo do grupo
da terra, António Vacas de Carvalho,
ficou marcada por uma grande actuação de João
Moura Caetano que no final da lide deu duas merecidas voltas ao ruedo e uma
outra enorme actuação recheada de tourearia de Vítor Ribeiro.
Perante casa cheia lidaram-se seis toiros de Herdeiros de Cunhal Patrício que
cumpriram na generalidade, tendo o ganadero
recolhido os aplausos após a lide do quinto da tarde.
Luís Rouxinol era
o primeiro a entrar em praça, mas o toiro saiu diminuído fisicamente e seguiu-se Francisco Cortes, cabendo a lide do sobrero a Luís Rouxinol que
desta forma fechou a corrida.
Cortes andou alegre e mexeu com o toiro, deixando boas
bandarilhas curtas, rematando a sua passagem com um palmito de boa nota e
“brindado” à empresa Campo e Praça que estava entre barreiras e com a seguinte
mensagem (passamos a citar): “Para esta bela empresa que deu a corrida na minha
terra (Estremoz) e não me contratou”…Coisas da festa.
Ironia à parte, seguiu-se em praça Vítor
Ribeiro que deixou dois ferros de estalo a provocar o
toiro e a atacá-lo, estando este encostado a tábuas, vindo depois no momento do
ferro a revelar-se com génio e a beijar a casaca. Boa brega e bons remates das
sortes marcaram também a sua passagem.
António Maria Brito
Paes também esteve muito correto em Montemor. Nos compridos esteve em bom plano, nos curtos
elegeu terrenos, também cravou a sesgo e imprimiu uma boa brega, mas foi nos
ladeios o seu melhor no que toca aos pormenores.
João Moura Caetano
armou o taco com o cavalo Temperamento!
Uma lide de sonho que rendeu duas voltas ao ruedo com o
forcado João Caldeira que se
despediu esta tarde (foto ao lado).
Atacando o toiro que investia pronto, Caetano pisou terrenos
de risco, deixando a ferragem da ordem sob fortes ovações. Na brega também deu
que falar, pois quem tem um cavalo como o Temperamento…tem tudo!
Seguiu-se o toureiro da terra, Manuel Vacas de Carvalho, que foi á porta gaiola receber o
oponente, tendo desenvolvido uma lide de menos a mais, terminando a sua
passagem com dois soberbos violinos e um palmito de grande nota. O público
acarinhou bastante o jovem praticante.
Fechou a tarde Luís
Rouxinol que lidou então o sobrero de forma limpa, guerreira e correta. À
Rouxinol!
Uma lide sempre a subir e que fica rubricada por um bom
palmo e um soberbo par de bandarilhas.
No capítulo das pegas a tarde foi serena e de
glória para o grupo de Montemor, mas também de enorme significado. Em
primeiro pela homenagem ao José Maria, depois pela “tomada de posse” do novo
cabo e pela despedida desse grande forcado que dá pelo nome de João Caldeira.
Foram solistas António
Vacas de Carvalho, João Romão Tavares, Francisco Borges, João Caldeira e
Frederico Caldeira todos ao primeiro intento e Filipe Mendes à segunda
tentativa.
De destacar que João Caldeira deu duas voltas na despedida
com o cavaleiro Moura Caetano e teve ainda chamada aos médios. Um adeus de um
grande forcado!
Destaque ainda para os antigos forcados do grupo que se
fardaram e entraram em ação e para os campinos
e cabrestos da casa Cunhal Patrício que
são de excelência!
Dirigiu esta corrida de glória e emoções fortes o antigo
forcado montemorense Agostinho Borges, assessorado
por Feliciano Reis, também antiga glória
do grupo.
José Henriques foi
o cornetim de serviço neste festejo levado a cabo pela empresa Montemor é Praça Cheia de Paulo Vacas de
Carvalho e Simão Comenda.
Nota: Reportagem fotográfica sobre a homenagem
a José Maria Cortes e cerimónia de tomada de posse do novo cabo do grupo de
Montemor num outro post.