O MENINO ATREVIDO E MALCRIADO
Sou acusado por José Fernando Potier, "de
ter bilhete gratuito, gostar de ser falado, de escrever qualquer coisa. Que
tenho desejo de protagonismo. Acaba,
condescendente, é uma
tristeza". Pois é, digo o mesmo ao ler o atrevimento
deste individuo que só conseguiu ser conhecido após ter ido para presidente da
ANGF. (como pode ter acontecido tal calamidade? Só pode ter sido por
compadrio. Á partida via-se logo que não tinha estrutura para tal lugar) Deve
mesmo ter sido o ser uma pessoa irrelevante que motivou o ser nomeado para
lugar de tanta responsabilidade. Pensavam estarem descansados. Simpático e
educado para os que o nomearam, tipo pobre diabo, pensavam estarem descansados.
Certamente não iria levantar problemas.Todavia existe um velho ditado que por
vezes a vida, mostra o que tem de verdadeiro: “QUERES CONHECER UMA PESSOA,
DÁ-LHE O COMANDO. METE-LHE UMA VARA NA MÃO”.
Consultando a internet, fui ver o que tem sido a atuação da
ANGF sob a sua égide. Apanhado no lugar começou logo a engendrar formas
de sair do semi anonimato em que até aí tinha vivido. A melhor forma de darem
por ele, pensou, era mostrar o poder que obtivera com o cargo.
Não autorizou o Grupo de Forcados da Amareleja a cumprir a
tradição de pegar toiros em pontas em Moura. Nessa mesma A.G. castigou a empresa
taurina, a “Maestranza Lda”.
Sabendo que um grupo não filiado ia pegar a Espanha, a
Atarfe, telefonou para a empresa organizadora dizendo não se responsabilizar pelo
desempenho do grupo. Até aos espanhóis quis mostrar o seu poder…
Repreensão por escrito a um grupo, por ter apresentado um
forcado sem jaqueta e, (ofensa das ofensas) não o ter retirado
da trincheira como a ANGF tinha ordenado.
Repreensão por escrito por não ter respeitado a
antiguidade dos grupos. A zeladora ANGF, considerando, e muito bem,
que a antiguidade é um valor que deve ser respeitado, decidiu repreender o
grupo prevaricador..
Para uma corrida em Pinhal Novo, estavam anunciados três grupos não
filiados na, pretensiosamente toda poderosa, ANGF.
Esta fez tudo para que a corrida não se realizasse. Ora estes grupos, não tendo
corridas em Portugal, são obrigados a ir além fronteiras
para a poderem satisfazer a sua aficion. Acrescentam assim um maior
perigo ao incómodo da deslocação. Nada disto faz a rancorosa
ANGF mudar de atitude.
Um Grupo estava anunciado para uma corrida no Montijo.
Propaganda da corrida na rua. A ANGF viu que um dos grupos atuantes não era
filiado, obrigou o empresário a tirá-lo para poder realizar o espectáculo. O
empresário obedeceu porque, caso não o fizesse, seria vetado. O que iria
prejudicar toda a sua função empresarial. Ora tal decisão, mesmo que justa,
devia ter sido tomada atempadamente antes do empresário ter mandado fazer os
cartazes. Até porque este manda com antecedência para quem de direito, o
projeto do esperáculo. Escusava o empresário de ter gasto mais
dinheiro inutilmente.
Um grupo estava pré selecionado. Uma A.G. decidiu
arbitrariamente vetá-lo, apesar de há três anos ter intensa atividade
tauromáquica. Até convencera a Autarquia a construir uma praça de touros na
terra de que usa o nome.
Houve grupos, existentes antes de ser criada a sentenciosa
Associação, que para nela entrarem, tiveram que se submeter a cumprir as
exigentes regras por ela criadas. E como só por favor entraram.
Para os que se formaram após ter aparecido, criou outra
forma de demonstrar o seu poder, a sua força. Aceite a proposta de entrada, têm
que ser avaliados por uma comissão criada pela ANGF. Sendo aceites, passam à
categoria de “pré aprovados”. Tudo isto manobras não de diversão mas sim de
ostentação. Entretanto, por esta ou por aquela ridícula razão que descobrem,
prepotentes, alguns grupos nem sequer são aceites para avaliação.
Houve um grupo que recebeu do empresário, “menos” do que o
tabelado pela despótica ANGF. Nem o facto do grupo o ter feito por a
corrida ser de beneficência e não ter tido a assistência que se esperava,
abrandou a fúria do carrasco. O grupo, para não dar explicações e para não
humilhar o empresário, declarara ter recebido o que está estabelecido. O
empresário, possivelmente convencido que estava a lidar com pessoas solidárias
e que até apreciariam benevolamente o gesto do grupo, disse a verdade. Pagara
menos 125 euros a menos do que o exigido pela ANGF. Gesto de solidariedade que
para pessoas bem formadas seria de louvar, foi motivo para que o grupo fosse
suspenso dois meses. Atrevera-se a desobedecer e mentir à poderosa ANGF. Delito
de extrema gravidade! Perante tal prepotência e achincalhamento o cabo do grupo
reagiu humanamente, não lhe interessava pertencer a tal associação. Claro que
foi decisão precipitada, Mas, homem de carácter não cedeu. No entanto, para bem
do grupo que estava a ser prejudicado por não estar associado na ANGF, passou o
lugar de cabo. A ANGF, frustrada por não o poder atingir, foi pondo problemas à
reintegração do grupo mesmo após a sua saída. Com a sua tomada de
posição, fora ele que humilhara a ANGF. O que era inadmissível para o ego
deles.
Com tudo isto, uma Associação fundada em 2006, com o
objetivo de beneficiar e promover o Forcado, ainda não conseguiu impor as
bandarilhas de segurança. Assunto que devia ser prioritário na sua atuação,
ainda hoje se mantem sem solução. O que em nada abona a eficiência da gestão de
José Fernando Potier. E os forcados continuam a ser vitimados por elas.
Sempre procurando pretextos para poder mostrar poder, ganhar
visibilidade a ANGF, em consequência das suas descabidas e inusitadas
exigências anda, com frequência envolvida em polémicas que têm que ser
resolvidas pelos tribunais.
Espanta-me é que estas atitudes sejam tomadas em nome da
Assembleia Geral onde, sei, estão pessoas que considero realizadas e
pelas quais tenho simpatia. Que José Fernando Potier as conceba embora
censurando, compreendo. Nunca foi ninguém no meio tauromáquico e esta é a forma
que arranjou de chamar a atenção sobre si. Agora, aqueles que fazem parte da
A.G., e que tiveram comportamento meritório como Forcados, que não precisam de
criar expedientes para serem lembrados, custa-me compreender como admitem
entrar nestes infantis jogos. A vivência dentro de um grupo de forcados, gera
amizades. É verdade. Mas deixar que se sirvam dessa amizade para benefício
pessoal, está errado.
Quanto ao gostar de escrever, acerta J.F.P., mesmo que seja
qualquer coisa insignificante como esta. Já quanto ao protagonismo, é
inconsciência fazer-me tal acusação. Sabe porquê? É que algum protagonismo que
possa ter, nunca o procurei. Foi ganho como consequência natural do meu
procedimento como Forcado e como homem. Não precisei de ser chefe, diretor ou
presidente fosse do que fosse para o obter. E a prova de que o consegui é o
livre trânsito que tenho, o tal bilhete gratuito de que fala. Situação que
J.F.P. nunca podia usufruir, pois foi-me oferecido pelo prestígio e
consideração que alcancei dentro do mundo taurino. Aos mal formados isto faz
ciúme
Acabo utilizando a frase de J.F.P. que, considero, se adequa
a ele e não a mim: É UMA TRISTEZA. Acrescento: MAIS QUANDO ALGUÉM NÂO TEM
CONSCIÊNCIA DAS SUAS LIMITAÇÕES.
Carlos Patrício Álvares (Chaubet)
Nota da redacção: Os artigos de opinião aqui reproduzidos e assinados pelos cronistas são da inteira responsabilidade dos seus autores
Foto:D.R.