A empresa Gestoiro,
de Paulo e Rodrigo Tendeiro, esteve debaixo de fogo na assembleia geral da
Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos (APET) que decorreu na
quinta-feira, no Campo Pequeno, em Lisboa.
Se por um lado a empresa foi absolvida pelos
associados, por outro vê a condenação ser aplicada, ao ser alvo, nos próximos
dias, de uma presumível punição integrada no artigo 47º e seguintes daquela
associação.
Vamos por partes:
Caso Alcácer do Sal
Sobre o caso da praça de Alcácer do Sal, fonte da APET
garantiu ao Diário Taurino que a empresa acabou
por não exibir na assembleia a
documentação relativa à garantia bancária, ao contrário do que uma outra fonte
ligada ao processo tinha garantido ao nosso blog, como ontem noticiamos.
De acordo com a fonte ligada à APET, Paulo Tendeiro, o único
representante da empresa na reunião dos empresários, terá “pedido desculpas”
aos associados pela alegada omissão de dados de um e-mail entregue à APET, onde
apenas tinha sido dado a conhecer aos sócios matéria relativamente ligada à
contratação de grupos de forcados.
A fonte da APET sublinha ainda que o tema económico
(garantias bancárias) foi assim alegadamente omitido, mas, acrescenta que a
mesma questão “não interessava” à APET.
Contactado pelo Diário Taurino, Paulo Pessoa de Carvalho
corroborou com esta versão, sublinhando que, de facto, a questão financeira
“nunca interessou, nem teve qualquer relevância” para a APET.
Sobre este processo a única situação que a APET condena é o
veto por parte da Associação Nacional de Grupos de Forcados (ANGF) a um dos
seus associados.
Chamusca: o regresso à tempestade
Depois de (quase) resolvido o caso Alcácer, surgiu uma nova
polémica, levando os associados “à beira de
um ataque de nervos”, relatou a
mesma fonte.
A empresa Gestoiro, gestora da praça de toiros da Chamusca, terá
supostamente vendido/alugado a data de quinta-feira de Ascensão a uma outra
empresa apontada por diversos setores como uma firma alegadamente ligada ao
empresário António Nunes, empresa essa que não é associada da APET, mas que
poderá fazê-lo até às vésperas do festejo em causa.
Questionado pelos associados sobre quem era quem na nova
empresa da Chamusca, Paulo Tendeiro terá dito numa primeira fase que
“desconhecia” quem seria a empresa que iria promover o evento,
mesmo quando foi supostamente confrontado pelos presentes com uma cópia do
cartaz referente ao festejo.
A fonte da APET relatou ao Diário Taurino que o empresário
alegou que “só na sexta-feira (ontem) é que iria tratar do tema da Chamusca”,
quando em plena assembleia todos os associados constataram que “os cartéis já
estão na rua”.
“Esta situação provocou um mau estar na sala, tanto por
parte da mesa da assembleia, como da direção e ainda por parte de alguns
associados que ficaram revoltados”, disse um empresário ao Diário Taurino.
Questionado sobre esta situação relacionada com a Chamusca,
o presidente da APET, Paulo Pessoa de Carvalho confirmou o sucedido e lamentou
o episódio.
“Confirmo e lamento esta situação”, disse.
ARTIGO 47º da APET
Perante este cenário (Alcácer, mas principalmente sobre o
caso da Chamusca), a APET decidiu por “unanimidade” aplicar à empresa Gestoiro
o artigo 47º e seguintes dos estatutos daquela associação que, entre outras
situações, poderá levar à perda da qualidade de sócio.
DISCIPLINA
Artigo 47º
O poder disciplinar na APET é exercido pela Comissão Directiva de
acordo com o disposto nos Estatutos e em relação aos seus associados e de modo
geral a todos os indivíduos a ela subordinados, que infrinjam as disposições
dos Estatutos ou Regulamentos, não acatem as deliberações legais dos Corpos
Gerentes, cometam ou provoquem actos de indisciplina ou quaisquer outros que
firam os interesses ou a dignidade da APET e dos membros dos seus Corpos
Gerentes no exercício ou por causa das suas funções.
Nota da redação: O Diário Taurino contactou a empresa
Gestoiro no sentido de reagir a esta matéria, mas a mesma escusou-se a prestar
declarações.
Fotos e imagens: D.R