Os toiros de Cary assumiram um papel importante no decorrer da tarde que pouco tem para contar. Serviram para a função o quinto e (principalmente) o sexto da ordem
João Moura Caetano teve por diante o pior lote. Apenas encontrou o seu toureio de arte no último do seu lote. Pelo meio assistimos a rasgos de arte, principalmente com o Temperamento.
João Maria Branco brilhou no último do seu lote. O de Estremoz jogava em casa e aproveitou a última oportunidade que surgiu durante a tarde.
“A montanha pariu um rato”… poderia ser o título da crónica
da corrida de Estremoz, festejo formado por um mano a mano recheado de
expectativa entre João Moura Caetano e João Maria Branco.
Perante um dia de sábado bem bonito, com muito sol, a
renovada praça alentejana registou meia casa e logo aqui começou a desilusão…
Esperava-se mais público, mas…( claro está, tem que existir sempre um mas…).
Adiante!
Como já referimos, as expectativas eram altas e a desilusão
também assim foi…até chegar ao ruedo o quinto toiro, mas vamos por partes, pois
existem determinados detalhes que merecem as respetivas considerações.
Lidaram-se toiros de Manuel Rafael Cary (Herdeiros) na
generalidade a fugir para tábuas, com comportamento algo estranho, sendo que,
por vezes, adiantavam-se às montadas, a provocarem toques, mas de boa
apresentação para a praça de Estremoz.
O primeiro de Caetano nada tinha para oferecer, é certo, mas
os outros poderiam ter “dado mais à festa”, caso não aprendessem a “lição do
engano” tão depressa…
Mas também somos da
opinião que os toureiros poderiam ter contornado um pouco melhor essa situação,
talvez (dizemos nós) mudando com maior assiduidade os terrenos aos toiros…
Assunto discutível!
Para os capotes (que mais uma vez foram em excesso ao longo
da maioria das lides) os toiros eram francos, mas no que diz respeito aos
cavalos o cenário foi um pouco diferente.
No entanto, não desgostámos do quinto toiro e aceitamos com
agrado o sexto da ordem, o melhor do festejo e que Branco aproveitou.
Ao cavaleiro João Moura Caetano coube-lhe em sorte o pior lote.
Assistimos ao longo da tarde a vários rasgos de arte no “Zidane”, no “Sete”, no
“Xispa” e principalmente no “Temperamento”, que mais uma vez mostrou a sua
magistral fibra toureira, tendo o de Monforte exprimido melhor todo o seu
sentimento no último do seu lote (quinto da tarde), podendo assim recriar-se
com temple, recortes e ladeios que chegaram ao conclave.
João Maria Branco esteve na maioria das vezes bem a receber
os oponentes, principalmente o último que foi à porta gaiola.
Tentou agradar ao público da sua terra, tendo rubricado uma
primeira atuação com pouca chama, uma segunda regular e arrancado, com força,
os aplausos no sexto e último da função.
O toiro ofereceu bom jogo e teve por diante um cavalo
chamado “Da Vinci”, ferro Lima Duarte, que ajudou à festa nos terrenos de
compromisso e a atacar o oponente. Valeu-nos esta triunfal lide a fechar a tarde.
De destacar que ambos os toureiros não deram volta nos
primeiros toiros dos seus respetivos lotes, embora a mesma fosse atribuída pela
direção do festejo a cargo de Marco Gomes que ao longo da tarde “deu música” em
excesso.
No capítulo das pegas os toiros empurraram, mas os forcados
resolveram sem problemas a função.
Pelos Amadores de Montijo pegaram Hélio Lopes e João Damásio
ao primeiro intento, por Arronches foram solistas Manuel Cardoso e Fábio Mileu
também à primeira tentativa e pelos de Redondo pegaram Carlos Polme à terceira
e Hugo Figueira à primeira.