O festival taurino hoje realizado em Arronches não foi nada
de especial… Fica marcado por bons momentos de toureio por parte de alguns
cavaleiros e pela qualidade dos amendoins e batatas fritas que eu tive o prazer
de saborear na companhia do meu colega e amigo Hugo Calado.
Iguarias à parte, a tarde de toiros iniciou com uma actuação
de Joaquim Bastinhas cheia de mérito, coroada com um bom par de bandarilhas ao
novilho muito bem apresentado de Francisco Romão Tenório. Bastinhas continua um
senhor, uma figura da festa.
Seguiu-se Marco José que andou atrevido nos compridos, com
raça e querer, perante um Sommer d´Andrade a pedir algumas contas.
Nos curtos esteve irregular nalgumas das sortes que
executou, tendo primado por executar as mesmas de igual forma, a quarteio, tipo
papel químico.
Alberto Conde foi a Arronches para tourear de verdade, mas o
oponente que teve pela frente, também de Sommer d´Andrade, não deixou. Alberto
quis sempre ir de frente, insistiu, mas o oponente atravessava-se no caminho e
as coisas ficaram difíceis…Não escutou música, mas também não enganou o
pagante.
Marcos Bastinhas, que toureou outro Sommer, este valente,
atrevido, arriscado e triunfou. Pena que tenha optado, tal como seu pai, em
trocar de montadas uma série de vezes, situação que arrefecia o público que
estava entregue.
Mexeu com o toiro, mudou constantemente de terrenos e a
sorte sorriu. Boa passagem, coroada com palmitos de mérito.
Tiago Carreiras (lidou outro Sommer) esteve também em bom
plano, principalmente nos curtos, com remates vistosos. Mostrou novas montadas
que podem vir a dar que falar e sacou ainda o famoso “Quirino”, mas o toiro que
tinha pela frente não era um oponente a altura da montada.
No que diz respeito aos cavaleiros fechou a tarde David
Gomes, que tirava a prova de praticante. Aliás, o David foi a grande surpresa
da tarde.
Esteve bem, passou com distinção.
Está toureado, tem
noção daquilo que faz e isso é meio caminho andado. Atenção a este jovem
toureiro.
Na parte apeada esteve em praça, ou melhor não esteve, “Milagros
de Peru”.
Perante um exemplar de Luís Garzon sem classe e com perigo,
a toureira deu dois lances de capote e na muleta nem sequer a primeira tanda…O
novilho metia-se, a toureira ficou em pânico e acabou com a festa, também sem música,
sem nada...
Passagem inglória.
Quanto aos forcados de Azambuja, Arronches e Académicos de
Elvas, a tarde serviu para rodar malta nova que cumpriu a papeleta sem
dificuldades.
Dirigiu o festejo (meia casa) Agostinho Borges, assessorado
pelo Dr. José Guerra.