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sexta-feira, 9 de março de 2012

Prótoiro responde ao Bloco de Esquerda


   
A Federação Prótoiro acusou hoje o BE de “radicalismo” e “ataque à liberdade” ao defender o fim dos apoios públicos aos espetáculos tauromáquicos e a proibição da transmissão televisiva de touradas nos canais do serviço público.
A reação da Prótoiro surge na sequência das declarações feitas hoje pela deputada do BE Catarina Martins, que, em conferência de imprensa no Parlamento, defendeu aquelas duas medidas.
Contactado pela Agência Lusa, Diogo Costa Monteiro, da comissão executiva da Prótoiro, considerou que o BE está a criar um “mito” em redor dos dinheiros públicos alegadamente investidos no setor tauromáquico.
“O mito do financiamento público com que agora se tenta enganar os portugueses não passa mesmo de um mito, pois não existe qualquer programa estatal de apoio à tauromaquia, embora esse programa devesse efetivamente existir”, defendeu.
“Os apoios pontuais dados pelos municípios à tauromaquia mais não são do que um investimento no setor da cultura, que traz para esses concelhos muito mais retorno económico do que os investimentos efetuados noutras áreas culturais”, explicou.
A deputada bloquista referiu que "Portugal tem financiado, seja através de dinheiros comunitários, seja através de orçamento das autarquias e do Orçamento do Estado, espetáculos tauromáquicos" e que, em 2009, o Estado gastou "na ordem de um milhão de euros" com eventos deste tipo.
Catarina Martins criticou que se gaste "bastante dinheiro público para espetáculos destes" e disse que já houve notícias de fundos europeus "para a agricultura e pecuária" que foram utilizados em gastos relacionados com a tauromaquia.
A deputada defendeu ainda a alteração à lei da televisão para impedir a transmissão destes eventos nos canais do serviço público, a bem da "exigência ética" do Estado.
Diogo Costa Monteiro contestou também esta tomada de posição do BE: “Quanto à questão da televisão, a RTP não deve ser um instrumento ideológico, mas sim um canal de divulgação e fomento da cultura, como é o caso da tauromaquia”, afirmou.
“Esta é uma tentativa radical e extremista de impor uma cultura ao invés de respeitar a cultura, identidade e liberdade dos portugueses. A cultura não é de ninguém, é de todos e todos devem ter a liberdade de a viver como é próprio de um Estado de direito democrático”, acrescentou.
Para Diogo Costa Monteiro, as declarações da deputada do BE são “mais uma tentativa de impor uma visão cultural oriunda de movimentos veganos”.
O representante da Prótoiro recordou ainda que, no debate parlamentar que decorreu no dia 19 de janeiro sobre a proibição de corridas de toiros em Portugal, o BE obteve uma “derrota clara”, defendendo agora de forma “dissimulada e cobarde” o fim das touradas e da “liberdade” dos portugueses.

Agência Lusa