Marcos Tenório no ano da consagração
João Maria Branco teve que puxar de tudo para passar neste importante teste. Desafio superado!
A casta portuguesa tem destas coisas e, esta sexta-feira, no
Redondo, perante casa completamente cheia (quase esgotada) os toiros de Vale Sorraia mostraram isso mesmo e
honraram esse historial.
Bem apresentados, com idade e com o tipo de comportamento da
referida casta, andaram para os cavalos com arrancadas bruscas, arreões, a
maioria difíceis no momento de se fixarem para que a sorte fosse desenhada, a
tirarem constantemente a cabeça no momento da pega, principalmente quando tudo
parecia já estar resolvido…enfim, foram aquilo que são e que marca esse
património genético único.
Estes toiros não
querem lá muitos capotes pela frente, coisa que não aconteceu nesta corrida…
Todos os artistas caíram nessa tentação e ao tirar a investida a um toiro que “tem como preferência” ser atacado, as coisas nem sempre correram bem.
Joaquim Bastinhas
foi quem levou a melhor, com um único trunfo que lhe valeu o troféu em disputa:
A maestria, os anos, a experiência e a
sua tranquilidade de uma longa carreira jogam bem com estes factores
adversos e foi isso que se passou, principalmente na primeira lide a um astado
que não se fixava. Terminou com um valente par de bandarilhas e recebeu o
passaporte para o troféu.
No seu segundo andou também em bom plano, mas foi no primeiro
que a “jogada” foi executada e deu a mostrar aos novos como se fazem as coisas.
Marcos Tenório
“Bastinhas Jr” e João Maria Branco são dois jovens que vão dar que falar,
pois têm ganas, vontade de triunfar e de levar a melhor corrida após corrida,
mas falta-lhes ainda a experiência destes momentos mais duros e por isso
sofreram alguns toques, por possuir esse querer, essa ânsia do êxito, mas falta-lhes
ainda o calo de uma vida, principalmente a João Maria Branco.
Mas vamos por partes: Marcos
Tenório andou em bom plano no seu segundo, depois de uma passagem mais
discreta no seu primeiro embora sem comprometer.
No último do seu lote esteve toureiro, foi buscar o toiro à
porta dos curros, aventurou-se, arriscou e deixou bons ferros, terminando em
beleza com um bom par de bandarilhas, sob forte aplauso.
Num ano em que está a chegar ao cimo da dita montanha,
mostrou no Redondo que não está na festa para ser mais um. Marcos veio para ficar e triunfar nesta profissão.
João Maria Branco
talvez tenha toureado a corrida mais complicada após a sua alternativa e, de
certeza, que aprendeu alguma coisa.
No primeiro andou discreto, não escutou musica e, quanto a
mim, poderia ter metido mais “pimenta no cozinhado”.
Se o ingrediente não entrou no primeiro, foi no segundo que
foi aplicado e deu logo frutos.
Recebeu muito bem o toiro no cavalo ferro Pablo Hermoso de
Mendonza e o público logo ficou com ele.
Com o cavalo ferro João Duarte a sua actuação pautou-se pela
regularidade em ritmo crescendo, tendo terminado com dois belos ferros curtos e
conquistado o público.
Se no seu primeiro tem avançado com mais querer e mais
ligação ao oponente, logo no início (tem cavalo de saída para isso), as coisas
poderiam ter sido diferentes e, quem sabe, poderia ter conquistado o troféu
perante o pior toiro do festejo (o terceiro da noite)…quem sabe?
No entanto, passou no
teste, venham outros desafios!
No capítulo das pegas a noite foi mais durinha para os Amadores de Évora, tendo os de Redondo mostrado mais eficácia perante
a dureza e “truques” dos Vale Sorraia.
Houve forcados a recolher à enfermaria e, posteriormente,
para o Hospital de Évora, mas segundo apurámos nada de muito grave se passou.
No final o júri decidiu atribuir o troféu para a melhor lide
(Simão da Veiga Jr.) a Joaquim Bastinhas e o troféu Miguel Capinha Alves a João Madeira, dos Amadores de Évora.
Despediu-se ainda neste festejo o forcado João Luís Rebocho,
dos Amadores de Redondo.
Está de parabéns a Associação Tauromáquica Redondense pelo
sucesso deste festejo.