Moura Caetano mais uma vez exibiu um toureio de classe. Com o Temperamento voltou a pairar o perfume...
Manzanares deu nas vistas principalmente no seu segundo. O toureiro espanhol deixou o recado: "Estou por Portugal para "apertar" e "triunfar"!
A tarde de toiros em Beja foi fria no que diz respeito ao
tempo, mas quentinha no que diz respeito à entrega e ao triunfo por parte dos
três cavaleiros e do grupo de forcados da terra.
Perante meia casa, Joaquim Bastinhas, João Moura Caetano e
Manuel Manzanares entregaram-se de alma e coração, tendo como oponentes um
curro de Cunhal Patrício de grande apresentação, mas irregular de bravura.
Joaquim Bastinhas esteve bem nas bandarilhas, principalmente
na sorte que tem o seu carimbo especial e que o torna diferente: O par de
bandarilhas!
O cavaleiro de Elvas, que este ano assinala 30 anos de
alternativa foi homenageado pela autarquia local e brindou os presentes com
bons momentos de toureio, primando pela mudança de terrenos e preparação das
sortes. Disse adeus a Beja sob fortes aplausos.
João Moura Caetano voltou a brilhar com o cavalo
Temperamento, montada que no segundo toiro armou o taco e permitiu ao cavaleiro
sacar o triunfo. Com ferros que contaram com cites de largo, a oferecer o píton
contrário, Caetano galvanizou o público também pela forma como abordou (ao
ataque) o oponente, tendo rematado a atuação com ferros de palmo no cavalo
Sete.
No seu primeiro o ladear e a distância curta, marcou a sua
passagem, tendo cravado algumas bandarilhas de grande nível no Xispa.
Manuel Manzanares deu nas vistas nos compridos,
principalmente no segundo do seu lote onde andou mais templado.
Se a primeira atuação foi algo brusca, a segunda ficará na
memória dos presentes pela suavidade e qualidade dos ferros cravados ao
oponente, o melhor da tarde.
Manzanares deixou ambiente e, segundo consegui entender,
algo mais tem a dizer à aficion lusitana.
Aliás, fica aqui o desafio: Moura Caetano e Manzanares (no
quito e sexto toiro da corrida) deixaram “apetite” para mais um confronto.
Como são dois toureiros de arte, eu penso que seria “porreiro”
voltar a colocá-los frente a frente…Atenção empresas!
No campo da forcadagem a tarde era de despedidas... Manuel
Almodôvar deixou a chefia da formação alentejana e passou o testemunho a José
Maria Charraz.
O grupo mostrou coesão e nesta tarde foram solistas Manuel
Almodôvar, João Fialho, Ricardo Soares, José Miguel Falcão, José Maria Charraz
e José Miguel Sampaio, sem grandes problemas.
Dirigiu com acerto esta corrida promovida pela Gestoiro, o
taurino Agostinho Borges.