Luís Rouxinol
João Moura Caetano
Manuel Telles Bastos
João Augusto Moura esteve assim de capote!
Cláudio Miguel
E na muleta mostrou que não tem estado parado...
A praça de toiros de Monforte
abriu hoje as suas portas para acolher uma corrida- Concurso de Ganadarias, perante meia casa. O espectáculo não funcionou por culpa dos astados, pois
ou eram brutos, sonsos, sem gás, ou porque isto, ou por aquilo… Não funcionou,
ponto final.
E mais: o festejo demorou uma eternidade. Mais de três horas
e vinte minutos!
No meio disto tudo houve apenas um toiro que brilhou, embora
pequeno de apresentação, aliás pequeno demais para um concurso, mostrou ser
grande em bravura e nobreza.
Falo-vos do toiro de José
Luís Cochicho, magistralmente lidado pelo cavaleiro João Moura Caetano.
Mas vamos por partes: Luís
Rouxinol teve que se encastar para dar a volta ao toiro Núncio (algo irregular de apresentação)
que, deu a entender, era um pouco mal visto. Tinha arrancadas muito tardias,
esperava, atravessava-se ligeiramente no final da lide e foi feio no capote,
exibindo uma boa dose de génio.
No seu segundo esteve à Rouxinol, pois andou valente e
decidido perante um “bisonte” da
ganadaria Lampreia. Desenhou bons
ferros curtos e fechou com um grande par de bandarilhas.
João Moura Caetano
não deu volta no primeiro, talvez por encarar essa volta como ganadero. O toiro
de seu pai, Paulo Caetano, não
serviu, adiantava-se um pouco e não deixou o cavaleiro satisfeito. Mesmo assim
vimos bons ferros ao de Monforte e não compreendemos por que motivo ficou, no
final, entre tábuas.
No seu segundo, o momento alto. O toiro de José Luís Cochicho arrancava-se de
largo de todos os lados, com nobreza, e Moura Caetano aproveitou para desenhar
bonitos recortes, ladear e cravar ferros ao estribo, a aguentar a investida,
com arte e emoção. No Temperamento voltou a desenhar um belo quadro, tendo
assim triunfado.
Manuel Telles Bastos
também teve pela frente duas encomendas e uma só receita para lhes dar a volta:
classe e serenidade.
No seu primeiro, um astado de Manuel Coimbra que media, com sentido e bruto, o cavaleiro
esforçou-se para deixar a ferragem conseguindo alcançar esse objectivo.
No seu segundo, um Canas
Vigouroux que fugia para tábuas e no momento do ferro vinha à casaca, pois
não humilhava, Telles Bastos desenhou uma lide em crescendo. Nota
mais para os ferros cravados em terrenos dos médios.
Mas esta corrida tinha outro atractivo, a reaparição do novilheiro João Augusto Moura que lidou um novilho
da sua ganadaria, Torre de Onofre
(este toiro foi extra concurso).
O astado acabou cedo, mas deu para apreciar bonitas
verónicas e duas boas tandas, numa faena brindada a Luís Vital “Procuna”.
Entre bons derechazos e uma série por naturais, o toureiro, que
queria mais, mostrava-se no final um pouco desiludido com o jogo oferecido pelo
novilho que, pela direita, veio a menos, ficando “muito curto”.
Bandarilharam com eficácia Cláudio Miguel e João Diogo Fera, com Pedro Gonçalves na preparação das sortes.
No campo da forcadagem a tarde foi tranquila para os três
grupos, principalmente para os do Aposento da Chamusca e Monforte.
Pelo Ribatejo
pegaram Rui Godinho à quarta tentativa, João Guerreiro foi dobrado após uma
tentativa pelo cabo João Machacaz que concretizou ao primeiro intento.
António Melara Dias e Francisco Souto Barreiros pegaram
ambos à primeira os dois toiros do Aposento
da Chamusca.
Pelo grupo de Monforte
foram solistas os forcados Nuno Toureiro à segunda e Dinis Pacheco à primeira.
O júri constituído pelos ganaderos/representantes decidiu
atribuir o troféu bravura à
ganadaria de José Luís Cochicho e o
de apresentação à ganadaria Lampreia.
Dirigiu esta longa e pouco emocionante corrida de toiros o
Senhor Lourenço Luzio.