O beijo da paz na arena do Campo Pequeno
Os momentos de oiro vividos por Diego Ventura em Lisboa
Dois momentos da sua triunfal passagem pelo Campo Pequeno
Luís Rouxinol não foi a Lisboa para ver Ventura. Foi para triunfar!
Filipe Gonçalves encontrou-se no seu segundo
Diego Ventura fez esta quinta-feira as pazes com a aficion
de Lisboa. Após uma passagem mais atribulada no decorrer da corrida de
alternativa de Jacobo Botero (lembram-se?), o luso-espanhol esteve em grande,
principalmente no segundo do seu lote, perante ¾ de casa.
Comecemos por falar dos toiros de Cunhal Patrício que saíram
à arena do Campo Pequeno bem apresentados, rematados e a oferecerem bom jogo
aos toureiros. Logo aqui mais do que
meio caminho andado para o sucesso do festejo. Destacamos principalmente o
primeiro de Luís Rouxinol, um toiro de
êxito.
Mas a noite foi, principalmente, de Ventura. Uma lide a
abrir com boa brega e ladeios, com ferragem nem sempre brilhante, para depois,
no seu segundo, deixar o público rendido ao seu rejoneio, à forma como muda os
terrenos, como ataca o oponente e mais uma vez como brega e ladeia com brilho.
O égua “Milagro”
foi sem sombra de dúvidas (principalmente a égua) a “pomba branca” que
transportou Ventura para a paz entre os seus que, ainda no seu primeiro toiro,
lançaram alguns “pitos”, para manter a tradição.
cavalo “Puerta-Grande” e a
De regresso ao segundo do seu lote, diga-se que deu volta
triunfante, acompanhado pelas montadas que contribuíram para o êxito e no final
um beijo “à Papa” na arena sagrada e um gesto
de carinho para o diretor de corrida, Manuel Gama, podendo ler-se nos lábios “tu és dos bons”.
Tudo isto sob o olhar atento de todos os diretores de corrida que estavam
presentes, numa fila algo escondida do setor 7, para ver se voltaria ou não a
registar-se “algum número” menos abonatório…
Recorde-se que durante a última passagem do rejoneador pelo
Campo Pequeno a Associação Tauromáquica
de Diretores de Corrida emitiu um comunicado relatando várias situações
que ocorreram durante o sorteio, acusando Ventura de ser um “ídolo com pés de barros".
Mas a noite ficaria também marcada por duas grandes atuações
de Luís Rouxinol que não foi a Lisboa para ver Ventura, mas sim para triunfar.
Esteve também ele em grande plano, com duas atuações de boa nota, destacando-se
para nós a primeira em que rubricou um palmito de grande nível e um par de
bandarilhas à Rouxinol. Na segunda atuação
os momentos altos viveram-se com a “Viajante”, sendo a ferragem cravada em
curto bastante vistosa. Público também rendido!
Filipe Gonçalves fechava o cartel. No primeiro as coisas não
correram da melhor forma, a consentir vários toques, tendo-se redimido no
último ferro. Filipe acusou a responsabilidade e sentiu o peso do palco que
estava a pisar. Depois, no seu segundo, já “tapou” a primeira atuação e esteve
em bom plano nas bandarilhas, cravando dois bons violinos e adornando-se com o “número”
do equino a bater as palmas para delírio da aficion. Aqui já foi o Filipe que
nós conhecemos, alegre e irreverente!
No capítulo das pegas vai ficar para história os grandes
momentos dos forcados de Santarém e Vila Franca, também eles os grandes
triunfadores do festejo. Seis pegas à primeira tentativa, seis pegas vistosas,
bem ajudadas e a mostrar que estes dois grupos foram, são e serão sempre de primeiríssima
linha.
Pegaram por Santarém Diogo Sepúlveda (cabo), António Taurino
e António Grave de Jesus, que executou um pegão.
Por Vila Franca foram solistas Ricardo Castelo (cabo), Bruno
Casquinha numa bonita pega e Pedro Castelo.
Dirigiu com acerto e competência Manuel Gama.
Nota: Durante as cortesias foi aguardado um minuto de silêncio
em memória de Francisco de Vasconcellos, recentemente falecido.