Tito Semedo foi bastante aplaudido
Ana Batista teve que lutar para levar a água ao seu moinho
João Augusto Moura esteve em bom plano
Pedro Salvador perante a "estátua" que teve por diante
A lide mais aplaudida da noite e a mais notória. Bom toureio de Duarte Pinto perante um grande toiro
Rui Guerra mostrou evolução. Está no bom caminho.
É um problema que afeta há muito tempo os espetáculos
no Coliseu de Elvas e que tem que ser resolvido quanto antes: o piso é impróprio
para consumo!
O excesso de areia condiciona o labor dos toureiros
e montadas, a prestação dos toiros e o trabalho dos bandarilheiros e forcados.
Aquilo não é nada…ou melhor, é um batatal!
No sábado isso ficou mais uma vez provado e quando
os toiros também não têm muita força mais
esta condicionante vem ao de cima.
Do espetáculo que registou uma entrada de público a
rondar a meia casa pouco há dois ou três pontos a destacar.
Rui Salvador, que foi homenageado ao intervalo pela
passagem dos seus 30 anos de alternativa, abriu praça e teve que lutar contra a
mansidão do primeiro dos sete toiros enviados pela divisa de Torre de Onofre,
de João Augusto Moura. Esteve valente como sempre e lá foi cravando a ferragem
com a raça que o caracteriza.
Tito Semedo recebeu à porta gaiola, consentiu alguns
toques na montada ao longo da lide, mas deixou dois bons curtos, rematando a
passagem aplaudida pelo público com um ferro violino por dentro.
Ana Batista mudou constantemente terrenos ao toiro
que se adiantava um pouco e nem sempre as sortes resultaram na perfeição.
Deixou a sua entrega e classe frente ao manso que lhe calhou em sorte.
Após uma longa espera para a colocação de
burladeros, a segunda parte abriu com o novilheiro e ganadero João Augusto
Moura. O novilho da sua divisa tinha qualidade deixando João Augusto rubricar
alguns pormenores no capote e, depois, na muleta. Destacamos uma boa serie de
derechazos e outra por naturais. Bandarilhou com eficiência Fera e Barquinha.
No entanto, temos que dizer que o toiro, com pouca
força, humilhava, mas perante o “pantanal” em que está transformado aquele
ruedo (entenda-se excesso de areia), a coisa ficava mais complicada porque o
astado afocinhava e desta forma perdia-se o brilho das investidas e às series
desenhadas por Augusto Moura.
De regresso aos cavaleiros seguiu-se Pedro Salvador.
O toureiro pouco ou nada conseguiu fazer perante a “estátua” que lhe coube em
sorte. O oponente simplesmente não investia.
Duarte Pinto teve sorte diferente e toureou o mais
bravo da noite chuvosa. O toiro com um galope alegre e a arrancar-se de largo e
dos vários terrenos onde era colocado, proporcionou uma excelente atuação a
Pinto que foi bastante ovacionado.
Após volta triunfal para Pinto, acompanhado pelo
ganadero, João Augusto Moura e pelo forcado, fechou a noite Rui Guerra.
O jovem esteve bem nos curtos, mais desligado nos
compridos. Mostrou no entanto que está mais maduro, com um toureio mais
assente. Gostámos de dois ferros e da sua progressão.
No capítulo das pegas a noite foi tranquila. Cinco
pegas à primeira e uma à segunda marcaram o concurso de pegas.
Por Cascais foram solistas Ventura Doroteia e Carlos
Dias, por Monforte Nuno Toureiro e Pedro Carrilho e pelos Académicos de Elvas
pegaram António Machado (à segunda) e Luís Machado que venceu o troféu em disputa.
Dirigiu com acerto este festejo no coliseu que está
classificado como sendo uma praça de terceira (pasme-se!!!) o competente Dr.
Rogério Joia.