António Telles num grande momento
Manuel Telles Bastos num momento de entrega
AS PEGAS DOS AMADORES DE MONTEMOR
Cerca de meia casa testemunhou em Vila Viçosa a arte, a
entrega e a simpatia de Rodolfo Rodriguez “El Pana”, o “último romântico da
festa”.
Uma pena… pois o festejo foi agradável e merecia mais
público nas bancadas.
“El Pana”, com sessenta e muitos anos, não toureava no nosso
país desde meados dos anos 80 do século passado e em Vila Viçosa brilhou no seu
primeiro, não tendo matéria para grandes luzimentos no seu segundo.
Deu duas voltas (à mexicana… ou seja pela esquerda do
redondel) após a lide do primeiro, beijou o chão, deixou ambiente, tudo isto
sempre acompanhado do seu fiel amigo: o charuto!
Quem viu divertiu-se, quem ficou em casa não sabe o que
perdeu…
No seu segundo nada podia fazer, pois saia solto o astado,
não tinha ligação.
Acompanhou na função e bem os bandarilheiros Pedro Gonçalves
e Fábio Machado que bandarilharam com grande qualidade. Joaquim Ribeiro “El
Cuqui” foi o matador sobressaliente, tendo ainda dado nas vistas de capote, num
bonito quite.
Lidavam-se toiros de Vale do Sorraia e David Ribeiro Telles.
Maestro António Telles abriu a função e passeou a sua classe nos dois do seu
lote, principalmente no seu segundo, um Vale de Sorraia que apertava e que
mereceu lide superior.
Manuel Telles Bastos também se exibiu em grande, levando ao
expoente máximo o seu típico classicismo, deixando ferros como mandam as regras,
sem antes deixar as sortes perfeitamente desenhadas para o efeito.
Antes de tudo acontecer, Carniceirito do México foi
relembrado e homenageado. 67 anos após a sua morte naquela arena, a empresa
exibiu uma placa que vai ser colocada no pátio de quadrilhas para perpetuar a
efeméride.
No campo da forcadagem o grupo de Montemor esteve também em
grande.
Luís Valério à segunda, Pedro Borges e Tiago Telles de
Carvalho numa vistosa pega de cernelha ao primeiro intento, João da Câmara à
segunda e Francisco Barreto à primeira foram os solistas.
Tarde grande em Vila Viçosa com êxitos repartidos, mas
soando os sinos do toureio a pé mais alto, numa grande homenagem ao romantismo.
Dirigiu Agostinho Borges.