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domingo, 17 de maio de 2015

Na arena, os toureiros entram de pé - Por Francisco Morgado

O prestigiado jornalista taurino Francisco Morgado faz hoje o seu debute no Diário Taurino com um bonito e sentido texto de homenagem a António Badajoz, respeitável bandarilheiro, taurino do coração, que recebeu na quinta-feira no Campo Pequeno, em Lisboa o "Galardão Prestígio" atribuido pela empresa. Para nós é uma honra publicar o texto de Francisco Morgado, na certeza que os aficionados vão gostar deste seu testemunho.

Os toureiros são realmente feitos de uma massa especial. Nunca deixam de nos surpreender com as suas reações perante as contrariedades que a sua difícil profissão pode proporcionar e essa circunstância faz com que essa disposição seja para eles uma forma de encarar a vida.
Vem isto a propósito do que assistimos no Campo Pequeno na passada quinta-feira. 
António Pereira
Cipriano por todos os aficionados conhecido por António Badajoz recebeu o Galardão Prestígio outorgado pela empresa de Lisboa, um acto de justiça para aquele que foi o maior e o melhor bandarilheiro português do século XX.
António Badajoz tem agora 85 anos e os seus últimos tempos têm lhe sido muito difíceis. Um longo internamento hospitalar tirou-lhe a capacidade de andar, mas não derrotou a sua vontade de ferro. António não se podia conformar com esta imobilidade e entregou-se com tenacidade à  tarefa de contrariar os males do seu corpo cansado.
Quando foi chamado à arena para receber aquela distinção, recusou a comodidade da cadeira de rodas e avançou pelo seu pé, amparado num aparelho ortopédico.
Quando a ovação foi redonda e de luxo, com o publico unanimemente em pé, inchou o peito como era o seu jeito, ergueu o tronco e saudou de boné em mão e de forma muito templada. Notei no rosto o seu sorriso maroto e um brilho muito vivo nos olhos do velho toureiro.
Ele, que teve tantas tardes e noites de gloria ao serviço dos seus toureiros na arena da velha praça, tinha ali aos seus pés os aficionados do novo Campo Pequeno, voltando, por momentos, a recuar no tempo.
Falei ontem com ele e estava radiante e feliz.
Grande entre os grandes, como diz um amigo comum, há homens que são eternos. António Badajoz, aos oitenta e cinco anos, mostrou como é diferente a massa de que são feitos os toureiros.

Francisco Morgado / Foto Emilio de Jesus