Perante casa cheia, o Nuno teve a homenagem que merecia!
No final todos ficámos felizes por conseguir dar ao Nuno a
bonita soma de mais de 100 mil euros, mas acima de tudo a nossa amizade e
estima. Força, guerreiro!
No que toca à parte artística, confesso que o festival nem
parecia de início de temporada, pois os toureiros obtiveram prestações de bom nível,
mostrando que, durante o Inverno, houve trabalho nas suas “fincas”.
Triunfou Bastinhas, o Joaquim Manuel Carvalho Tenório que ao
longo de 30 anos de alternativa tem sabido alimentar a popularidade, tem
conseguido ser essa “máquina” de cativar novos aficionados, esse génio da
entrega e do saber. Em Lisboa, mais uma vez, não enganou e seguiu o seu trajecto
de êxito perante um Vinhas com cinco anos.
José Luís Cochicho não toureia muito, mas não parece... Esteve
bem perante um Vinhas que cedo foi para tábuas!
Recebeu bem o oponente, bregou, elegeu terrenos em curto e
cravou a ferragem da ordem. Passagem muito agradável.
Fermin Bohórquez, o rejoneador espanhol que entrou no elenco,
também esteve bem perante um toiro da sua divisa. Gostei dos pares de
bandarilhas.
João Salgueiro não sabe passar por Lisboa de forma
despercebida. Triunfou forte, tão forte como os dois ferros de grande poder que
cravou, com o toiro de Passanha a arrancar-se de largo.
De frente deu nas vistas e de frente promete uma temporada
de êxitos. Os olhos de Albino Cacoete, o homem das exclusivas até brilhavam!
Rui Fernandes viajou até Lisboa com outro objectivo, mas teve
que se conformar com o astado de Vinhas que teve por diante.
Reservado e tardio de investida, fez com que Fernandes
puxa-se do seu saber para deixar a ferragem e bons apontamentos. Bons pormenores
de brega nesta actuação que só não foi mais sonora por culpa do toiro, esse
animal que todos amamos e que tudo dá e que tudo tira…
E depois veio o touro da tarde, para uma actuação também
sonora.
Um toiro de David Ribeiro Telles com raça e com o seu qb de
bravura, ofereceu a João Telles Jr grandes momentos e enormes remates das
sortes.
Como a fasquia estava alta, para fechar praça, esteve um
cavaleiro que sonha alto e, de certeza, vai lá chegar.
Miguel Moura lidou um toiro de Francisco Romão Tenório que
se adiantava um pouco no momento da sorte. Os quiebros reinaram com cites de
largo à mistura, numa receita bem típica da Casa Moura que agradou ao conclave.
Nas pegas a tarde foi grande! A selecção capitaneada por José
Manuel Pires da Costa brilhou e sentiu o comando de um cabo “à antiga”.
Foram solistas Pedro Coelho dos Reis (Aposento da Chamusca),
João Machacaz (Ribatejo), António Grave de Jesus (Santarém), Ricardo
Patusco (Vila Franca), Nuno Inácio (Aposento da Moita) na pega da tarde, Tiago
Ribeiro (Aposento da Moita) e João Braga (Montemor).
Todos pegaram ao
primeiro intento, com galhardia, num festejo dirigido por Manuel Gama.
Nota: Recolheram aos currais dois animais que saíram à praça
condicionados, nomeadamente um de Fermin Bohórquez e outro de Paulo Caetano. Decisão
que nos pareceu acertada por parte da direcção do festejo.