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terça-feira, 30 de julho de 2013

Prótoiro emite comunicado sobre reportagem (?) de jornal que não vende 30 mil exemplares



  
Da Prótoiro recebemos este comunicado sobre uma reportagem de um jornal que não chega a vender, diariamente nas bancas, 30 mil exemplares...


O Jornal I publicou hoje uma notícia sobre tauromaquia, com destaque de capa, apresentando o deturpado e enganoso título: “Dias contactos. Touradas continuam a perder espectadores”.
A notícia não só revela vários erros nos dados numéricos apresentados, como deturpa informações, não faz análises representativas… O primeiro problema começa logo pelo facto de, a representar os empresários taurinos, ao invés de ser ouvida a respetiva associação (APET) que poderia fornecer a necessária
informação fundamentada, ter sido ouvido um organizador de corridas que ninguém conhece. Mas percebe-se claramente a razão, pois isso não interessava para o objetivo da notícia, uma vez que esta pretendida causar sensacionalismo bacoco em volta das touradas, atacar a Festa, e criar uma distração, no momento em que o movimento antitaurino já antevê mais uma derrota em Viana do Castelo. O timing foi extraordinário, não fosse o facto de ser tão óbvio e de o produto da notícia ser de manifesta má qualidade.
ERROS E DISTORÇÕES: Vejam-se alguns exemplos:
Diz o texto que “A Protoiro resolveu, sem consultar a autarquia (Viana), agendar uma tourada para a cidade”. Ora a Protoiro ou qualquer outra entidade promotora de espetáculos taurinos, não têm de consultar nenhuma autarquia para decidir organizar uma corrida. Será que o jornalista leu algum dos documentos legais de que fala? Saberá que a declaração de Viana Antitouradas não tem qualquer validade legal, não tendo sido sequer considerada pelo Tribunal Administrativo de Braga, aquando da realização da corrida de 2012 em Viana. Será que o “jornalista” estudou a legislação sobre as corridas de toiros? Claramente não, nem esteve interessado nisso. Preferiu antes inventar uns chavões, revelando ignorância e completa ausência de capacidade analítica.
Os efeitos da crise económica não são surpresa para nenhuma atividade económica em Portugal, nem na Europa, mas o “jornalista” acabou de descobrir que quando uma actividade tiver algum tipo de reduções de espectadores, clientes, essa atividade está a caminho de uma morte. Como se o teatro, o cinema, a dança, os festivais de música, o futebol não tivessem também sofrido reduções de público, tal como os volumes de negócios da esmagadora maioria das empresas portuguesas. Mas o “jornalista” nem se dá ao trabalho de analisar e confrontar dados, cruzar possibilidades de análise, procurando sim, distorcer os dados que apresenta para tentar validar uma tese de que as touradas estão em crise e vão acabar. Pela sua lógica, o teatro, o cinema, até os jornais, a imprensa… o futebol também vão acabar, porque existem menos espectadores e leitores!! Brilhante! Como se a subida e descida de espectadores não tenha que ver com outros fatores de contexto, como a situação de economia.

Foi-lhe dito, num dos contactos realizados, que analisasse os dados dos últimos 20 anos sobre os espectadores das touradas, onde poderia ver claramente a tendência de que o número de corridas varia de acordo com os ciclos económicos, aumentando em tempos de crescimento económico e diminuindo em tempos de crise, como ocorre em qualquer outro sector cultural ou económico, no entanto, o “jornalista” achou por bem ocultar informação e escrever o arranjo que cumpria o seu objetivo. O primarismo da análise só pode remeter para a má-fé, a incompetência total ou texto encomendado, senão os 3.
Nas várias referências documentais que faz, troca constantemente a declaração Viana Antitouradas (de 2009), com o Regulamento Municipal de Espetáculos com Animais (de 2013) que ainda está em consulta pública em Viana, e que não tem qualquer autoridade sobre as touradas.
A sondagem referida na notícia não foi feita em parceria com a Protoiro, mas sim pela Eurosondagem, empresa credível do mercado e com créditos firmados na sua área, a pedido da Protoiro. Onde foi o jornalista inventar tal ideia???
Quando é apresentado um mapa de Portugal com o número de corridas realizadas desde Maio deste ano e as que estão agendadas até Setembro, surgem números verdadeiramente alucinados.

Vejamos alguns exemplos:

Viana: a notícia fala da corrida de Viana mas não a apresenta no mapa (??) dizendo que não existem corridas agendadas para este distrito. Como?
Algarve: já foram dadas corridas no Algarve (Tavira e Albufeira e mais estão agendadas para estas localidades) mas no mapa é mostrado que não foram nem serão dadas corridas no Algarve. (??) O “jornalista” saberá sequer fazer uma pesquisa no Google, já para não falar na possibilidade de se levantar da cadeira e ir falar com a Associação de Toureiros e pedir-lhes os respetivos dados??
No distrito de Setúbal já decorreram mais de meia dúzia de corridas e muitas mais estão agendadas, mas o “jornalista” indica que até setembro só existirão 4 corridas?? Será que Setúbal fica na Lua?
No distrito de Lisboa, é referido que com as corridas que foram dadas desde Maio e as que vão ser dadas até Setembro (inclusive) serão 12. Como?? 12 é o número de corridas agendadas só no Campo Pequeno. E as corridas de Vila Franca Xira, da Malveira, Arruda dos Vinhos…??  Saberá o “jornalista” o que é o distrito de Lisboa?
Dados omissos: A primeira corrida transmitida pela RTP este ano teve quase meio milhão de telespectadores. Não se interessou o jornalista em falar deste número tão “baixo”, porquê?
O “jornalista” sabe, porque lhe foi dito, que as festividades taurinas populares movimentam milhões de pessoas de norte a sul só país, como por exemplo Vila Franca de Xira, onde em 2012 acorreram 250 mil visitantes às festas do Colete Encarnado.
Na sondagem que lhe foi fornecida, realizada pela Eurosondagem, é referido que quase 60% dos portugueses já viram uma tourada ao vivo. Porque não revelou este senhor os dados que lhe foram passados e que fazem um retrato real da tauromaquia em Portugal? Saberá verdadeiramente fazer o seu trabalho e fazer uma peça de verdadeiro jornalismo de investigação. Está claro que não.
Perante esta gritante falta de competência e de manifesta má-fé do Jornal I, a Protoiro vai explicações à direção do Jornal, e exigir o direito de resposta, nos termos da lei, pois as mentiras veiculadas não são admissíveis.
Além disso, decidiu esta Federação e as associações que a compõem, vetarem este Jornal, deixando de agora em diante de lhe prestar qualquer tipo de declarações, tal como convidamos todos os aficionados a boicotarem este jornal, deixando de ser clientes deste órgão de informação que não prestigia o jornalismo, a deontologia e a verdade.

Com este jornalismo sem qualidade, rigor e verdade não temos dúvidas que o Jornal I tem mesmo os dias contados.

PROTOIRO
Em defesa da nossa Cultura, Identidade e Liberdade