O brinde a Rui Fernandes o obreiro da concretização do sonho do menino colombiano
Muito emocionado e feliz. Jacobo Botero não conseguiu esconder as lágrimas no toiro da alternativa. Triunfou e passeou por Lisboa as bandeiras dos países que mais ama: Portugal e Colômbia.
redacção:
Emoção, casa esgota (parabéns mais uma vez à empresa), broncas e olés… Em Lisboa houve de tudo!
A alternativa de Jacobo
Botero, no Campo Pequeno, foi recheada de emoção, lágrimas, alegrias, mas acima de tudo de orgulho.
O menino que um dia eu vi tourear em Alagoa (Portalegre) numa brincadeira taurina já é doutor.
O menino que fez as malas aos 8 anos e partiu da Colômbia para Portugal, para residir e aprender
o ofício com Rui Fernandes, já é doutor.
Jacobo emocionou-se durante a lide do toiro da alternativa e
eu também. Puxa Jacobo, és um HOMEM
como há poucos e ao escrever estas linhas já estou outra vez prontinho para
derramar uma lágrima.
No conjunto das suas duas atuações esteve em bom plano,
principalmente no seu segundo, nas bandarilhas curtas. No toiro da alternativa entrou determinado e cravou à porta gaiola o primeiro ferro da noite.
Depois executou uma
lide em crescendo, mas foi no seu segundo, perante um toiro de António Charrua com som (infelizmente não dava mais por arrastar as
patas (falta de força à mistura) e já vamos falar deste tema que deu bronca
durante a noite) que Jacobo brilhou
bem alto. A Colômbia tem um novo toureiro
e Portugal o orgulho de ter por cá
um menino, um toureiro que apreendeu e adotou a nossa pátria como sua.
Gritos e broncas à
moda de Lisboa
Antes de falar dos êxitos
também alcançados por Rui Fernandes
e Diego Ventura, principalmente na bronca que a direção do festejo (Pedro Reinhardt e o veterinário Carlos Santos)
poderia ter evitado no Campo Pequeno com os toiros de António Charrua, irregulares
de apresentação e escassos de forças.
lide a duo, temos que abordar a
Perante casa esgotada e com um grande esforço para promover
espetáculos de qualidade no sentido de atrair mais público à primeira praça do
país, que bem precisa desse apoio, o bom
senso deveria reinar, mas nem sempre foi assim, infelizmente.
O primeiro toiro de Ventura
estava a ser lidado e de repente toca para ser recolhido... Todos viram que o
toiro tinha saído à praça com problemas (combalido
dos quartos traseiros), mas foi preciso ver a lide chegar a quase a meio para
mandar o toiro para dentro. Resultado: Fomos
para intervalo, uma bronca do outro mundo, toiro considerado lidado,
conforme refere o regulamento. De salientar que este toiro (o mais pequeno de todos) esteve para ser o sobrero, mas durante o sorteio saltou para a ribalta por “obra e graça do espírito santo…”
Após o intervalo, seguiu-se Rui Fernandes e após uns ferros…toiro para dentro!
Nova bronca e tudo
aos gritos…O primeiro toiro que foi para dentro ainda posso fazer um
esforço para perceber a decisão, agora o toiro de Rui Fernandes…Não entendo!
Com bandarilhas nos costados, os toiros, segundo o
regulamento, estão lidados e de repente, após a situação ocorrida com
Fernandes, pairou a ideia que a corrida
seria apenas de quatro toiros…
Com o excesso de zelo
e precipitação por parte da direção do festejo, a situação agudizou-se e provocou reuniões de emergência na trincheira.
Decidiu então a empresa e os toureiros (Ventura e Fernandes), tourear o sobrero
para acalmar as hostes e “salvar” a
noite que era de festa e casa esgotada.
Se não fosse, depois, a grande
lide de Botero (segundo toiro) e a fantástica
lide a duo de Fernandes e Ventura, a noite poderia ter acabado em tragédia. Acreditem!
Para fechar este dossier,
fica a interrogação: O toiro lidado a duo (sobrero) levou ferros e ferros,
galopou, fez tudo e mais alguma coisa a cavaleiros e forcados e estava como
sobrero porquê? Porque era bom, tinha apresentação e tinha força? Coisas desta
festa e de um livro qualquer de tauromaquia que ainda não li…
Fernandes & Ventura,
uma “sociedade” de sucesso
Nos toiros que lidaram a sós ambos os toureiros mostraram bons pormenores de brega, brilharam a
ladear e pela forma como embeberam os
astados nas garupas ao correr das tábuas.
Só não percebi os
motivos que levaram à ausência de música na lide completa e a solo de Ventura,
mas as polémicas já iam tão
avançadas que esta foi apenas mais uma.
No meio toiro que lidaram cada um e quando estavam a começar a galvanizar o público, os
respetivos toiros foram para dentro e ficamos assim…sem saber o que poderia vir a acontecer. Tudo caminhava para o triunfo,
mas…
Na lide a duo, foi um
espanto. Os dois estiveram em grande!
Boa preparação das sortes, bons remates, ferros cravados de
alto a baixo, boa brega, enfim perfeito.
A faena foi rematada
com um palmito de Fernandes e as “célebres”
mordidelas do cavalo Morante, de Ventura,
ao astado de Charrua. Apoteose!
Graças a Deus acabou
bem este espectáculo, após vários sobressaltos.
E os forcados?
No campo da forcadagem a noite foi tranquila para ambos os grupos que pegaram dois toiros cada em
solitário e um repartido, nomeadamente o último, o tal sobrero de bandeira.
Pelos Amadores de
Alcochete foram solistas Vasco Pinto (cabo) e Fernando Quintela, ao primeiro
intento
Francisco Souto
Barreiros à segunda e Francisco Montoya à primeira, foram os solistas pelo
Aposento da Chamusca.
No toiro que pegaram “a meias”, foi cara o forcado de Alcochete Joaquim Quintela
que consumou à segunda.
Ambos os grupos estiveram
bem na primeira praça do país.
Texto e fotos:DT/Redacção