A festa foi dos Amadores de Portalegre. 45 anos de história!
Joaquim Bastinhas teve por diante um verdadeiro boi manso
Francisco Cortes num bom momento. Conquistou o troféu em disputa.
Sónia Matias perante o "bruto" Veiga Teixeira
Moura Caetano brilhou com o temple que o caracteriza
João Maria Branco voltou a estar em grande nível.
Rui Guerra surpreendeu perante o voluntarioso Veiga Teixeira
O cavaleiro Francisco
Cortes venceu, em Portalegre, o troféu “Cláudia
Batista”para a melhor lide, sendo júri deste galardão os Amadores de Portalegre que triunfaram também de forma bem vincada
na noite em que assinalavam 45 anos de
atividade.
Perante meia casa, lidaram-se toiros desiguais de apresentação e de comportamento da divisa Veiga Teixeira. Verdadeiros toiros, sem serem os tais da corda....
Os toiros não facilitaram a vida aos toureiros e nas pregas
empregavam-se bastante, proporcionando grandes momentos graças à pata que
traziam.
De todos os toiros lidados, o pior foi o que coube em sorte
a Joaquim Bastinhas que mostrou
bastante profissionalismo. Nunca
tínhamos visto um toiro assim…
Só partia para os
capotes, para o cavaleiro parecia um boi
manso. Bastinhas andou à roda, de frente, de lado, de todas as maneiras e
feitios e o astado não se arrancava. Só no fim da lide deu um pequeno ar da sua
medíocre graça.
Uma situação estranha
e rara.
Francisco Cortes
imprimiu uma lide alegre, desembaraçada,
com ferros à meia volta, a entrar pelo corredor e cravou dois ferros de frente
como mandam as regras do toureio. O de Estremoz chegou ao vibrante.
público com uma
atuação
Francisco Cortes recebeu, depois, no final da corrida o
troféu “Cláudia Batista” das mãos da
mãe da saudosa Cláudia, Lúcia Batista e na presença de um dos
filhos do cavaleiro.
De sublinhar ainda que Cláudia
Batista era filha do antigo cabo dos
Amadores de Portalegre António José Batista e foi madrinha do grupo durante vários anos.
Para fechar a primeira parte seguiu-se Sónia Matias com um “bruto” de
Veiga Teixeira pela frente. A lide veio de menos a mais, destacando-se um bom ferro curto e um excelente ferro de
palmo a fechar a lide.
Sónia esteve bem nesta passagem pelo Alentejo.
A segunda parte abriu com o temple de Moura Caetano. Bons compridos e uma série de curtos com o
Chispa de nota elevada, com maestria.
A única nota negativa
vai para o toiro que não transmitia tanto como os seus irmãos, o que inviabilizou um toureio mais
tremendista e a passagem com assinatura vincada pela arena de Portalegre dessa
grande montada que dá pelo nome de “Temperamento”.
João Maria Branco
também poderia ter arrecadado o troféu
em disputa. Seria também justo!
O cavaleiro de Estremoz está bastante motivado e esteve bem a receber e cravou uma série de curtos com poder,
com sites de largo e a atacar.
João Maria Branco foi bastante
ovacionado pela sua brega e pela sua
entrega. Era também um sério candidato ao troféu.
Fechou a noite perante o mais pesado da corrida (620 Kg) o praticante Rui Guerra.
Uma agradável surpresa
pela forma e desembaraço como deu a volta ao voluntarioso “Teixeira”.
Rui Guerra esteve francamente
bem, destacando-se na ferragem curta.
No campo da forcadagem a noite foi de glória. Os Amadores de Portalegre que assinalavam
45 anos de atividade e aproveitaram a ocasião para fardar antigos e atuais.
Triunfaram com rijas pegas, perante toiros que empurravam com violência e que pediam ajudas junto às
tábuas.
Alexandre Neves à
terceira, Ricardo Almeida à segunda, Alexandre Lopes, António Cary, Nelson Batista
(fez um pegão) e Francisco Paralta (Cabo) remataram a noite com pegas ao
primeiro intento.
De destacar ainda que registou-se uma lesão com o forcado Guilherme
Caldeira (ajuda) que numa das pegas ficou com uma bandarilha cravada no braço esquerdo (ver outra reportagem aqui no blog), mas felizmente está a recuperar e já se encontra em casa.
Dirigiu com acerto Agostinho
Borges, assessorado pelo veterinário José
Guerra.
O festejo contou ainda com a participação (brilhante!) do
cornetim Nuno Narciso.
E foi assim a primeira de Portalegre, festejo que marcou o
regresso da empresa Toiros e Tauromaquia,
de António Manuel Cardos “Nené” à velhinha praça José Elias Martins.