O Coliseu de Elvas esgotou este Sábado para ver uma grande corrida de toiros, onde todos triunfaram, mas tendo sido João Moura Jr a estrela mais vibrante da noite.
Resumindo ao máximo, era esta a frase que escolhíamos para realçar o que se passou de mais importante na corrida comemorativa dos 50 anos da Delta Cafés - Corrida de homenagem a esse grande Senhor que é o Comendador Rui Nabeiro.
Mas, felizmente, não foram só estes os momentos fortes e de triunfo.
Este cartel inédito trouxe a Elvas um João Moura (Pai) simplesmente de sonho, com uma brega de encantar e o afirmar de um cavalo chamado “Mancha Branca”.
As sortes bem desenhadas com o Merlin e depois com a nova estrela da companhia foram o início de uma grande noite. Para começar tivemos logo que beber um café bem forte, servido pelo Maestro de Monforte…A coisa prometia.
Seguiu-se Joaquim Bastinhas, que foi a Elvas disposto a servir um café (entenda-se lide) daqueles fortíssimos, mas perante o exemplar que lhe coube em sorte, teve que “servir” à aficion um “café curtito”…
Mesmo assim Joaquim Bastinhas esteve vibrante, cravou um ferro a sesgo de antologia, com o par de bandarilhas esteve encantador e depois, com o público rendido ao seu carisma, apeou-se e recolheu uma forte ovação. Bastinhas é Bastinhas!
Num festejo que não deu para dormir, seguiu-se João Moura Jr que serviu uma bica das tais que deixou a malta que esgotava o coliseu excitadíssima…
Perante um manso reservado/encastado que pedia tábuas e só arrancava para o agarrar, o de Monforte arriscou.
Com um toureio de emoção e de ataque (boa brega e ferros ao piton contrário de arrepiar), Moura Jr rematou a sua actuação com umas rosas que ficam bem em qualquer mesa de café.
Marcos Tenório (Bastinhas Jr) teve pela frente o toiro mais mansote dos enviados pela ganadaria Passanha (todos eles bem apresentados).
Baseou o seu toureio em sortes diversificadas, um terceiro ferro curto que foi o sério candidato a ferro da noite e depois, para rematar uma lide de menos a mais, um palmo de violino e um curto também de violino em terrenos de compromisso. Tudo rendido aos encantos do toureiro da terra que ainda brindou a aficion com um bom par de bandarilhas.
Nas lides a duo, os Mouras andaram em bom plano perante um toiro que queria agarrar, mas que pouco transmitia, tendo tido mais som o que coube em sorte aos Bastinhas que também brilharam.
Pelo meio uma queda aparatosa de Marcos Bastinhas, felizmente sem consequências.
Marcos estava a bregar junto às tábuas (quase deu uma volta ao ruedo), tendo depois o cavalo perdido as mão e, na sequência desse incidente, ocorreu a queda. Só um susto, nada mais.
Nas pegas a noite foi tranquila para os forcados de Montemor com três pegas à primeira: Tiago Telles de Carvalho, Manuel Dentinho e Frederico Caldeira Manzarra, foram os solistas de serviço.
Pelos Académicos de Elvas: Gonçalo Machado à primeira, João Pedro Pimenta, que se despediu esta noite, à terceira, Tiago Caldeira Fernandes foi dobrado após a primeira tentativa por Roberto Ameixa que consumou ao primeiro intento.
Dirigiu este espectáculo montado pela Terrabrava de Carlos Pegado, o aficionado Agostinho Borges, assessorado pelo Dr. José Guerra. O cornetim de serviço foi o popular José Henriques e a embolação esteve a cargo de José Paulo.
Resumindo: Se esta corrida fosse um café, nós diríamos que tínhamos bebido uma bica do lote de ouro.