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quinta-feira, 26 de julho de 2012

A opinião de gente informada. Chaubet, antiga glória da forcadagem!



A PROPÓSITO DOS DESPROPÓSITOS DOS ASSIS

Os Assis sem auréola, os anti taurinos, os “contra”, continuam a atacar  a Tauromaquia, de forma insidiosa, insistente, ordinária e infrutífera. Usando linguagem reles, ofendendo e provocando tudo e todos, tentam que os ofendidos lhes respondam para assim terem assunto para manterem os seus blogues. “Esta é uma chamada de atenção que repito sempre, pois há muita gente desprevenida que lhes faz a vontade. Não lhes respondam e vão ver como desaparecem. A alguns já aconteceu isso e outros para lá caminham. Não têm bagagem intelectual para se manterem sem essa ajuda”.

Mas, continuando na defesa/ataque a que me obrigam os Assis, devido aos insultos com que sou mimoseado por eles, fui buscar uns textos que li e dão para pensar. Destruir ou, pelo menos, pôr em dúvida a teoria de que os toiros desejam é que os deixem em paz. Que não compreendem o desconforto que os homens os obrigam a passar. Vejamos então estes dois casos

              " O  C A P I R O T E “

Lê-se na Enciclopédia Tauromáquica de Jaime Duarte de Almeida: "Em 1897 o cavaleiro tauromáquico Bento de Araújo levou para o Brasil onde foi atuar, um toiro a que deram o nome de "Capirote". Foi comprado ao Dr. Guisado, ganadeiro de Coruche.  

Na caravana foi também Manuel Gentil, sapateiro de profissão que passava diariamente pelo cerrado onde o "Capirote" se encontrava. Acercava-se da vedação, chamava o toiro pelo seu nome e ele lá vinha docilmente receber as carícias e comer à mão a fava, a aveia e os pedaços de melão que lhe eram oferecidos. Lentamente o animal foi-se afeiçoando ao Gentil e este a ele.

No Brasil o "Capirote" foi lidado cerca de 30 vezes e foram inúmeras as ocasiões propícias a um maior estreitamento desta estranha amizade.

Tão seguro dela estava o Gentil que um dia, mesmo sem autorização do cavaleiro, no fim da lide, saltou à arena e chamou o toiro. Este, reconhecendo-lhe a voz, aproximou-se calmamente.

Manuel Gentil então deu-lhe de comer, ao mesmo tempo que lhe tirava a ferragem que lhe tinham cravado no cachaço. Desembolou-o depois e, por fim, abraçando-o pelo pescoço, conduziu-o para os currais.

A ovação foi apoteótica e esta cena passou a fazer parte de futuras touradas já em praças portuguesas. Inclusivamente no Campo Pequeno.

Em 1907 porém, já muito velho e cego, o "Capirote" deixou esta vida de glória, morrendo anonimamente no matadouro de Vila Franca de Xira.

                  "O C U L E B R O”

Outro caso vem relatado na revista taurina espanhola "Sol y Sombra" de 1897:"Culebro" foi um célebre toiro da ganadaria de D. Cipriano Ferrer, de Pina de Ebro. Tendo ficado bastante tempo como "sobrero" nos curros da praça de toiros de Barcelona, aí contraiu "amizade" com Serafin Greco, "Salerito". Este, toureiro praticante, talvez por falta de público, afeiçoou-se ao animal, dando-lhe de comer à mão e banho, acariciando-o e, até, escovando-o.

Todos temiam que depois deste tratamento "Culebro" perdesse a sua bravura, não tivesse condições para ser lidado. Puro engano.

No dia 1 de Setembro de 1889, domingo, na praça de Barcelona o animal, que todos julgavam ser manso, teve uma atuação mais que meritória. Foi bravo, codicioso, rematou nas tábuas, matou dois cavalos e recebeu oito "puyazos". O Serafin, emocionado, não se aguentou e saltou à arena.

Chamou pelo nome o seu "amigo" de quatro patas. Este reconheceu quem o chamava e, pachorrentamente dirigiu-se para o lado da praça de onde viera a voz. Lá chegado começou como que numa caricia, a roçar o dorido corpo contra a trincheira.

"Culebro" tinha sido muito castigado e podia estar revoltado mas Serafin, embora receoso, não resistiu.

Devagar, cautelosamente, aproximou-se do "Culebro". Este, apesar das feridas causadas pelas "puyas" e bandarilhas, consentiu pacificamente que Serafin acariciasse o seu corpo dorido.

A assistência entusiasmada pediu o indulto do "Culebro" e, concedido este, "Salerito" conduziu-o ao curral. Sem necessitar de cabrestos, pois o toiro seguiu-o tranquila e obedientemente. 


                      O B S E R V A Ç Ã O

Estes dois casos  parecem-me  paradigmáticos. Demonstram que o toiro reconhece que nasceu para o que lhe estão a fazer. Intuí o que o homem espera dele. Por isso marra, agride, entra no jogo que lhe destinaram. Investe contra os que o provocam, "sabe" que é o seu dever. Que é isso que esperam dele. Foi para isso que o criaram.

"Capirote e "Culebro" tiveram o comportamento descrito porque, conhecendo Manuel Gentil e Serafin Greco, sabiam que eles não estavam à espera que fossem agressivos. Não eram como os outros, terão avaliado instintivamente

Não estavam revoltados com o que tinham passado. Daí o terem recebido os seus amigos pacificamente. Provando assim que aceitavam o seu destino.

De forma esclarecida e filosófica, terão ruminado: “Também para os humanos a vida não é um mar de rosas. Têm que passar por muito sofrimento e dor. Não compreendemos por isso as ridículas campanhas anti taurinas. É gente fora da realidade.

Não falando já nas guerras em que andam sempre metidos. Chegam ao paradoxo de arranjar novas guerras com o pretexto de quererem acabar com outras existentes!  

Intitulam-se defensores dos animais, fazem manifestações para preservar espécies ameaçadas. No entanto parece pretenderem acabar connosco, com a raça brava. Com o toiro de lide. É que, não sendo utilizada a nossa bravura, não a estimulando o homem, ela acaba. Tornamo-nos meros bois fornecedores de carne.  

Por favor...deixem-nos viver a nossa vida”.

Dirão humildemente.

                        C O N C L U S Ã O

Argumentam os que atacam as touradas, tomando o lugar do inventado e popular Dr. Doolitle, que tinha o dom de compreender e falar com os animais ou, agraciados por São Francisco de Assis, patrono dos animais e, certamente, também deles pois pretendem seguir-lhes as pisadas, que os toiros são agressivos, uns revoltados, porque os provocam. Porque os irritam. Porque lhes infligem grande sofrimento e tortura.

Como tenho o mesmo direito que esses caridosos Assis, fazendo por minha vez o papel de Dr. Doolitle, interpretei e expus o pensamento bovino do “capirote” e “culebro”.

Tenho alguma esperança de que o conhecimento deste animalesco e sentido desabafo, amacie a violência verbal e ofensiva habitualmente utilizada pelos “pacíficos” (?) ante touradas para, ditatorialmente, hostilizarem quem gosta do que eles não gostam e nada lhes pretende impor. Basta que o deixem em paz. Não o ataquem com pueris e falsos pretextos de exacerbada comiseração.

Carlos Patrício Álvares (Chaubet)