Centenas de pessoas que compraram bilhetes para uma corrida
de touros em Lousada (norte) manifestaram-se este sábado contra o cancelamento
do espetáculo e exigiram serem ressarcidas do valor dos ingressos.
Os protestos dos populares, que tentaram entrar numa praça
de touros amovível montada em Lousada, obrigaram à intervenção de forças da
GNR, segundo disse à Lusa um espetador.
O cancelamento da corrida foi anunciado pelo empresário
responsável pelo espetáculo, João Oliveira, que informou, pela instalação
sonora da praça, não existirem condições para a realização.
Um dos espetadores presentes, o autarca da freguesia de
Nogueira, Lousada, António Ferreira, disse ter sido «uma vergonha o que se
passou hoje (...) foi muito mau para a imagem de Lousada».
Alguns minutos depois, Pedro Salvador, um dos cavaleiros
cuja atuação tinha sido anunciada, também usou a instalação sonora para
informar os espetadores que não havia condições para a realização do evento,
porque os cavaleiros não teriam sido pagos.
Além de Pedro Salvador, estavam previstas as atuações dos
cavaleiros Alberto Conde e Verónica Cabaço e dos grupos de forcados da Moita e
Arronches.
Apesar do descontentamento, os espetadores acabaram por
abandonar as imediações da praça de touros.
José Magalhães, presidente da Associação de Produtores Melão
Casca de Carvalho e Produtos Hortícolas do Vale do Sousa, entidade
coorganizadora do evento, confirmou à Lusa o cancelamento da corrida de touros
e os incidentes provocados pelos espetadores.
De referir que Vários coletivos e ativistas anti-touradas e
de defesa dos direitos dos animais responderam ao apelo dum grupo de habitantes
de Lousada e fizeram, no domingo anterior a realização desta tourada, uma
concentração e marcha de protesto contra espetáculo anunciado para o passado
dia 28 de julho que acabaria por não se realizar.
Na origem deste incidente esteve um empresário, da Póvoa de
Varzim, que já antes tinha notícia do JN, em 2009, por ter promovido um
espetáculo tauromáquico, em Vizela, como angariação de fundos para uma criança
com paralisia cerebral sem nunca ter entregado qualquer verba à família. Pelo
contrário, esta adiantou-lhe ainda 2000 euros.
Foto:D.R.