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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Exclusivo: Rui Bento dá entrevista ao DT e lança 2013




O Diário Taurino esteve à conversa com o gestor das actividades tauromáquicas do Campo Pequeno, o maestro Rui Bento.
Na entrevista, Rui Bento anuncia que o matador Ivan Fandiño, triunfador em 2012, em Lisboa, vai regressar e acrescenta que o abono para 2013 poderá ser “inferior” ao do ano passado.
As contratações de Diego Ventura e Pablo Hermoso de Mendonza também foram tema de conversa, bem como o caso das “exclusivas” do empresário Albino Caçoete.
Uma entrevista a não perder, recheada de pormenores…já a seguir!


DT- A temporada em Lisboa vai ser constituída por mais ou menos espectáculos? Quantos, no total?

RB- Prevemos que o abono de 2013 possa ter um número de espectáculos semelhante, ou inferior, ao da temporada passada.


DT- Falou-se que Juan José Padilla poderia actuar no festival a favor de Nuno Carvalho. O mesmo toureiro não figura no cartel…
Gostaria que marcasse presença?

RB- Gostaríamos muito que Juan José Padilla estivesse entre-barreiras no Campo Pequeno, no dia 17 de Fevereiro pois ele constitui um exemplo extraordinário de superação. Queremos que Nuno Carvalho esteja rodeado de nomes da tauromaquia que constituem exemplo de capacidade de reacção perante uma adversidade. Há muitos exemplos em Portugal e em Espanha. Padilla é um deles, mas há mais, como por exemplo o excelente bandarilheiro “El Chano”, hemiplégico e estamos a envidar esforços para que outros toureiros acompanhem o Nuno nesta jornada de solidariedade e esperança!


DT- A juventude vai ter lugar na temporada de 2013 no Campo Pequeno? Nomeadamente os jovens cavaleiros de alternativa? Quais?

RB -A maioria dos jovens cavaleiros de recente alternativa deram no ano passado um salto em frente muito significativo e que saúdo, pois a festa também vive de renovação. Contamos com esses jovens que são muito importantes para a renovação da festa, mas de momento não podemos ainda adiantar nomes.




DT- Diego Ventura e Pablo Hermoso regressam a Lisboa ou a alguma outra praça gerida pela empresa? Já têm algum cartel fechado para o Campo Pequeno?

RB- Começando pela segunda parte da pergunta: No momento em que estamos a conversar (9 de Janeiro), ainda não temos nenhum cartel fechado para o abono do Campo Pequeno ou para qualquer outra das praças que administramos: Todavia, posso afirmar que existem conversações com os representantes de Pablo Hermoso e de Diego Ventura e bem assim como das principais figuras portuguesas. São duas figuras de dimensão mundial e, sendo assim, uma praça como a do Campo Pequeno, não só a primeira praça do país como reconhecida internacionalmente como a capital mundial do toureio a cavalo, tudo fará para os ter connosco, desde que em condições aceitáveis, tendo em conta o seu prestígio profissional e a capacidade económica para os contratar, em função do momento de crise económica que se vive em Portugal e Espanha. Quanto à presença noutras praças, diria que é intenção da empresa levar os melhores cartéis, em função daquilo que é a viabilidade económica de cada uma delas.


DT- É verdade que Diego Ventura pediu 100 mil euros para tourear no Campo Pequeno?

RB- Não. É totalmente falso. Nas conversas exploratórias que houve com a Casa Matilla, falou-se em pormenores de datas, possibilidade de cartéis, ganadarias, mas sem que se aprofundasse a questão económica. Neste momento não existe nenhum contrato fechado com nenhum artista, até porque estamos à espera de decidir o número de corridas e datas para esta temporada, em função aliás, de alguns movimentos empresariais que estão em curso.


DT- Ganadarias em 2013 em Lisboa?

RB- De momento, estão certas as de Luís Rocha e Antonio Silva (Galardões para o Melhor Toiro e Melhor Corrida). Teremos as melhores ganadarias para servir um publico diria de “aficionados de largo espectro”, ou seja, desde os mais toureiristas aos menos toureiristas mas todos eles com direito a sentarem-se nas bancadas do Campo Pequeno e das outras praças que administramos, para desfrutarem do espectáculo de que gostam.


DT- Nas praças de província já está alguma coisa desenhada?

RB-A estrutura da temporada nas praças fora de Lisboa, terá a uma estrutura semelhante à de 2012, apostando nas datas tradicionais, pois neste momento, face à crise económica que o país atravessa, mais vale consolidar datas do que estar a inventar outras, com forte probabilidade de fracasso económico. Agora o que está sempre na nossa mente é a dignificação das praças de toiros, dos artistas e ganaderos intervenientes nos cartéis e a dignificação da festa, no geral.


DT- Lisboa vai continuar a homenagear toureiros em 2013? Quais são as figuras da festa que este ano vão ser reconhecidas?

RB- Sempre que houver motivo ou justificação para homenagear pessoas destacadas da festa, sejam eles toureios ou não, o Campo Pequeno estará aí para marcar a sua posição, honrando aqueles que se destaquem. Contudo, o que houver na temporada de 2013, neste aspecto específico terá uma filosofia diferente daquela que vigorou em 2012, pois na temporada passada o objectivo era homenagear personalidades, coincidindo com a comemoração dos 120 anos do Campo Pequeno.


DT- Um empresário luso, Albino Caçoete, tem feito alguns contratos, apelidados como “exclusivas”, com alguns toureiros. Esses mesmos artistas estão já contratados para Lisboa?

RB- Como atrás referi, os contactos com apoderados com vista aos cartéis de 2013, estão numa fase ainda muito exploratória.


DT- Mas ainda não falou com esse empresário com vista a contratar ou não um dos seus toureiros?

RB- Não tendo ainda havido contactos concretos, como calcula, não tenho respostas nem positivas nem negativas.


DT- A empresa de Lisboa vai concorrer a alguma praça que esteja a concurso? Qual ou quais os espaços que interessam ao Campo Pequeno?

RB- O Campo Pequeno pretende, nesta temporada, consolidar a exploração das praças onde já está. Não interessa dispersar recursos em época de crise. Há, isso sim, que estar concentrado, focalizado nos activos que temos, desenvolvê-los e rentabilizá-los.

DT- Em 2013 a bilheteira do Campo Pequeno vai manter-se inalterada ou vai haver aumentos devido à crise?

RB- A meio da temporada de 2012, procedemos a um reajustamento de alguns preços da nossa tabela, bem como a condições promocionais, envolvendo designadamente os grupos de forcados. Somos suficientemente flexíveis para, caso a conjuntura o recomende, podermos fazer algum ajustamento, sobretudo tendo em conta os jovens. Queremos, isso sim, ter alguma forma de compensação dos nossos abonados pelos reajustes que foi necessário fazer na temporada de 2012.


DT- No que diz respeito ao toureio a pé, o que podemos ver este ano na capital portuguesa?

RB- Desde logo a repetição de Ivan Fandiño, o triunfador em 2012, vencendo o “Galardão Campo Pequeno”, na Categoria de Matador de Toiros. Há um naipe de matadores de toiros espanhóis com interesse para Portugal do qual poderá vir algum, sempre tendo m conta o momento particularmente delicado que vivemos, do ponto de vista económico. Sobretudo, há também que desenvolver o Projecto da Academia de Toureio do Campo Pequeno. Voltaremos a realizar, já no mês que vem (Fevereiro), o VI Encontro Internacional de Escolas Taurinas. Por outro lado, tudo leva a crer que reeditaremos o Ciclo de Novilhadas de promoção de novos valores, que tão bons resultados deu no ano anterior. 

Fotos:D.R