Vítor Ribeiro
Salgueiro da Costa
Sérgio dos Santos "Parrita"
Fábio Machado
Comecemos então pelos prémios atribuídos em Alter do Chão...
O júri decidiu atribuir o troféu melhor lide (troféu D. José de Athayde) a João
Salgueiro da Costa e o de melhor pega (troféu Luís Saramago) a Noel Cardoso, do
grupo de Montemor.
Não concordo, mas nestas coisas dos concursos é sempre
assim. Compreendo, percebo, pois também já fui júri.
Na minha óptica a
melhor lide foi assinada por António Telles, frente ao “bruto” toiro da
ganadaria Palha, o astado que lidou em primeiro, mas se o prémio recaísse numa
lide limpa, rematada com um palmito e assinada por Vítor Ribeiro, ao quinto da
tarde, não ficaria mal. Penso eu!
Agora atribuir o troféu a Salgueiro da Costa, com todo o seu
valor perante o último do festejo, tendo colocado dois ou três ferros de valor
(é verdade), a atacar de largo o oponente e a pisar terrenos de compromisso,
não merecia de todo o galardão que lhe foi atribuído.
O próprio toureiro sentiu que nem tudo correu bem em Alter e
a prova disso mesmo é que nem sequer deu volta à arena no final das suas duas actuações…Isto quer dizer alguma coisa.
Agora os forcados: Na minha opinião o troféu seria sempre
entregue ao grupo de Montemor. Não seria a
Noel Cardoso, que fez uma viagem a
“escorregar” pela cara do toiro e no momento de “largar” foi agarrado pelo
oponente, mas sim à primeira pega daquele grupo, assinada por João Tavares.
Mas o júri decidiu, está decidido. Respeito!
Em resumo: Duas boas actuações de António Telles,
principalmente a primeira, à mestre e uma boa passagem de Vítor Ribeiro, principalmente
no quinto da tarde.
Salgueiro da Costa oscilou, mas foi aquele que teve os
ferros da tarde e conquistou assim o conclave com o “aparato” das sortes que
nem sempre foram das mais ortodoxas no momento da cravagem.
No capítulo das pegas brilharam principalmente os de Montemor.
Três pegas ao primeiro intento: João Tavares, João Braga e Noel Cardoso.
Pelos de Alter: Diogo Bilé, à primeira, Gonçalo Afonso, à
segunda, e de cernelha, após vários avisos, Jorge Nagy e Elias Santos
resolveram com eficiência.
Os seis toiros da ganadaria Palha, de grande apresentação,
não perdoaram os cavaleiros quando esses caiam em erro, já no que toca ao campo
da bravura a coisa ficou um bocadinho longe....
Perante três quartos de casa esteve ainda em praça o matador
Sérgio dos Santos “Parrita”.
Esteve bem de capote perante o Canas Vigouroux e rubricou
duas boas tandas de derechazos, com a muleta pelo chão e a “correr” a mão.
Passagem digna!
Bandarilhou Fábio Machado com eficiência, rubricando um bom
terceiro par.
De destacar ainda que ao intervalo o empresário Jorge de
Carvalho, nos comandos da praça de Alter do Chão há 20 anos, foi homenageado
pelos proprietários do espaço, a Banda Alterense, com o descerrar de uma placa
no pátio de quadrilhas. Vinte anos de JC Toiros é obra, mas o trabalho tem sido
perfeito, diga-se!
Dirigiu com acerto Agostinho Borges.
HT (texto e fotos)