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terça-feira, 10 de julho de 2012

Chaubet...e a longa história do monumento ao Forcado



MONUMENTO AO FORCADO
Sendo  eu  o  promotor  da  ideia, de  que seja construído um monumento  que consagre condignamente o Forcado, muitos  aficionados  têm-me  perguntado o que se passa com esse  meu “velho” sonho. Assim resolvi, por este meio, dar a conhecer a todos, algumas das alegrias, desilusões, solidariedade, resistências inesperadas e aproveitamentos oportunistas que se têm passado e se passam com o referido processo.
A ideia de um espectáculo tauromáquico com a finalidade de angariar fundos para o projeto, foi sugerida por mim a Carlos Pegado grande forcado e, na altura, empresário da praça de toiros de Évora. Respondeu que a praça não tinha capacidade para tal evento. No entanto no ano seguinte e subsequentes, passou a realizar o espectáculo que eu tinha sugerido mas, claro, em benefício próprio e não do monumento.
Posta de parte a ideia de Évora, pensei na praça do Campo Pequeno. Para sensibilizar a Gerência da Sociedade de Recuperação Urbana do Campo Pequeno, entreguei ao Gestor de espetáculos desta Sociedade, Rui Bento Vasques, documentação que demonstrava o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, através dos vários Presidentes que neste período de tempo por ela têm passado, da Comissão Nacional da Cultura, quando o Dr. Pedro Santana Lopes foi seu Presidente. Desenho e descrição do monumento e fotografia do modelo existente. Também, o lugar autorizado pela C.M.L. para a implantação do monumento, o custo da obra e o nome do escultor.
Conheço Rui Bento Vasques há mais de vinte anos tendo-o até, acompanhado e auxiliado com artigos e entrevistas, no início da sua carreira tauromáquica. A documentação estava pois bem entregue.
Pensava, com a entrega dessa documentação e o natural apoio de Rui Bento Vasques, sensibilizar a Gerência da SRUCP para a ideia. Posteriormente,  falar  na  realização  em  Lisboa  do espectáculo que tinha idealizado para Évora e de que Carlos Pegado se tinha apropriado.  Mas   novamente  fui ultrapassado pelo expedito Carlos Pegado. Foi ele que propôs e logo aceite pela Gerência da SRUCP, a realização do espectáculo. Claro, sem nenhum benefício para o projeto do monumento.
Por considerar que não se justificava realizar outro espectáculo idêntico, mas não querendo desistir do meu objetivo, penso levar a efeito uma corrida tradicional. Para tal, tenho de tentar conseguir financiamento, a boa vontade dos que nela quiserem colaborar e da SRUCP.
Por essa razão, dirigi à gerência desta Sociedade, a mensagem de que envio cópia.
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Da: Comissão Executiva do                                                                                        Monumento ao Forcado
                                                                          Lisboa, 10 de julho de 2012

À Gerência da Sociedade de Recuperação                                                          Urbana do Campo Pequeno
Examos. Senhores
Há cerca de quatro meses confiei ao vosso Gestor Artístico, Rui Bento Vasques, documentação referente ao projeto do Monumento ao Forcado que pretendemos erigir, e estarmos autorizados a tal, no Jardim do Campo Pequeno, junto à Praça de Toiros.
Afastada a ideia do espectáculo que tínhamos pensado para conseguir o dinheiro  necessário  para prosseguirmos, mantendo a mesma ambição, criámos uma alternativa. Vai ser uma tourada tradicional. Para a levar a efeito, temos que tentar arranjar quem a financie, contar com a boa vontade de artistas, ganadeiros e, até, da vossa própria Sociedade, pois é no Campo Pequeno que gostaríamos de a efetuar.
Para o financiamento, primeiro passo a dar, estamos procurando forma de sermos recebidos pelo Senhor Presidente da Câmara, Dr. António Costa. Quando tal acontecer, julgamos  útil levar  a documentação  que entreguei a Rui Bento Vasques.
Por ter sido a ele que confiei tal documentação, pedi-lhe o favor de a deixar na receção pois que a iria lá buscar. Como nas várias vezes que falei para a receção, me foi dito que nada tinham, resolvi telefonar-lhe   diretamente.  Disse  nada  ter que  ver com  o assunto, pois tinha dado toda a documentação  ao  Dr. Henrique Borges.
Dado o bom relacionamento de cerca de vinte anos, existente entre nós, razão porque lhe confiara a  documentação,  tal  despreendimento  foi inesperado mas…
Há cerca de mês e meio, falando pessoalmente com o Dr. Henrique Borges, foi-me dito que tinha que  procurar  os documentos  no meio de toda a papelada que estrava em cima da sua secretária. Compreendi esta situação pois uma Empresa como a SRUCP é, certamente, muito trabalhosa.
Pacientemente, passei a telefonar para a receção a saber se os documentos já lá estavam, já que nunca mais tive oportunidade de falar com o Dr. Henrique Borges. Cheguei mesmo a pedir ao Dr. Paulo Pereira, aliás sem resultado, o favor de se interessar pelo caso.
As minhas diligências para uma entrevista com o Senhor Presidente da Câmara, têm estado paradas à espera da devolução dos citados documentos. Esse  o  motivo porque me  dirijo agora a Vossas Excelências.
Exposta a razão da minha insistência da qual, desde já, peço desculpa, agradeço que se interessem pelo nosso problema e o resolvam rapidamente.
Com toda a consideração,
Pela Comissão Executiva do Monumento ao Forcado
Carlos Patrício Álvares

 Fotos:D.R.