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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Crato:Praça de toiros vandalizada



A Praça de Touros do Crato, propriedade da Santa Casa da Misericórdia, localiza-se junto ao Carmelo e atrás do imóvel nasceu há anos um acampamento de ciganos.
A praça beneficiou há poucos anos de uma requalificação total, comparticipada pelo Estado, como auditório ao ar livre.
Neste momento, vítima de vandalismo, o imóvel está sem condições para ser utilizado e não adianta investir sistematicamente em recuperações porque os vidros são partidos, os cadeados rebentados, é feito lume lá dentro e no exterior, as portas são rebentadas, é usada como sanitário e não há forma de travar o vandalismo, queixa-se o provedor, Mário Cruz, que adianta estar em causa a realização da tradicional tourada por ocasião do Festival do Crato.
Em redor circulam miúdos de cerca de 10 anos que exibem ameaçadoramente navalhas a quem se aproxima porque, dizem, «isto aqui é tudo nosso», mas quando questionados negam destruir ou vandalizar o património.
A Praça «não tem ponta por onde se lhe pegue» porque «está degradada pelos ciganos que a vandalizam constantemente», acusa Mário Cruz que assume que «temos feito tudo, o possível e o impossível» para impedir a entrada, mas não há cadeados ou fechaduras que resistam, como tivemos ocasião de verificar, e entretanto a Misericórdia constata que «não temos segurança para usufruir do que é nosso» em resultado do «vandalismo permanente».
A Misericórdia oficiou ao Comando Distrital da GNR e começa por referir uma queixa circunstanciada apresentada já em 6 de Setembro de 2011 sobre o estado da Praça, mas desde essa altura que «a situação piorou drasticamente», tendo sido destruída a parte eléctrica, componentes metálicos arrancados e em 19 de Maio «deitaram fogo ao redondel, obrigando à intervenção dos bombeiros» e causando prejuízos nas quatro baias, «acto que me atrevo a designar como de represália por a Brigada Criminal da GNR ter apreendido (no acampamento cigano) uma mesa de madeira e respectivos bancos que estavam colocados no jardim de Infância (da Misericórdia) e que ainda nem sequer tinham sido utilizados», pode ler-se no ofício assinado por Mário Cruz.
Conclui-se pois que «a Praça não tem condições para ser utilizada, o que para nós, instituição de fracos recursos, é uma perda uma vez que a tínhamos alugado a um empresário para ali realizar alguns espectáculos, principalmente a corrida de touros» inserida nas Festas do Crato, e naturalmente que a Misericórdia aponta também responsabilidades nesta situação à Câmara e à GNR concelhia e distrital.
«Tudo isto é lamentável e só me interrogo como é possível isto acontecer em 2012», conclui o provedor.

Fonte: Jornal Alto Alentejo (Texto e Foto)