A
Praça de Touros do Crato, propriedade da Santa Casa da Misericórdia,
localiza-se junto ao Carmelo e atrás do imóvel nasceu há anos um acampamento de
ciganos.
A praça beneficiou há poucos anos de uma requalificação total, comparticipada pelo
Estado, como auditório ao ar livre.
Neste
momento, vítima de vandalismo, o imóvel está sem condições para ser utilizado e
não adianta investir sistematicamente em recuperações porque os vidros são
partidos, os cadeados rebentados, é feito lume lá dentro e no exterior, as
portas são rebentadas, é usada como sanitário e não há forma de travar o
vandalismo, queixa-se o provedor, Mário Cruz, que adianta estar em causa a realização
da tradicional tourada por ocasião do Festival do Crato.
Em
redor circulam miúdos de cerca de 10 anos que exibem ameaçadoramente navalhas a
quem se aproxima porque, dizem, «isto aqui é tudo nosso», mas quando
questionados negam destruir ou vandalizar o património.
A
Praça «não tem ponta por onde se lhe pegue» porque «está degradada pelos
ciganos que a vandalizam constantemente», acusa Mário Cruz que assume que
«temos feito tudo, o possível e o impossível» para impedir a entrada, mas não
há cadeados ou fechaduras que resistam, como tivemos ocasião de verificar, e
entretanto a Misericórdia constata que «não temos segurança para usufruir do
que é nosso» em resultado do «vandalismo permanente».
A
Misericórdia oficiou ao Comando Distrital da GNR e começa por referir uma
queixa circunstanciada apresentada já em 6 de Setembro de 2011 sobre o estado
da Praça, mas desde essa altura que «a situação piorou drasticamente», tendo
sido destruída a parte eléctrica, componentes metálicos arrancados e em 19 de
Maio «deitaram fogo ao redondel, obrigando à intervenção dos bombeiros» e
causando prejuízos nas quatro baias, «acto que me atrevo a designar como de
represália por a Brigada Criminal da GNR ter apreendido (no acampamento cigano)
uma mesa de madeira e respectivos bancos que estavam colocados no jardim de
Infância (da Misericórdia) e que ainda nem sequer tinham sido utilizados», pode
ler-se no ofício assinado por Mário Cruz.
Conclui-se
pois que «a Praça não tem condições para ser utilizada, o que para nós, instituição
de fracos recursos, é uma perda uma vez que a tínhamos alugado a um empresário
para ali realizar alguns espectáculos, principalmente a corrida de touros»
inserida nas Festas do Crato, e naturalmente que a Misericórdia aponta também
responsabilidades nesta situação à Câmara e à GNR concelhia e distrital.
«Tudo
isto é lamentável e só me interrogo como é possível isto acontecer em 2012»,
conclui o provedor.
Fonte: Jornal Alto Alentejo (Texto e Foto)