A) Inspirado em São Francisco Xavier,
Santo Padroeiro dos animais, dei este novo nome aos “contra”.
Os “contra”, os Assis, invocam o sofrimento do toiro, para
exigirem a extinção da tourada. Dizem eles que os taurinos, a quem chamam
tauricidas, se regozijam com o padecimento do toiro. É isso que os entusiasma.
Chamam-nos, além do tauricida a que, pelo ridículo, acho piada: sanguinários,
selvagens, torturadores, sádicos, vampiros, carniceiros, bárbaros, primitivos,
desumanos, necrófilos até, filhos…da…filhos da…de uma mulher qualquer.
Como se verifica, linguagem a condizer com os bons sentimentos, princípios
éticos e morais que propagandeiam possuir. Mas terão realmente razão? Não
haverá exagero nessa apreciação. Servirá ela como definitivo ariete para
derrubar a Tauromaquia. Vejamos.
O primeiro erro dos “Assis”. Não é o sofrimento do toiro que
os apelidados “tauricidas” apreciam. Num email que recebi um “Assis”
dizia, sobre as razões que os taurinos apresentam para defender as touradas: “argumentos
que para alguém a uns degraus acima do seu nível intelectual, é difícil
compreender”. Vou pois, pacientemente, tentar que apesar da
dificuldade assumida, pelo “Assis”, me consigo fazer entender.
Os taurinos, são os primeiros a não gostar de causar
sofrimento ao toiro. Prova disso é que ao longo dos anos, têm procurado sempre
minimizá-lo. Limitou-se o número de varas a que o toiro é sujeito. Nestas
pôs-se um travão que não deixa a “puya”, a ponta da vara que penetra do corpo
do toiro, entrar mais que o necessário. As “puyas” têm igualmente uma dimensão
estudada de molde a não sacrificar o toiro mais que o indispensável. O tércio
de bandarilhas igualmente foi estudado com o mesmo objetivo – castigar o menos
possível o toiro. O número de pares a colocar está limitado. O comprimento das
bandarilhas foi calculado de molde a magoar o menos possível o toiro. Quer
dizer, os primeiros a preocuparem-se com o sofrimento causado aos toiros, foram
aqueles a quem os “Assis”, os “contra”, insultam e provocam, procurando com
isso, conseguir dar nas vistas. Que lhes deem a razão que sabem não ter.
Não! Os taurinos, os aficionados, os tais que numa
tentativa de os descredibilizar e achincalhar, chamam “tauricidas”, não é com o
sofrimento do toiro que se deleitam. Pelo que acima escrevi, espero que os que
dizem, “talvez” pretensiosamente (o benefício da dúvida), no email que me
enviaram estar “alguns degraus acima do meu nível intelectual” , compreendam. O
sofrimento causado ao toiro é limitado ao máximo pelos próprios taurinos. Se
não fosse um mal necessário para que o encontro do homem com o toiro tenha a
beleza estética e a emoção que tem, seriam os primeiros a prescindir dele.
Os que não gostam de touradas…estão no seu direito. O tempo
de sermos obrigados a pensar todos para o mesmo lado é que já era. Acabou em
1974. Pretender tirar, pela arruaça, pela agressividade, pelo vandalismo,
pelo insulto, com falsos pretextos, a liberdade de gostarmos do que quisermos,
faz-me pensar em saudosistas do passado, com dificuldade a se adaptarem ao
tempo presente. À Democracia que, diz o dicionário e repito pois parece que os
“Assis” não sabem ou esqueceram: “É uma sociedade que GARANTE A
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO E DE EXPRESSÃO E NA QUAL NÃO EXISTEM DISTINÇÕES, OU
PRIVILÉGIOS DE CLASSE HERIDITÁRIOS OU ARBITRÁRIOS”.
Era bom que os burguesinhos que a falácia do sofrimento dos
toiros, convence a tomar parte nas ululantes manifestações anti taurinas lessem
isto. Carlos Patrício Álvares (Chaubet)