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quinta-feira, 27 de junho de 2013

E o dérbi, Zé Maria?



Vou guardar esta foto para sempre. Adeus, Zé Maria!

Espero que seja desta. Eu ainda não consegui escrever nada de jeito sobre o Zé Maria, pois ele é enorme e a minha alma está pequena perante tal tragédia…
Já escrevi, já apaguei, já emendei, já fiz “Delete”, enfim, ainda não consegui escrever nada que pudesse chegar à grandeza do homem e do forcado.
A revolta, aliada a um enorme sentimento de tristeza e de impotência estão também a tomar conta de mim nesta altura difícil para todos nós.
Mas, aqui vai:

Zé Maria,
para sempre vou recordar a nossa última conversa, diálogo que ocorreu no pátio de quadrilhas da praça de Arronches, na última sexta-feira da tua vida, momentos antes das cortesias.
Na altura, puxei a conversa dos dérbis com o G.F.A.Santarém e tu, muito sério, fizeste um comentário do género: “eles venceram no Campo Pequeno, mas nós poderíamos ter estado melhor, embora os nossos toiros tivessem sido um pouco mais difíceis, mas nada de especial...”.
Enquanto arranjavas a cinta e olhavas em frente, em direcção ao Director de Corrida, eu disse-te: “Temos que tratar de desempatar este dérbi. Em Montemor (Barra d´Ouro) venceram vocês, agora, no Campo Pequeno, o grupo de Santarém, por isso temos que arranjar aí uma corrida para o desempate”.
Ele sorriu, com aquele sorriso típico, algo discreto, mas concordante com o que eu acabara de dizer e acrescenta: “esse tipo de corridas fazem falta à festa, onde existe competição e uma mística à mistura”.
E mais não disse…
Despedi-me dele, desejei-lhe sorte e lá foi ele para as cortesias enquanto eu tirava este bonito retrato que vou recordar para sempre.
Caro Zé Maria,
Cá havemos de fazer o dérbi, os empresários vão de certeza repeti-lo vezes sem conta e eu lá estarei para ver e recordar a nossa conversa e homenagear a tua pessoa e a nossa amizade.
Cada vez que ocorrer um derbi vou olhar para o céu e sei que tu estás também por lá a vibrar com as pegas dos "eternos rivais".
Combinado!
Até sempre, Zé Maria!

HT