Luís Rouxinol teve azar com o seu lote. Assim é impossível triunfar.
João Maria Branco saboreou o triunfo no primeiro e viu o perigo que o êxito oferece no segundo.
A corrida de Reguengos de Monsaraz não deixou muitas
recordações. Pelo menos para mim.
A bravura ficou no
campo, mas mesmo assim o menos mau de todos, o toiro do Eng. Luís Rocha, lidado
por João Maria Branco (terceiro da tarde), venceu o prémio bravura, ao passo
que a apresentação recaiu no exemplar de Santa Maria.
Perante mais de meia casa, João Moura abriu praça.
O de Monforte tinha no destino lidar um toiro de Núncio, mas
o mesmo inutilizou-se nos bastidores.
Toureou então um imponente toiro de Santa Maria (o segundo
do seu lote) que pouco transmitia e que não estava vocacionado para grande
correrias…Moura fez tudo para alcançar o êxito e levou para Monforte aquilo que
se podia tirar daquele astado com idade.
No seu segundo o Maestro bordou o toureio perante um Luís
Rocha (extra concurso- sobrero), com temple, boa brega, bons sites de largo e
em curto, bons palmitos e o entusiasmo de sempre, como se estivesse agora a dar
os primeiros passos. Êxito!
O primeiro, um toirão de Dias Coutinho nunca revelou a sua
identidade, ora a passo, ora com um trote envergonhado, não deixou brilhar o
cavaleiro por falta de tudo…
O seu segundo, um toiro de Pégoras, só ia pela certa e para
colher as montadas. E nem com a égua Viajante a coisa foi ao sítio porque o
toiro só tinha um objetivo: Atravessar-se para colher as montadas. Nem voltas,
nem pares de bandarilhas… Perante tal matéria nada mais havia a fazer.
Felizmente há mais marés do que marinheiros e o cavaleiro de
Pegões com certeza que vai ter outras oportunidades para brilhar.
João Maria Branco pautou as suas duas atuações por receber
de forma efusiva os toiros nos médios, dobrando-se bem perante os opositores e
agarrando o conclave.
Abriu praça com o toiro de Luís Rocha que viria a vencer o
concurso e deixou ferros de boa nota. Só não foi uma lide mais redonda porque o
astado revelou alguns problemas físicos, perdendo por diversas vezes as mãos.
O seu segundo, um Passanha Sobral, montado e de respeito,
deu ao jovem bons momentos, desenvolvendo uma atuação de menos a mais, graças à
brega, aos ferros ferros a sesgo e às restantes sortes bem desenhadas.
O toiro, que por vezes arreava, mostrou ao jovem cavaleiro
que ainda há toiros que oferecem perigo e que esses mesmos também podem
oferecer o triunfo, como foi o caso, uma vez que o toureiro abandonou a arena
debaixo de fortes ovações.
No campo dos forcados pegaram por São Manços os jovens Pedro
dos Santos, à segunda, e Manuel Vieira à terceira.
Pelo Redondo foram solistas os forcados Rui Grilo à segunda
e Carlos Silva (um pegão) à primeira.
Ricardo Cardoso à segunda e David Silva, que viria a vencer
o troféu para a melhor pega (forte contestação), foram os solistas pelos
Amadores de Monsaraz.
O município local ainda aproveitou a ocasião para homenagear
Luís Rouxinol pela passagem, em 2012, dos seus 25 anos de alternativa.
Dirigiu o festejo Agostinho Borges.