Se o estimado leitor está à espera que eu venha para aqui esmiuçar cartel a
cartel o abono do Campo Pequeno, está enganado….Isso já foi feito com competência
por quem de direito.
Neste meu escrito não vou discutir se o toureiro A deveria
estar com o B, ou se este toureiro devia de estar ou não na primeira parte do
abono lisboeta. Para mim o abono está muito bem montado. Ponto final.
Neste meu escrito vou mostrar toda a minha admiração por um
homem que entrou numa aventura há vários anos, tendo sido contestado por uns,
apoiado por outros e também tem vivido situações complicadas, sem ser “visto
nem achado”, como é o caso da insolvência onde parte do projeto Campo Pequeno
está envolvido.
Numa época dura, onde o dinheiro não abunda nos bolsos do
grande público e com a “condicionante” da dita insolvência, Rui Bento mostrou a
firmeza e a inteligência que fazem dele o homem certo no lugar certo.
Não teve medo das adversidades e montou grandes cartéis, apostas
fortes, levando a Lisboa os melhores, embora esta afirmação custe bastante a
muito boa gente.
Após a apresentação dos cartéis disse-me ao telefone “esta temporada vai custar o dobro da época
transata”, mas “não vamos castigar” os
aficionados, os preços dos abonos vão
“manter-se inalterados”.
Isto é de valor!
É por estas e por outras que é o homem certo no lugar certo,
contra os profetas da desgraça, contra todos aqueles que detestam o seu
trabalho.
Perante muitos cartéis que exigem “casa esgotada”, chegou a hora
dos aficionados responderem ao apelo e ao desafio lançado por Rui Bento.
O Campo Pequeno apostou tudo para que o futuro taurino daquela casa seja
uma realidade, mas para que isso aconteça, o aficionado tem que dizer “sim” e
marcar presença. É importante, é vital!
Para muitos o abono é um desfilar de figuras, para mim é uma
“mensagem”, um “SOS” por parte do Campo
Pequeno, tipo: ou estamos juntos agora e afirmamos Lisboa como capital do
toureio, ou deixamos a festa cair…
Esta é uma das interpretações que faço, este é um dos
momentos que considero decisivos para a sustentabilidade daquele espaço e da
festa no nosso país. Não estou a ser pessimistas, estou a ser realista, embora custe olhar para a realidade.
Chegou a hora, meus senhores…
Chegou o momento de dar a mão ao Rui Bento e à sua equipa e
afirmar com orgulho que o Campo Pequeno é a “menina dos nossos olhos”, o nosso “santuário”.
Chegou a hora de defender a festa e essa mesma defesa passa
por uma grande resposta este ano na monumental lisboeta por parte dos
aficionados.
Os dados estão lançados, Bento fez e bem aquilo que lhe
competia, mas agora cabe a si dar a resposta.
Chegou a hora, chegou o momento de agarrar a oportunidade e
mostrar que somos fortes ao defender a nossa “casa”, a “nossa” praça.
Chegou a hora!
Hugo Teixeira