João Moura não teve por diante matéria para saborear o triunfo
Entrega e determinação. Rui Salvador utilizou esses trunfos para ser aplaudido de pé
Chegou e disse: Venho para arriscar e triunfar. Assim foi. Olé Sónia Matias!
Filipe Gonçalves rubricou a atuação mais importante da noite, perante o tal toiro esbranquiçado. Esteve em grande plano o "Furacão do Algarve"
Manuel Lupi com um complicado Castro
Mateus Prieto apostou tudo perante o parado astado da divisa de Castro
Jacobo Botero deixou estes pormenores toureiros
O segredo passava por “não deixar pensar o oponente”
e quem o fez conseguiu na maioria das vezes construir faena e saboreou o
triunfo. Claro está, estamos a falar da última corrida da feira taurina de Alcochete,
onde Filipe Gonçalves foi aquele que mais se destacou numa noite fria (em
termos climáticos) e com pouco mais de meia casa.
Lidaram-se toiros de Fernandes de Castro, bem apresentados,
mansotes e encastados, chatos para saírem à arena e parados na maioria das
vezes que eram atacados pelos toureiros em praça. Valeram nas pegas,
principalmente… Évora e Alcochete brilharam, mas já lá vamos.
A corrida de gala à antiga portuguesa só terminou
cerca das 01:30, prolongou-se em demasia, mas mesmo assim valeu a pena, apesar
de não ter tido o êxito dos dois espetáculos anteriores, com casa completamente
cheia, por exemplo.
João Moura lidou o sobrero que saiu reservado e
parado. Um toiro que não permitiu grandes brilharetes ao Maestro de Monforte.
Nada havia a fazer, ficando a sua entrega e sede de triunfo.
Rui Salvador deixou dois ferros dos tais, daqueles…os
“impossíveis”. Andou entregue, esforçado para sacar o sumo que o oponente lhe
oferecia e foi acarinhado pelo público.
Fechou a primeira parte uma Sónia Matias empenhada,
a atirar-se para cima do toiro, a pisar terrenos de risco e com entrega.
Saboreou e bem o triunfo, após rematar a lide com um valente violino.
Na segunda parte um toiro de grande nota. O toiro de
pelagem branca dos cartazes (lembram-se?) ofereceu a Filipe Gonçalves uma boa
lide, com ferros de valor e a chegar ao público. Boa brega e remate de lide com
um par de bandarilhas vistoso. No final o ganadero foi chamado para agradecer
os aplausos.
O toiro de Manuel Lupi era mau, ou melhor, tinha instintos
de maldade. Tentava agarrar o toureiro que sofreu ainda alguns toques. As sortes,
a quarteio, lá foram surgindo, mas longe daquilo que o toureiro sonhara para
aquela noite. Não escutou música.
Seguiu-se Mateus Prieto que fez de tudo para sacar
faena ao parado astado de Castro. Experimentou vários terrenos para provar a
investida, mas nada. Valeu-lhe a entrega e um bom ferro violino a fechar.
Também não escutou música.
A longa noite de toiros encerrou com Jacobo Botero
que oscilou entre momentos bons e outros menos bons. Apesar do toiro ser um
pouco complicado, Botero deixou dois curtos de valor, daqueles como mandam as
regras.
Pelo meio alguns ferros pelo chão, situação que nos
leva a afirmar, logo no inicio, que oscilou entre o bom e menos bom.
No capítulo das pegas a noite foi de emoções fortes,
com alguns dos toiros a pedirem contas aos Amadores de Évora e Alcochete.
Foram solistas por Évora Gonçalo Rovisco (à
primeira), Dinis Caeiro (à quarta), João Madeira (à segunda) e João Pedro
Oliveira (à primeira).
Pelos Amadores
de Alcochete foram forcados de cara Joaquim Quintela (à primeira), Leandro
Bravo (à segunda) e João Gonçalves (à primeira), na pega da noite, com uma
grande primeira ajuda de Diogo Toor que também deu volta ao ruedo no final.
Dirigiu com acerto o festejo promovido pela empresa
Toiros e Tauromaquia, Pedro Reinhardt.