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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Antigo cabo de Alter reage à polémica das cebolas em Portalegre




Na sequência das notícias e comunicados que temos vindo a publicar sobre a "queda" do grupo de Alter da corrida de 13 de setembro em Portalegre, por ocasião da Feira das Cebolas, recebemos esta nota enviada pelo antigo cabo da formação de Alter João José Saramago (foto em cima a cernelhar e o atual cabo Elias Santos a rabejar). Recorde-se que o Grupo de Portalegre deu a conhecer que não quer neste festejo pegar com nenhum grupo da região (Alter, Arronches, Monforte e Elvas). Após a "queda" dos Amadores de Alter do Cartel, os de Portalegre repartem a noite de toiros com os Amadores de Alcochete.
Já a seguir a nota do antigo cabo de Alter:

Caros aficionados,
Nunca antes emiti qualquer comunicado ou opinião relativamente às polémicas que por vezes surgem no mundo da tauromaquia, mais concretamente no que diz respeito ao Grupo de Forcados Amadores de Alter do Chão do qual fui cabo durante 7 anos. Na verdade quando me deparo com noticias deste género, leio apenas o título e passo à frente porque acho que essas discussões pouco ou nada acrescentam à festa e para ser sincero são sempre “mais do mesmo” e só vem dar mais força aos anti-touradas que estão espalhados por esse país.
É com certeza contraditório, o que eu acabei de escrever com o que estou aqui a fazer, pois estou a fazer o que tantos outros já fizeram e estou a contribui também para ser “mais do mesmo”, mas desta vez não me consegui conter e tal como diz o provérbio “Quem não se sente não é filho de boa gente”, porque todas as jogadas de bastidores levadas a cabo pelo Grupo de Forcados Amadores de Portalegre relativamente à corrida do próximo dia 13 de Setembro na Praça José Elias Martins (Portalegre) foram no mínimo tristes!
Com a intenção de esclarecer os aficionados e simpatizantes da festa brava venho desta forma
demonstrar a minha tristeza e profundo desagrado para com o Grupo de Portalegre ao não querer pegar com os de Alter na praça da sua terra. O Cabo do Grupo de Portalegre já apresentou várias razões para essa sua decisão no entanto no meu entender nenhuma delas é válida nem tem razão de ser, como passo a explicar.
1-Relativamente ao Bolsin taurino organizado pelo grupo de Portalegre em 2013, do qual resultou um prejuizo de 9 mil euros, é um risco que os organizadores de qualquer evento que envolva dinheiro tem que correr e quanto a isso não há muito a fazer.
2-Relativamente ao Empresário querer colocar o Grupo de Alter na corrida do dia 13 quer seja como prémio pelo facto de o Grupo ter ganho a Festa do Forcado em Évora no presente ano, quer seja por outra razão qualquer, não se compreende o motivo pelo qual o Grupo de Portalegre pressionou o mesmo, para que aquele Grupo sai-se da corrida, tendo este cedido, uma vez que a empresa da praça é “Toiros e Tauromaquia” de António Manuel Cardoso e não “Associação do Grupo de Forcados Amadores de Portalegre” de Francisco Peralta.
3-À empresa Toiros e Tauromaquia de António Manuel Cardoso gostaria também de referir que esperava outra atitude da sua parte, ainda para mais, porque já tinha contratado o Grupo de Alter, quando cedeu às pressões dos de Portalegre e retirou um grupo anteriormente contratado. Espero que até ao final da época o Empresário arranje a corrida prometida ao grupo vencedor da Festa do Forcado (Alter), e que esta seja digna dessa festa para não defraudar as expectativas dos grupos de forcados nas próximas edições da Festa do Forcado.
3-A situação que para mim é mais chocante e que mais me perturba é a de, o Cabo do Grupo de Portalegre dizer que os grupos da zona não lhe arranjaram corridas depois de eles terem organizado um Bolsin no ano passado com a presença desses Grupos. Para que todos os aficionados saibam o Grupo de Alter colocou o Grupo de Portalegre a pegar na Praça de Nisa no ano de 2010 (ainda era Fernando Coelho Cabo do Grupo) e depois em 2012 voltou a fazer o mesmo já com Francisco Peralta na chefia do Grupo e nunca pediu contas pelo prejuízo da corrida. Nas duas vezes que aconteceu, nunca o grupo de alter exigiu uma troca, mas referiu sim a ambos os cabos, que quando fosse possível e tivessem hipótese se lembrassem do grupo de Alter, na base da amizade e respeito que
Francisco Peralta refere e bem, mas pelos vistos é mais fácil apontar o dedo do que olhar para dentro e fazer uma introspecção, porque até hoje só nos meteram num bolsin em nada comparável com as corridas de toiros onde o Grupo de Alter os incluiu.
5-No ano passado o Grupo de Portalegre foi pegar a Alter do Chão, e nunca Os da terra se opuseram à presença daquele Grupo, por isso, mais uma vez não compreendo esta atitude por parte dos de Portalegre.
6-A Problemática que envolve a corrida do 13 de Setembro em Portalegre afeta não só o grupo de Alter mas também 3 outros grupos da região, com os quais o Grupo de Portalegre se recusou a pegar. A razão pela qual esta confusão se gerou, na minha opinião é pelo facto de o Grupo de Portalegre achar que os grupos vizinhos não têm categoria para pegar com o seu na sua praça. Se o Grupo de Portalegre quisesse pegar em solitário na sua terra era compreensível e aceitável pois qualquer grupo tem prazer nisso, mas escolher outro grupo fora do distrito, negando-se inclusivamente a pegar com qualquer um destes últimos, é no mínimo menosprezar e rebaixar os grupos da zona (Arronches, Alter, Monforte e Elvas).
Emiti esta opinião em nome pessoal e o cabo do Grupo de Alter (Elias Santos) só terá conhecimento desta carta através dos sites taurinos. Tenho e vou continuar a ter enorme consideração por alguns simpatizantes e forcados (antigos e atuais) do Grupo de Portalegre, no entanto se eu ainda fosse o Cabo do Grupo saberia como reagir, porque nos toiros como na vida só há uma forma de estar, é com dignidade e de cara levantada!
(Se se preocupassem mais em pegar os toiros e menos com rivalidades parvas todos tinham mais a ganhar.)

João José Saramago
Um aficionado