Em Urrós
bonita e simpática localidade transmontana, encastrada nas serranias nortenhas
de Portugal, o mês de Agosto é de festa, da família, do reencontro de todos
aqueles que por terras da Europa, ganham o sustento e o sonho de um dia poderem
voltar para um País diferente: seu! E a pracinha de toiros de Urrós, esta
tarde transpirou esse ambiente anual de festa, ao registar uma entrada que
preencheu três quartos do seu aforo. O cartel inicialmente previsto foi
alterado, sendo Marcos Tenorio Bastinhas a contas com a recuperação do acidente
sofrido em Albufeira; substituído por Pedro Salvador, completando-o a cavaleira
praticante Cláudia Almeida. Os forcados foram os Grupos de Monforte e os
Académicos de Elvas. Quanto ao curro lidado de “Cunhal Patrício”, tinha idade,
apresentação diversa, desde o regular ao bom, apenas em comportamento foram
uniformes: mansotes, sendo o melhor e que cumpriu, o quarto da ordem. Joaquim
Bastinhas, sempre muito bem recebido
pelo público de Urrós (ou de qualquer
praça de toiros onde toureie) lidou o primeiro e terceiro da tarde, sendo esse
mesmo primeiro complicadote, andando pelos médios e com tendência a ir para
tábuas, o que Bastinhas não consentiu. Nos compridos utilizou o “Zico”, mudando
depois para os curtos, foi com o baio de seu nome “Duque” que a música soou e a
actuação veio a um nível maior, fechando-a com o rodadíssimo “Tivoli” entre
muitas palmas a rigor. No terceiro da
tarde, o “Amoroso” fez as honras da casa, com a sua forma vistosa e eficaz com
que permite a Joaquim Bastinhas abordar os seus oponentes. Com o “Cartier”,
cravou dois curtos bem medidos e de muita qualidade, pelos terrenos que pisou e
as distâncias que elegeu nos cites. Publico a tributar forte ovação, inclusive com
alguns jovens de uma penha local, a saltarem á arena e a quererem içar o
cavaleiro aos ombros, o que Joaquim Bastinhas educadamente agradeceu mas não
aceitou. Pedro salvador destacou-se no seu segundo e quarto da tarde, o melhor
da corrida, assim como Cláudia Almeida, resolveu com acerto, algumas
dificuldades que o de “Cunhal Patrício” por vezes lhe colocou. Bom espectáculo,
que decorreu em bom ritmo, saindo o público satisfeito da praça no final da
corrida. De salientar ainda o minuto de silêncio guardado no inicio do
espetáculo, em memória de António Morgado, por quem a população de Urrós e a
Junta de Freguesia local , nutria muita consideração.
Fotos:D.R.
Texto:G.I.J.B