Foto:D.R.
Do estimado amigo e colega de lides da escrita, João Cortesão, recebi um artigo de opinião e mais uma vez, nessa mesma missiva, Cortesão invoca a Lei de Imprensa.
O artigo em causa, trata-se de uma resposta a dois outros artigos de opinião publicados no site www.tauromania.pt, da autoria da Srª Carolina de Abreu Costa .
Com a devida vénia à autora e ao site em questão, publicamos também os seus respectivos artigos, não só para dar espaço e visibilidade a todas as vozes, bem como para que os leitores do Diário Taurino percebam o que está em causa nesta troca de opiniões.
O Diário Taurino não tem o dever de o fazer, mas vai em frente com esta situação, em nome de uma imprensa livre e democrática.
Mais uma vez!
Nota: Publicamos primeiro os artigos da Srª Carolina de Abreu Costa, e depois o texto de João Cortesão
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Façamos de Conta....
por Carolina de Abreu Costa
26 de Agosto, 2010
26 de Agosto, 2010
Façamos de conta que quem passa os dias a falar da Festa já fez alguma coisa pela Festa. Façamos de conta que esses, que só falam, estão cá para servir a Festa, e não para se servirem da Festa. Façamos de conta que arranjar escândalos, criar intrigas, semear o caos é ajudar a Festa. Façamos de conta que não é um meio para serem falados, para venderem jornais, para ganharem dinheiro. Façamos de conta que ninguém quer dividir para reinar, que não há quem queira, a todo o custo, manter a sua rede de interesses financeiros e pessoais.
Façamos de conta que essa gente cumpre os compromissos que assume. Façamos de conta que essa gente é transparente, tem palavra, e não utiliza jornais e outros meios mediáticos para obter benefícios pessoais para si e para os seus fiéis e cegos seguidores, criando uma teia de interesses e jogos financeiros e pessoais que nada ficam a dever aos enredos sicilianos.
Façamos de conta que, por escreverem em jornais, são jornalistas. Façamos de conta que, como jornalistas que são, não publicam notícias por encomenda, não constroem “êxitos” e tardes e noites de “apogeu” a troco de dinheiro, almoços, bilhetes, viagens, férias ou outra qualquer contrapartida.
Façamos de conta que essa gente não vive dessa teia de interesses que criou, e tem outros meios de subsistência que lhes permite serem independentes, abnegados, desinteressados e imparciais. Façamos de conta que essa gente trabalha, tem um emprego. Façamos de conta que essa gente não faz ameaças, chantagens, nem declara guerras para manter o seu ganha-pão. Façamos também de conta que essa teia de interesses não permite a essa gente assistir a corridas de borla, vender fotografias nas trincheiras sem passar recibo e fugindo ao fisco, fazer outros negócios, aparecer, ver e ser visto.
Façamos de conta que essa gente é uma gente de bem, e que está cá para servir a Festa. E façamos de conta que quem não concorda com esta gente do faz de conta não é alvo de represálias, de chantagens, de difamação…
Façamos de conta que a única associação organizada e que tem peso e voz na Festa está cá para acabar com a Festa. Façamos de conta que essa única associação, – curiosamente a única constituída por amadores, que não precisam da Festa para viverem – é unipessoal. Façamos, por isso, de conta que todos os seus associados são ignorantes, vulneráveis e manipuláveis. Façamos de conta que também os membros da direcção dessa associação são ignorantes, vulneráveis e manipuláveis e que, por isso, essa associação é a voz de uma única pessoa. E façamos de conta que essa pessoa, mais uma vez, não tem um emprego, e que por isso precisa da Festa para viver, razão pela qual se presta a todas estas intrigas que diariamente põem em causa o seu bom-nome.
Façamos de conta que a vontade de jornalistas e empresários de fundarem uma nova associação de forcados se deve à vontade de servir a Festa, e não de se servirem da Festa. Porque o interesse de um jornalista e de um empresário, como é óbvio, é defender a forcadagem, tal como o interesse de um bombeiro é defender o interesse dos polícias, ao ponto de se preocupar em fundar uma associação de uma classe a que não pertence…
Façamos de conta que o cabecilha dessa rede de interesses é uma pessoa séria.
Façamos de conta, também, que ele não está preso.
Façamos de conta que, se está preso, foi por engano, porque ele é uma vítima, e só quer servir a Festa.
Façamos de conta que ele não foi parar à prisão depois de ter sido acusado pelo Ministério Público, Tribunal de Primeira Instância, Tribunal da Relação e Supremo Tribunal de Justiça. Façamos, por isso, de conta, que as mais de 20 pessoas que analisaram o seu caso se enganaram todas…
Façamos de conta que ele não foi condenado – sim, condenado – já mais de 20 vezes.
Façamos de conta que todas as pessoas que o condenaram essas mais de 20 vezes, se enganaram todas mais de 20 vezes.
Façamos de conta que, como pessoa transparente e séria e verdadeira e honesta que é, deu a conhecer o seu cadastro, tal como apregoou aos sete ventos que foi condenado agora, por engano, por um texto que nem foi ele que escreveu…
Façamos de conta que ele não foi julgado já mais de 70 vezes.
Façamos de conta, assim, que ele está cá para servir a Festa, e não para se servir da Festa.
Façamos de conta que ele não é, na verdade, um criminoso.
Façamos de conta que ele tem um emprego, que paga impostos, que tem bens em seu nome e nada tem a esconder.
Façamos de conta que ele e os seus servos é que vão salvar a Festa e que a Festa precisa é de mais gente como ele e eles.
E façamos de conta que não andam todos com medo de verem o seu nome difamado, e por isso se apressam a ir ao beija-mão, e por isso calam, e por isso consentem…
Façamos de conta que sempre que alguém quer fazer algo para contrariar esta tendência não ouve, do outro lado, a voz do medo e da cobardia, dizendo: “não vale a pena comprares uma guerra com essa gente”.
Façamos de conta, por outro lado, que quem não vive da Festa, que quem trabalha, tem emprego, tem família, e mesmo assim decide, sem nada receber em troca, dar o seu tempo, o seu dinheiro, a sua estabilidade familiar, as suas férias, o seu bom-nome, em prol de algo que considera ser um património cultural e uma arte, não passa de um mal intencionado que só quer é protagonismo e poder.
Façamos de conta que aqueles poucos forcados, empresários, ganadeiros e aficionados (porque os há!) que pensam para além do seu umbigo e tentam fazer algo em prol da Festa, querem é protagonismo e poder.
Em suma, façamos de conta que quem faz mais do que falar, faz mal. E que quem não faz mas tenta fazer, faz mal também.
Está bem. Façamos de conta. Façamos de conta e continuemos a pactuar com esta gente. Continuemos com medo e deixemos de fazer o que é preciso e de apoiar quem realmente merece. Continuemos a enviar mensagens de solidariedade a quem foi preso por engano, mas a esquecermo-nos de ser solidários com quem tenta realmente manter a Festa, à custa de grandes sacrifícios profissionais e pessoais.
Está bem… Façamos de conta.
É que, a continuar assim, estamos só mesmo a fazer de conta que somos aficionados…
Carolina de Abreu Costa
Aficionada
Parede
Aficionada
Parede
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O REI VAI NU!
Um autor dinamarquês chamado Hans Cristian Andersen publicou, em 1837, um conto infantil, com o título “A nova roupa do imperador”. Aí se conta a história de um rei muito vaidoso, que desfilou com um fato que, dizia-se por toda a aldeia, só as pessoas inteligentes eram capazes de ver!
Obviamente que ninguém via o fato – porque o fato, na verdade, não existia – mas, com medo de passarem por burras, não ousaram dizer aquilo que todos pensavam. Mas, para azar do rei, no meio da multidão estava uma criança que, com a verdade e sinceridade que só a idade permite, gritou a viva voz: “O rei vai nu! O rei vai nu!”. E, embalada por aquele grito da criança, toda a aldeia assumiu, em uníssono, “O rei vai nu! O rei vai nu!”.
O rei, no entanto, para não dar parte fraca, prosseguiu o cortejo, cabiz baixo, dizendo: “vocês é que são todos burros! Por isso é que não vêem o meu fato!”
Mas o burro era mesmo ele…
A Carolina de Abreu Costa existe mesmo. Sou eu, moro na Parede, sou apenas aficionada. E estou a escrever estas linhas. Tal como escrevi as outras, que tanta tinta fizeram correr.
E porque fizeram correr tanta tinta?
Porque as pessoas desta nossa aldeia tauromáquica têm todas medo de dizer o que pensam. E eu fui aquele rapazinho que, simplesmente, disse o que pensava, e gritei: “o rei vai nu!”.
E agora muitos gritam “o rei vai nu!” e o Senhor Miguel Alvarenga reconforta os seus próximos, dizendo: “eles é que são todos burros”, tal como fez o rei no conto de Hans Cristian Andersen.
Não pretendo nem vou alimentar polémicas. Limitei-me a expressar a minha opinião, como muitos fazem. Disse o que pensava. Que eu saiba não é a primeira vez que vejo publicados artigos de opinião em sites taurinos e que são assinados por meros aficionados. Miguel Alvarenga, por exemplo, não faz outra coisa que não expressar opiniões, mas porque desconhece a palavra “factos”. Não percebo, por isso, o porquê de tanta indignação quando eu fiz uma vez o que ele fez mil vezes, e outros fizeram dezenas de vezes.
Esta é, por isso, a última opinião que vou divulgar, e faço-o para os aficionados, tal como fiz com a anterior, e não para o Miguel Alvarenga. Esse não muda nem nunca mudará. O que pode e deve mudar, isso sim, é a nossa atitude perante o Miguel Alvarenga e o seu séquito.
Escrevo este último artigo para que reflictamos acerca da forma como Miguel Alvarenga está, neste momento, a gritar ao povo em seu redor “não liguem, eles são todos burros, eu não estou nu, eu não estou nu!”.
Esse grito tem de ser analisado, e não pode ser ignorado, pois é o espelho claro do desespero e da falta de sustentação deste rei e do seu reinado do faz de conta, que está a vir por aí abaixo sem que ele possa fazer nada senão lançar mais boatos, nos quais já ninguém acredita. Miguel Alvarenga cimentou o seu reinado e dirige-o a partir de um castelo de cartas. Mas veio a brisa (espero que o vendaval esteja para breve!). E agora ele quer a todo o custo que a brisa pare de soprar. Mas tenta fazer parar a brisa da forma que sempre fez tudo e, portanto, os aficionados já não vão na cantiga do bandido. Já chega de comprar banha da cobra…
É importante não esquecer que Miguel Alvarenga teve, na última semana, uma oportunidade de ouro para ganhar a sua guerrinha pessoal contra José Fernando Potier. Eu também li o comunicado da ANGF, e aí se dizia claramente: mostrem a decisão do Tribunal, e a direcção da ANGF demite-se. Assim, Potier ofereceu de bandeja a Alvarenga a hipótese de este cantar vitória.
Mas Alvarenga, ao invés de, como se diz no futebol, aproveitar e marcar um golo de baliza aberta, nem sequer chutou à baliza. Não divulgou a decisão que incessantemente diz existir, não podendo assim cantar vitória nem demonstrar que Potier é um mentiroso. Ora quem é que, sendo-lhe dada uma oportunidade destas, não a aproveita? Pergunto, em face disto, não é legítimo que os aficionados pensem que o mentiroso é, afinal, Miguel Alvarenga?
E o que dizer deste “documento” que agora veio a público, emitido pelos Grupos de Forcados excluídos, e que foi prontamente divulgado? De direito e de tribunais não percebo nada, mas sei ler.
E lendo constato, desde logo, que isto não é um documento. É um comunicado que foi escrito pelos seus signatários. E traz umas alegadas citações de um alegado documento. Hoje em dia é tão fácil digitalizar um documento, não tinha custado nada e dissipavam-se as dúvidas. E mais uma vez era tão fácil, mas eles optam por fazer as coisas assim. E ficamos todos na mesma, sem saber se o documento existe.
Depois, e mesmo partindo do pressuposto que as citações são verdadeiras e que o documento existe mesmo, não posso deixar de constatar que termina da seguinte forma: “até existir uma decisão do Tribunal”. Então mas essa decisão não existia já desde a semana passada? Não se falou, escreveu e reescreveu que o juiz havia dado razão aos Grupos excluídos? Então os Grupos excluídos não tinham já vencido a guerra contra a ANGF e tinham sido readmitidos? Então há ou não há decisão? É que “até existir”, pressupõe que “não existe”. Portanto, afinal parece que não há decisão, e que o documento não existe. Eu sei ler. E isto não é nenhum documento do tribunal, e muito menos é uma decisão do tribunal. Quem foi, e é, afinal, o mentiroso? Pois…
E quando ontem foram postos em causa todos estes comportamentos, que hoje se repetiram, o que optou por fazer Miguel Alvarenga?
Escreveu um artigo verdadeiramente inqualificável, acompanhado de uma imagem ordinária, parodiando a minha opinião, e imputando-a a outra pessoa, que não identifica mas insulta.
Ora, primeiro, fui eu que escrevi o artigo, e não essa outra pessoa, seja ela quem for, embora calculo que se esteja a referir a alguém da ANGF…
Mas, segundo e mais importante, o insulto é o último argumento de quem não tem argumentos.
Senão vejamos: Miguel Alvarenga, ao invés de partir para o insulto fácil e gratuito, poderia, facilmente, ter refutado tudo aquilo que eu disse e que vem sendo dito na comunicação social. Poderia ter divulgado a decisão do Tribunal contra a ANGF, poderia ter divulgado o seu cadastro, poderia ter divulgado a sua declaração de IRS, poderia ter divulgado que bens tem em seu nome, poderia ter divulgado o que já fez pela Festa para além de escrever no Farpas, poderia ter dito em casa de quem passou férias esta semana e em troca de quê, poderia ter dito porque razão pede aos empresários para lhe pagarem a publicidade com antecedência, poderia ter dito tanta coisa. E seria tão fácil dizê-la… Porque quem não deve não teme.
Mas não fez nada disso. Aliás, fez precisamente o contrário. E escreveu ainda mais um artigo onde disse que não ia dizer nada, acabou por dizer muito, mas sem dizer nada. Porque se limitou, mais uma vez, a lançar novas suspeitas sobre a ANGF e sobre os seus dirigentes, a dizer que ganhou uma guerra, que a ANGF morreu, e que agora é que vai ser… Mas tem provas do que diz? Não tem. Por isso isto é mais do mesmo ou seja, não é nada. Ou é. É fazer de conta…
Por isso não restam dúvidas nenhumas que o rei vai nu! O rei vai nu! E o próprio rei já percebeu que vai nu… E porque mais que diga que tem um fato lindo, que só os inteligentes conseguem ver, a verdade é que não tem fato nenhum. E vai nu. E toda a gente já percebeu que ele vai nu. E mesmo aqueles que ainda não tiveram a coragem de dizer que ele vai nu, também esses, já perceberam que ele vai nu. Não é possível fazer mais de conta que ele tem um fato lindo…
Eu não conheço o Miguel Alvarenga. O que sei é que ele é um mau cidadão (está preso), e que presta um mau serviço à Festa. E eu, como aficionada, sinto-me prejudicada.
Mas engana-se quem pensa que sou prejudicada directamente pelo Miguel Alvarenga. O Miguel Alvarenga que faça o que quiser da vida dele, desde que não cometa crimes…
Porque eu sou realmente prejudicada é por aqueles que o deixam ser importante e mandar e ter voz. E foi para esses amorfos, que falam mas não fazem, que comentam, que bisbilhotam, que se escondem, que dão importância a quem a não tem, que escrevi o texto de ontem. Não quis fazer um ataque pessoal ao Miguel Alvarenga, quis foi por as coisas a nu. Quis gritar “o rei vai nu!” E gritei. Porque ele vai mesmo nu!
Por isso é também para a população desta nossa aldeia que vai o texto de hoje, e não para o seu rei nu. E eu incluo-me nessa população. Porque também eu ainda não fiz nada, ou fiz muito pouco. E é certo que posso, e por isso devo, fazer muito mais!
E se eu posso, devo e vou mudar, a aficíon portuguesa também pode e deve mudar.
É altura de assumirmos que o rei vai nu, porque ele vai mesmo nu.
Porque por mais que ele grite, berre, insulte, diga que somos burros, e que por isso é que não vemos o seu lindo fato, a verdade é que o fato não existe, e ele vai nu.
Nós somos burros, isso sim, se continuarmos a acreditar e dar eco às mentiras do rei nu.
Somos muito burros enquanto deixarmos que essa gente mande na Festa e condicione os seus agentes.
Somos e seremos burros enquanto dermos importância a quem a não tem, e não a dermos a quem a tem.
E somos e seremos mesmo os mais burros se, podendo fazer algo para preservar e melhorar esta arte e esta cultura, tão antiga e tão nossa, a deixarmos morrer. E é isso que vai acontecer se continuarmos com a postura que temos vindo a demonstrar, se continuarmos a dar ouvidos e a acreditar na propaganda do rei nu.
Pessoas como o rei nu só conseguem mandar em gente ignorante, que não pensa pela própria cabeça e que, portanto, se deixa influenciar. Queremos continuar a ser essa gente? Eu não quero!
Por isso mudemos e apoiemos quem faz e quem tenta fazer algo para melhorar a Festa.
Não pactuemos mais com o diz-que-disse, exijamos provas! Construamos, em vez de destruir! Façamos!
E não tenhamos medo de gritar, para que toda a gente oiça, que não queremos mais esta Festa comandada pelo rei nu e pelos súbditos do rei nu.
Porque, agora, acabaram-se as dúvidas: O REI VAI MESMO NU!
Carolina de Abreu Costa
Aficionada
Parede
Aficionada
Parede
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Ex.ma Srª Dª. Carolina Abreu Costa
Li com atenção o seu artigo de opinião no site Tauromania e não resisti a escrever-lhe.
Gostei da escrita do tipo “ladainhas” ou “orações das vésperas” embora pense que no estilo, teriam ficado mais completos os parágrafos com um “Amen” no fim, ou então com um “Nós estamos convosco” para os fieis repetirem reverencialmente.
Respeito as suas opiniões evidentemente – concorde ou não com elas -, e não me daria ao trabalho de me dirigir a si – não há nestas palavras “Faz de Conta” - se não tivesse notado uma certa imprecisão no que toca ás apreciações á prisão do sr. Miguel Alvarenga e sobretudo ás mensagens de solidariedade (espontâneas e não encomendadas) das pessoas de todo, mas mesmo todo o mundo do toiro, tão diferentes das pouquíssimas mensagens que tem recebido a A,N.G.F., oriundas só e exclusivamente do circulo fechado a que pertence a dita associação.
Os ganaderos, críticos, matadores de toiros, cavaleiros, emboladores, forcados (alguns bem próximos da ANGF) e simples aficcionados, manifestaram a sua solidariedade, não por não concordarem com a pena (até o Alvarenga concorda!!!), mas sim pela injustiça de se encontrarem em liberdade, assassinos, passadores de droga, burlões de milhões e milhões de euros, bandidos, etc. etc. etc… enquanto um jornalista por crime de liberdade de imprensa e por negligentemente ter faltado ao julgamento, é privado da sua liberdade.
Uma grande parte da imprensa escrita não taurina, os vários canais de televisão e a rádio, entenderam o que acabo de dizer, enquanto v. exª não entendeu, ou “FAZ DE CONTA” que não entendeu o que sinceramente não acredito. Não entendeu mesmo… e pronto…
Quanto á sua ignorância no que respeita á justiça e ás coisas do direito, será semelhante á minha, embora saiba como cidadã, que ninguém pode usar como argumento o desconhecimento da lei, porém, toda a gente sabe o que é uma providencia cautelar e os seus efeitos. È elementar srª dª Carolina…
Quanto ao seu conhecimento invulgar do mundo do toiro, tendencioso do mundo da forcadagem, e do Alvarenga em particular, leva-me a ficar feliz por haver uma senhora tão documentada sobre o assunto. Atrevo-me mesmo a dizer que parece um representante da direcção da ANGF a emitir tão convictas opiniões em defesa da Associação e contra o sr. Miguel Alvarenga.
Acabei mesmo agora de ler: “O Rei vai nu”
Por decoro e respeito não direi que v. exª vai nua, mas titularei assim os meus considerandos á sua última intervenção:
“A Rainha vai de mini-saia e decote generoso”
A Rainha vestiu em bom da “Chanell” o equipamento feminino da ANGF; o que não tem mal rigorosamente nenhum, mas essa vestimenta além de reduzida é de fibra transparente.
É evidente que uso no título a forma de metáfora tal como Hans Cristian Andersen e v. exª.
Quanto ao texto quero Chamar-lhe a atenção dos seguintes pontos:
1 – Não vi indignação de ninguém senão do M. Alvarenga (Com certeza por ser o mais visado), a propósito do seu artigo. Convenhamos… a srª não tem assim tanta importância como julga ter, ou julga o contrário?
2- Quanto á burrice dos seguidores, leitores e amigos do sr. Alvarenga, deixo-a sem resposta. Não vou por esse caminho.
Tem a certeza que todos os que concordam consigo são iluminados? Se calhar… tem.
3 – Quanto ao séquito do sr. Alvarenga, onde julgo que me inclui, gostaria de lhe dizer o que acaso não saberá. Várias vezes escrevi no “Farpas” artigos discordando e criticando o sr. Alvarenga, que ele publicou sem alterar uma virgula, e não conheço quem tenha escrito para o jornal mostrando a sua discordância ou indignação, sem ver publicadas as suas opiniões. O mesmo não sucede com outros publicações e alguns sites.
4 – Quanto aos insultos a que se refere por parte do Sr. Alvarenga respondo-lhe: “Quem não se sente etc. etc. etc.”
Já a propósito da declaração do IRS e do cadastro e demais considerandos, são na minha maneira de ver, usados completamente a despropósito. Pergunto : Porque não o fez a senhora na sua apresentação?
Não ponho em causa a sua honestidade, nem o seu passado certamente sem mácula, mas já que poucos a conhecem, ficaria pelo menos salvaguardada da imaginação de alguns que, até julgaram que v. Exª é um homem.
5 – A srº diz que não fez nada a favor da “Festa”, não concordo. A srª entrou corajosamente na discussão de um tema quente com o que isso tem de positivo. “Da discussão nasce a luz” todavia em muito do que disse não estou de acordo com o conteúdo e sobretudo com a forma, permita-me, avinagrada, e no caso do sr. Alvarenga roça métodos inquisitórios, dos tempos em que tudo servia para condenar, mesmo aquilo que nada tinha ver com a substancia da falta ou pseudo-falta…
6 – Lamento que não se tenha referido, por esquecimento com certeza, uma única vez aos dois problemas que despoletaram esta Guerra; a saber:
A – O boicote aos grupos que a associação não quer incluir no seu seio.
B – Boicote a uma Corrida importantissima do calendário taurino no Centro e Norte do país, por questões meramente pessoais. Digo eu…
Depois não se admire que haja novas Vianas do Castelo e novas Catalunhas. O polvo está aí e o povo aficcionado não entende estas guerras, como o povo de Cuba e da Arruda, por exemplo, não entende que o grupo da sua terra não possa pegar diante das suas gentes.
7 – Quem acha v. Exª que quer mandar na “Festa”, Aqueles que querem que todos os forcados sejam iguais ou aqueles que pensam serem os forcados todos iguais, mas uns mais iguais que outros, aproveitando a ideia do romance alegórico o “triunfo dos Porcos” do escritor inglês George Orwell.
8 – Palavras Suas:“Por isso mudemos e apoiemos quem faz e quem tenta fazer algo para melhorar a Festa.
Não pactuemos mais com o diz-que-disse, exijamos provas! Construamos, em vez de destruir! Façamos!”
Quanto a estas frases, estou completamente de acordo, o seu sentido das mesmas ou o meu é que pode ser diferente.
9 – Quanto ao ódio de estimação contra o sr Alvarenga não posso ajudá-la, porque também eu tenho ódios de estimação e não os consigo resolver, mas pelo que conheço dele, direi que as suas palavras, provocações ou mesmo insultos, rechaçam na couraça da indiferença do meu amigo Miguel.
Penso mesmo que o sr. Alvarenga até acha graça.
10 – Se em qualquer extracto do seu texto me pretendeu atingir, agradeço-lhe como agradeço todas criticas que me são feitas.
11 – Gostaria de lhe dizer que tenho por todos os elementos da ANGF a máxima consideração pessoal e julgo-os bem intencionados, mas nestes dois pontos base da polémica estou em total desacordo.
V.exª tem talento e sabe escrever, pode é estar confundida. Como muito mais velho nestas coisas, permita-me que lhe recomende, cuidado com as fontes de informação e influencias.
Nada mais há que bondade neste meu concelho, quer acredite ou não.
Da minha parte receba os meus cumprimentos, e seja bem-vinda a estas lides da escrita.
Acabo com a pretensão de que tome como um elogio estas palavras: V. exª apresenta um estilo de escrita com resquícios do estilo do sr. Alvarenga, por isso acredito sinceramente que vai longe…
João Cortesão
Nota: Resolvi escolher um estilo palaciano para este meu escrito, contrapondo-o voluntariamente á sua agressividade excessiva, mas também sei exprimir-me no seu registo ou mesmo noutros.