Com a devida vénia, publicamos a crónica da corrida da autoria do nosso amigo e crítico taurino António Lúcio:
Praça de Toiros de Arruda dos Vinhos – 17.08.12
Director: Rogério Jóia – Vewterinário: José Manuel Lourenço – Lotação: ¾
Cavaleiros: João Moura Caetano, Manuel Telles Bastos, Duarte Pinto
Forcados: Amadores do Ribatejo, Azambuja, Arruda dos Vinhos
Ganadarias: Palha, D.R.Telles, Pinto Barreiros, Vale Sorraia, Jorge Carvalho, S.Torcato
PINTO BARREIROS – BRAVURA-, E JORGE CARVALHO- APRESENTAÇÃO – VENCEM CONCURSO DE ARRUDA DOS VINHOS
Os toiros de Pinto Barreiros e Jorge Carvalho venceram os troféus “Bravura” e “Apresentação”, respectivamente, no Concurso de Ganadarias de Arruda dos Vinhos, numa noite marcada pela fraca prestação da generalidade dos astados a concurso. No toureio a cavalo, grande actuação de Moura Caetano frente ao quarto da ordem e uma lide de enorme mérito e poderio de Duarte Pinto ao que encerrou praça, um dos mais mansos toiros que vi lidar nos últimos anos.
Por ordem de lide saíram à arena os toiros de Palha, com o nº 194, 520kg, jabonero, e que se mostrou desinteressado da lide, manseando a buscar a defesas de tábuas; de David Ribeiro Telles, marcado com o o nº 77, 510kg, negro, bonito de tipo mas mansote apesar de ter denotado voluntariedade; de Pinto Barreiros, colorado, colaborador e disponível para as sortes, sendo bravote; de Vale Sorria, nº18 e 465kg, cárdeno escuro, dentro do tipo da ganadaria e que teve qualidade e motor; de Jorge Carvalho, nº 92, de 500kg, negro, magnífico de presença e trapio mas mansote; e de São Torcato (substituto de um de Canas Vigoroux), nº 95, 480kg, manso perdido e com reacções violentas após ferros.
João Moura Caetano andou bem ligado com o de Palha e teve recusros suficientes para lhe dar a lide adequada, rematada com dois ferros em sortes sesgadas em que teve de arriscar mais para os cravar. Seria contudo no quarto da noite, um voluntarioso Vale Sorraia, que Moura Caetano mostrou, uma vez mais, o excelente momento que atravessa e em que aos momentos de boa brega se sucederam bons ferros. Abriu com dois compridos dando vantagens, de largo, a que se seguiram quatro curtos, o último deles excelente pela forma como provocou a investid, pisou os terrenos do toiro e lhe deixou o ferro, fazendo o público levantar-se das bancadas. Desnecessários foram os dois de palmo que deixou pois nada de positivo acrescentaram à lide, depois de o toiro se ter rachado dados os inúmeros capotazos com que foi brindado pela peonagem.
Manuel Telles Bastos substituiu o primo João (internado no hospital) e cumpriu a papeleta frente aos de David R.Telles e Jorge Carvalho. Duas lides sem fugir ao seu conceito mais clássico, com ferros muitas das vezes à tira, algumas passagens em falso no primeiro, e um conjunto de três ferros curtos de muito boa nota, em sortes frontais bem executadas.
Duarte Pinto enfrentou-se com os dois toiros de Joaquim Alves: Pinto Barreiros e São Torcato. Cara e cruz também o podemos afirmar. E se frente ao bravote que venceu o troféu esteve concentrado e acertado na cravagem, com bons momentos, seria no manso e bruto sexto da ordem que, com uma enorme decisão e valor, se decidiu a colocar a carne no assador, não dando importância aos assobios do público que não queria que lidasse o toiro – era manso, não era cego!-, e assinou um importante triunfo. Triunfo porque arriscou a pele; triunfo porque conseguiu ferros de enorme mérito; triunfo porque mostrou que os mansos também se lidam e que a frase espanhola «a los toros hay que poderles» fazia ali todo o sentido e o seu intérprete era ele, Duarte Pinto. Mérito enorme na forma como cravou os ferros, como aguentou cargas violentas do toiro em perseguição ao cavalo.
Os Forcados do Ribatejo pegaram por intermédio de João António (1ª) e Pedro Coelho (1ª), enquanto que os de Azambuja consumaram por intermédio de Vinicius Campos (1ª) e Pedro Belbute (1ª) e os de Arruda dos Vinhos através de António Santos (2ª) e Fábio Correia a sesgo a emendar Tiago Carreira que foi desfeiteado por 3 vezes.
Magnífica direcção de corrida a cargo de Rogério Jóia que soube interpretar o que se passava na arena e premiou justamente o mérito do que os artistas faziam frente aos toiros, e do veterinário José Manuel Lourenço (muito bem ao não terem devolvido o manso e impossível sexto da ordem).
O júri dos prémios “Bravura” e “Apresentação” foi composto por António Vasco Lucas, João Mascarenhas, António Lúcio, Tertúlia O Piriquita e empresa Tauroleve.
Texto: barreiradesombra.blogs.sapo.pt
Cavaleiros: João Moura Caetano, Manuel Telles Bastos, Duarte Pinto
Forcados: Amadores do Ribatejo, Azambuja, Arruda dos Vinhos
Ganadarias: Palha, D.R.Telles, Pinto Barreiros, Vale Sorraia, Jorge Carvalho, S.Torcato
PINTO BARREIROS – BRAVURA-, E JORGE CARVALHO- APRESENTAÇÃO – VENCEM CONCURSO DE ARRUDA DOS VINHOS
Os toiros de Pinto Barreiros e Jorge Carvalho venceram os troféus “Bravura” e “Apresentação”, respectivamente, no Concurso de Ganadarias de Arruda dos Vinhos, numa noite marcada pela fraca prestação da generalidade dos astados a concurso. No toureio a cavalo, grande actuação de Moura Caetano frente ao quarto da ordem e uma lide de enorme mérito e poderio de Duarte Pinto ao que encerrou praça, um dos mais mansos toiros que vi lidar nos últimos anos.
Por ordem de lide saíram à arena os toiros de Palha, com o nº 194, 520kg, jabonero, e que se mostrou desinteressado da lide, manseando a buscar a defesas de tábuas; de David Ribeiro Telles, marcado com o o nº 77, 510kg, negro, bonito de tipo mas mansote apesar de ter denotado voluntariedade; de Pinto Barreiros, colorado, colaborador e disponível para as sortes, sendo bravote; de Vale Sorria, nº18 e 465kg, cárdeno escuro, dentro do tipo da ganadaria e que teve qualidade e motor; de Jorge Carvalho, nº 92, de 500kg, negro, magnífico de presença e trapio mas mansote; e de São Torcato (substituto de um de Canas Vigoroux), nº 95, 480kg, manso perdido e com reacções violentas após ferros.
João Moura Caetano andou bem ligado com o de Palha e teve recusros suficientes para lhe dar a lide adequada, rematada com dois ferros em sortes sesgadas em que teve de arriscar mais para os cravar. Seria contudo no quarto da noite, um voluntarioso Vale Sorraia, que Moura Caetano mostrou, uma vez mais, o excelente momento que atravessa e em que aos momentos de boa brega se sucederam bons ferros. Abriu com dois compridos dando vantagens, de largo, a que se seguiram quatro curtos, o último deles excelente pela forma como provocou a investid, pisou os terrenos do toiro e lhe deixou o ferro, fazendo o público levantar-se das bancadas. Desnecessários foram os dois de palmo que deixou pois nada de positivo acrescentaram à lide, depois de o toiro se ter rachado dados os inúmeros capotazos com que foi brindado pela peonagem.
Manuel Telles Bastos substituiu o primo João (internado no hospital) e cumpriu a papeleta frente aos de David R.Telles e Jorge Carvalho. Duas lides sem fugir ao seu conceito mais clássico, com ferros muitas das vezes à tira, algumas passagens em falso no primeiro, e um conjunto de três ferros curtos de muito boa nota, em sortes frontais bem executadas.
Duarte Pinto enfrentou-se com os dois toiros de Joaquim Alves: Pinto Barreiros e São Torcato. Cara e cruz também o podemos afirmar. E se frente ao bravote que venceu o troféu esteve concentrado e acertado na cravagem, com bons momentos, seria no manso e bruto sexto da ordem que, com uma enorme decisão e valor, se decidiu a colocar a carne no assador, não dando importância aos assobios do público que não queria que lidasse o toiro – era manso, não era cego!-, e assinou um importante triunfo. Triunfo porque arriscou a pele; triunfo porque conseguiu ferros de enorme mérito; triunfo porque mostrou que os mansos também se lidam e que a frase espanhola «a los toros hay que poderles» fazia ali todo o sentido e o seu intérprete era ele, Duarte Pinto. Mérito enorme na forma como cravou os ferros, como aguentou cargas violentas do toiro em perseguição ao cavalo.
Os Forcados do Ribatejo pegaram por intermédio de João António (1ª) e Pedro Coelho (1ª), enquanto que os de Azambuja consumaram por intermédio de Vinicius Campos (1ª) e Pedro Belbute (1ª) e os de Arruda dos Vinhos através de António Santos (2ª) e Fábio Correia a sesgo a emendar Tiago Carreira que foi desfeiteado por 3 vezes.
Magnífica direcção de corrida a cargo de Rogério Jóia que soube interpretar o que se passava na arena e premiou justamente o mérito do que os artistas faziam frente aos toiros, e do veterinário José Manuel Lourenço (muito bem ao não terem devolvido o manso e impossível sexto da ordem).
O júri dos prémios “Bravura” e “Apresentação” foi composto por António Vasco Lucas, João Mascarenhas, António Lúcio, Tertúlia O Piriquita e empresa Tauroleve.
Texto: barreiradesombra.blogs.sapo.pt