Dia 13 de outubro, os taurinos, deram valente bofetada, de luva branca, aos anti-taurinos, os persistentes "Quixotes". A SRUCP, toureiros, forcados, ganaderos, autoridades tauromáquicas,o cornetim, pessoal dos curros e de arena, a banda, enfim, todos colaboraram graciosamente num evento com objectivos humanitários. Angariar fundos para que a fundação de solidariedade social L.VIDA, pudesse continuar a prestar assistência a uma zona de Moçambique onde a fome se faz sentir intensamente.
A ideia do evento partiu de Helena Ribeiro Telles, Presidente da Fundação L.Vida. Sem ser essa a finalidade, serviu no entanto, para se avaliar a boa formação da FAMÍLIA TELLES, os seus bons sentimentos. Conhecendo bem o seu patriarca, foi grande satisfação verificar que as suas qualidades perduravam em toda a sua descendência. Helena, António,Manuel e João Ribeiro Telles, seus filhos e seus netos, em boas maneiras e sentimentos, mostrarm-se à sua altura.
O prestígio de que desfruta o nome Ribeiro Telles, encontrou eco na pronta disponibilidade de Ruiz Miguel, toureiro espanhol de invulgar carreira. Mostrando o prazer com que colaborava num projecto solidário, não contente com a primeira actuação, dispôs-se a tourear mais um ( OLÉ!). Vítor Mendes nome grande da nossa Tauromaquia, sempre presente em acções deste tipo e Pedrito de Portugal, deram concretização ao projecto. O público, quase esgotando a praça, compensou bem todo o esforço feito:CONSEGUIU-SE GANHO SUFICIENTE PARA, DURANTE 24 MESES; ALIMENTAR 250 CRIANÇAS DE MOÇAMBIQUE.
Bastava este facto anunciado aos microfones para TODOS -assistentes e artistas saírem satisfeitos e orgulhosos do que tinham feito, mas foi um espectáculo calmo e agradável o que também ajudou. Assistiu-se até a mais um pormenor sensibilizante. Quando João Ribeiro Telles foi convidado pelo filho a cravar um ferro. Bom bonito de ver. Para mais o ferro foi bem cravado. À antiga.
Ora enquanto tudo isto se processava, em frente à praça de toiros, a turba do costume provocava e insultava quem se dirigia ao espectáculo, apesar deste ter uma finalidade beneficente. Estarão os animais acima dos humanos? Pode não se acudir ao sofrimento de crianças para se evitar o sofrimento dos toiros? ( sofrimento de que falaremos noutra ocasião e que é mais imaginado que real).
O sucesso do espectáculo foi uma autêntica bofetada de luva branca para esses irresponsáveis e praguejantes "Quixotes". Embora sem muita esperança, espero que tenham aprendido alguma coisa com este exemplo. Pelo menos a não serem tal agressivos e mal criados.
Carlos Patrício Álvares (Chaubet)