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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cartaxo: Paulo Pessoa quebra o silêncio e "parte a loiça"!


 Paulo Pessoa de Carvalho

Do empresário Paulo Pessoa de Carvalho recebemos esta carta sobre a polémica adjudicação da praça do Cartaxo e da tão falada data do dia 01 de Novembro: 

Cronologia / esclarecimento da situação do assunto Praça de Toiros



Desde 1 de Novembro 2007 que tenho a gestão da Praça de Toiros do Cartaxo.

Logo após essa primeira corrida e o seu fantástico resultado, ficou decidido com a CMC que continuaríamos a nossa relação e que seria tratado de forma natural o processo de adjudicação da praça.

Não sei porquê e até hoje não percebi mesmo como me vi neste filme e o deixei arrastar desta forma, as adjudicações foram sendo feitas ao ano.
Após 2009 e as eleições autárquicas, em conversa com o Presidente e manifestando a minha preocupação em fazer um trabalho limitado devido à ausência de estabilidade na garantia de prazo na gestão da praça, combinou-se que seria efectuado um concurso para adjudicação durante o tempo do mandato, o que fazia todo o sentido, fosse qual fosse o executivo, fosse qual fosse o empresário.

As razões para que isto até ao dia de hoje não estivesse resolvido foram várias, não vou sequer qualificar a operacionalidade e competência da autarquia porque nem vale a pena, as trocas de correspondência, os inúmeros e-mails e telefonemas, etc, o que tenho que dizer é que a CMC sempre soube a forma como levei o meu trabalho, sempre soube como me empenhei pelo sucesso do que ali fiz, sempre soube da frontalidade com que trato os assuntos e sempre soube como cumpri o que disse.

O que se passou de conversas, de compromissos comuns entre mim e a CMC, os projectos que estavam traçados, uma série de situações bem concretas e que poderia aqui desenvolver mas não o quero fazer para já, pura e simplesmente caíram por terra e de um dia para o outro e sem qualquer explicação lógica. A CMC decide esquecer o PPC, deliberando em sessão de câmara, que para a data de 1 de Novembro de 2011, seriam convidadas três empresas, excluindo a minha.

Tento perceber o que se passa, não atendem telefones, fogem cobardemente de dar a cara, mentem em telefonemas e mensagens escritas, etc., até que consigo falar com o presidente (que bem ou mal é quem acaba por dar sempre a cara), o qual me diz que houve aqui um grave equívoco e que me irá esclarecer brevemente sobre o sucedido (falei com ele na CMC a 26 de Setembro).
Até dia 14 de Outubro não tive resposta conclusiva de nada e esperei para perceber o que se passava, sendo óbvio que no mínimo teria que estar em condições de igualdade com outros candidatos, uma vez que não houve o natural reconhecimento mais que merecido do meu trabalho, agora o que não podia aceitar era não ser convidado o que era uma verdadeira desonestidade, uma mentira e uma traição, que não poderia admitir.

Se houve falhas teriam que as dizer cara a cara, quando falo e pergunto o que se passa está tudo bem, reconhecem que fiz um bom trabalho e que não falhei em nada, então, o que é que está a acontecer?
Insisto que cara a cara sempre foi dito que não há qualquer situação a apontar, reconhecendo o meu trabalho e as minhas competências, dizem que o que sucedeu foi um erro e uma falha, então estavam à espera de quê para me pedir desculpa e para se retratarem?

Só havia dois caminhos a seguir para alguém com princípios, ética e palavra:

- Assumir o erro que fizeram ao ignorarem-me e corrigi-lo
- Contarem-me as verdades que não sei e terem coragem de as assumir, serem homens
 Fui na 4ª feira dia 12 de Outubro ao início da noite, convocado para uma reunião com o Presidente no dia 14 sexta-feira às 14h na CMC. Soube então, que a CMC queria ouvir mais empresas além das três que tinha deliberado em sessão de Câmara de 13 de Setembro, onde a minha se incluía.
Queriam saber qual a proposta que eu teria para apresentar para dar a corrida do dia 1 de Novembro no Cartaxo, ao que respondi que nesta altura pelas razões mais que óbvias, não estava na disposição de apresentar proposta, mas mesmo assim, disponibilizei-me para caso fosse necessário garantir que a corrida do dia 1 de Novembro não ficaria por dar, pois após 4 anos com o meu nome ligado à praça e sempre ali ter feito um trabalho digno e sério, não queria que tamanha falha acontecesse.
Para sair, sempre ouvi que se sai pela porta grande e era isso que eu queria, se bem que o que me apetecia ou o que era de facto merecido, deveria ser bem diferente. Mas entendo que a festa de toiros não poderia ser uma vez mais penalizada e nunca num local ao qual o meu nome estivesse associado.
 Foi-me dito que hoje dia 18 de Outubro terça-feira, seria tomada uma decisão final sobre esta história de terror. Após ter conhecimento do seu desfecho entendi que queria publicar esta carta, que vem sendo adiada há cerca de duas semanas.

Isto que acabei de dizer é a cronologia dos acontecimentos.

Faço aqui agora a minha análise e juízo de valores sobre todo este processo, pois como é hábito infelizmente, sobre este assunto já se disseram uma série de disparates e inverdades.

Os OCS não podem esperar que se venham dar explicações cada vez que se envia um e-mail ou se faz um telefonema, isto não é um big-brother com câmaras de filmar a viver cada segundo de uma história sem conteúdo. Isto é sério mas não tanto como o OGE ou como o futuro das nossas famílias!

Alguns OCS insistem em falar sem me consultar, tirando conclusões e fazendo análises e conjecturas infundadas, tenho pena mas a partir de agora, ficam a saber a verdade dos factos e o que penso sobre todo este assunto, dito pela minha boca (ou escrito pela minha mão) e já não publicam mais conjecturas especulativas, tipo totoloto, nem fazem diagnósticos e prognósticos disparatados.

1º - Quem falhou neste processo de forma vergonhosa foi a CMC, ignorou-me e ainda hoje não sei exactamente quais as razões, pois não me foram capazes de dar uma resposta concreta

2º - Quanto aos meus colegas (as três primeiras empresas convidadas) falei com eles, sei que houve convites aos três (aprovado na sessão de câmara de 13 de Setembro) e manifestei a cada um deles o meu desagrado do que se estava a passar, não por haver concorrência, mas pela forma vergonhosa como a CMC estava a conduzir o processo e pedi a cada um que tivesse isso presente, pois estas situações são más para todos e não as podemos tolerar. Dois manifestaram-me claramente a sua posição, outro nem tanto, fiquei sem perceber o que é que se passava na cabeça dele e quando não percebo desconfio …

3º - O Cartaxo é uma praça com muito pouco interesse comercial e o meu interesse neste momento é muito relativo. Se tivesse percebido que não havia uma atitude séria por parte da CMC, nunca teria aceitado pagar aquilo que paguei até hoje, nem tinha estado estupidamente como estive e assumo-o, a investir numa terra e numa relação que sei que poderia ter sido muito boa para todos se por acaso o previsto tivesse acontecido. Se hoje ainda estou a falar sobre o assunto, reafirmo que não é pelo interesse do negócio, mas sim pela “honra ferida”. Não quero ser dramático, mas quero ser verdadeiro e para isso temos que ser coerentes nas palavras e nos actos …., não sou parvo, não me queiram fazer de parvo que não gosto e é feio.
 4º - Para concluir resta-me dizer que é inqualificável no pior sentido, a atitude tida pela CMC. Com esta derrapagem temporal e forma de conduta desastrosa do processo, a CMC acaba por ter uma gestão danosa deste assunto, penalizando-se a si quer em imagem quer financeiramente, bem como a quem com ela possa trabalhar, sendo que em concreto e por tarde e a más horas ter acordado para este assunto penalizou a imagem para o Município e as suas contas.
São infelizmente bastantes, aqueles que se pautam por tomadas de decisões geridas ao dia, sem estratégia e sempre esperando a conveniência do momento para as tomar.

Lamento que com os factos conhecidos hoje por todos, mas já há alguns dias pelos restantes intervenientes no processo, ainda se alimentem este tipo de comportamentos, esquecendo a ética e os princípios …

PPC