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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Caso Albufeira: João Cortesão responde a aficionado que lançou críticas sobre artigo publicado no "sortesdegaiola"



Vª Exª escreveu uma carta correcta, dirigida ao nosso director, mas porque sou o único visado, sou eu que vou responder ponto por ponto.
Aproveito para agradecer ás dezenas de leitores que manifestaram a sua concordância e o seu apoio.




“Exmº Director do www.sortesdegaiola.blogspot.com

1 - Aceito as regras da direcção do ora identificado como “Sortes de Gaiola”, V/Exª é livre de publicar ou não, aquilo que me vai na alma.

R – Quem nos conhece sabe bem que publicamos sempre as críticas que nos são feitas.

2 - Li com atenção a crónica e a crítica, publicada acerca da Corrida TV, realizada em Albufeira em 2012-08-08. Concordei e discordei de alguns comentários, percebi alguma malvadez, e muito servilismo nalgumas afirmações, mas como conheço alguma coisa destes meandros, dei pouca importância e entendi tudo como “mais do mesmo”.

R – Sou a informar que malvadez não é sinónimo de humor, quanto ao servilismo, ao ler a sua carta, vê-se que o senhor sabe o que é…


3 - Não fora o facto do “Sortes de Gaiola”, voltar hoje (2012-14-08) ao assunto, para mim e depois de um fim-de-semana tão intenso em corridas e crónicas, o tema e a concordância /discordância estariam para mim ultrapassadas.

Permito-me fazer os seguintes comentários que desde já reconheço, V/Exª tem todo o direito de publicar ou não, uma coisa fica registada, eu não me chamo “Solange Pinto”, e não vou alimentar o triste espectáculo que o Sr. Cortesão (com falta de cortesia alimentou com a sua colega).

R – O caso dessa senhora não é para aqui chamado, tratei-o na altura própria como achei que o devia fazer. Mas ainda assim, dir-lhe-ei que, reajo sempre assim, como talvez saiba, sempre que me julgo traído ou atacado de forma incorrecta o que não é o seu caso.


4 - Os prémios às melhores lides a cavalo a pé e às melhores pegas, sempre existiram e são um aliciante extra, que mobiliza aficionados a frequentar as nossas praças de toiros. “ na boca do Sr. Cortesão são uma merda” . Eu discordo.


R – Aqui não coincidem as nossas opiniões. Que eu me lembre, só havia dois prémios. A barra de ouro em Montemor disputado entre o Grupo da terra e o Grupo de Santarém, e a Espora de prata para os cavaleiros amadores igualmente em Montemor.
Repito o que disse “Os prémios, são uma merda sem sentido”, porque enquanto não houver critérios e itens a ser pontuados como na Ginástica ou patinagem artística, tudo é subjectivo.


5 - Frequento mais praças espanholas, do que portuguesas, em todas as grandes feiras taurinas, são disputadíssimos os mais variados troféus. Não consigo perceber a origem da afirmação do Sr. Cortesão, “ em Espanha não se disputam prémios”.


R – Meu caro Senhor, se frequenta praças Espanholas, como diz e não duvido dessa sua afirmação, tem andado distraído, diga-me uma corrida ou apresente um cartel em que esses prémios estejam anunciados. O que acontece é serem atribuídos prémios, por tertúlias, por restaurantes, por instituições etc. dias depois da corrida e ás vezes no fim da temporada, e se como diz conhece os meandros saberá o trabalho que muitas vezes têm ( nem sempre felizmente) os apoderados…

Lembro-lhe uma história que já contei em tempos: Há muitos anos havia um toureiro que queria á fina força ganhar um prémio depois de pedir aos falecidos Xico Carreira e Nuno Salvação Barreto, para lhe organizarem jantares de homenagem. Por fim há falta de mais, esses dois estupendos aficionados entregaram ao toureiro o prémio “Putas do Bairro Alto” entregue pela mais conhecida meretriz do respectivo bairro, á época.


6 - Gostava de perceber (segundo o Sr Cortesão) o que são, a ornamentação das vitrinas dos nossos ilustres toureiros, Victor Mendes, João Moura e João Cortes.

R – Esses prémios que o Sr. vê em casa dessas pessoas, dizem respeito ao que disse no ponto Nº 6.

7 - A história do padre e do sacristão, “metáfora segundo o Sr. Cortesão”, traz-me á memória outra metáfora, “a do Jornalista e a do jornaleiro”, uns escrevem segundo a sua intuição e marcam um estilo, outros escrevem à jorna, à linha e tal como qualquer asno, de acordo com a ração que recebem.

R – Não me sinto atingido, mas é a sua opinião… Se há alguém que tenta sempre arranjar argumentos para valorizar todos os toureiros, sou eu. Quanto á metáfora, a minha tem graça mas a sua nem por isso, direi mesmo que é avinagrada…

8 - Atribuição dos prémios em Albufeira – O Sr. Cortesão faz uma série de comentários depreciativos, chegando a invocar gravidade dos factos, no relato das lides, premeia todos sem deixar transparecer quem devia ser premiado. Parece a Srª D. Rebimbas, dá flores a toda a gente. O Sr. José luís Cochicho, e o Sr. Virgílio Palma Fialho, Membros do Júri, decerto não perderão tempo a comentar estes incidentes, mas eu Emílio Vidigal, um forcado igual aos mais vulgares que pisaram as arenas, sinto-me orgulhoso de ter partilhado o Júri com tão ilustres figuras.


R – A comparação com a Srª Dª Rebimbas das flores tem graça, tanto eu como os meus filhos fartámo-nos de rir, e até aproveito para agradecer o facto de me comparar com uma pessoa bem intencionada.


Sou amigo de José Luís Cochicho e de Virgílio Palma Fialho, e os dois compreendem ainda que não estejam de acord, a minha posição, porque sabem conviver com as críticas.

Quanto ao facto de não dizer a quem devia ser entregue o prémio, não disse mas digo agora: Luís Rouxinol, ou João Moura Caetano, ou Sónia Matias que toureou um manso perdido com toda a seriedade, sem atribuir a esse toiro outro problema que não a mansidão…
A propósito saberá o Sr. explicar porque toureou Tito Semedo no fim da corrida e não no principio da segunda parte como é normal ???

10 - As dúvidas do Júri, desvaneceram-se após a lide do sexto toiro. Até ali, Luís Rouxinol e Felipe Redondo eram os vencedores. Após a lide de Tito Semedo, depois de três intensas horas de corrida, ainda estavam preenchidos mais de três quartos de praça, (deve ter sido nessa altura que o Sr. Cortesão ligou o televisor) ouviu-se a maior ovação da noite, que premiava uma actuação sem ferros descaídos nem passagens em falso. (Luís Rouxinol com uma grande actuação tinha registado uma passagem em falso e cravado um ferro ligeiramente descaído. Joel Zambujeiro, jovem cabo do Grupo de Cascais, efectua uma pega, que foi um verdadeiro hino á arte de pegar toiros, foram evidentes na execução os três tempos do toureio - Parar – Templar e Mandar.

R – Para sua informação, tinha a televisão ligada e vi a xaropada de princípio ao fim, ainda que por vezes com manifesto sacrifício…

Se como diz, foi a seguir á tal ovação que o sr. decidiu, pode bem ter sido o barulho que o perturbou…
Se os prémios fossem em função das ovações, Joaquim Bastinhas tinha ganho muito mais do que aqueles que ganhou.
Quanto á pega de Joel Zambujeiro estou de acordo consigo, mas, voltando á metáfora de que não gostou, dir-lhe-ei : "saiu natural e sériamente a vespa ao sacristão".
De Luís Rouxinol, direi somente que equacionando os itens mais importantes que devem ser tomados em conta na avaliação - arranjo dos cavalos, verdade do toureio, correção da viagem, emoção, temple, remate das sortes, técnica, momento da reunião e cravagem -, repito respeitando estes itens não havia a mínima dúvida para ninguém, senão para quem vê numa passagem em falso e num ferro descaído, motivos superiores de desvalorização em função de tudo o resto bem feito.

11 - O forcado Felipe Redondo, tinha efectuado uma pega muito rija e a um toiro difícil, mas o primeiro tempo parar e falar com o touro não foi marcado, tendo sido efectuado com auxílio do cabo e do peão de serviço. Refiro-me aos tempos do toureio, porque tive a honra de integrar o primeiro grupo de forcados que pisou a arena da Praça México. No dia seguinte um Jornalista de um periódico taurino, registava “ Los Forcados Lenharam lá México”.
Pegar toros es igual que torear, ay que Parar Templar e Mandar”.

R – Quanto ao facto de pisar a Praça México, dou-lhe os meus parabéns, quanto á pega já respondi.

12 - Segundo o Sr. Cortesão, Público – Três quartos de casa á vista, eu estive lá, vi as bancadas preenchidas, e tive a confirmação de que ficaram na bilheteira cerca de 200 bilhetes.

Para outras praças o Sr. Cortesão utiliza outro tipo de expressão, por exemplo: “Campo Pequeno, Corrida do Correio da Manhã”, bilhetes 2 em 1, O Sr. Cortesão relata “pouco público” , estavam 1200 pessoas na praça, deduzindo as ofertas a forcados e outros intervenientes devem ter sido vendidos 500 bilhetes.

R – Três quartos de casa foi o que me pareceu… mas posso estar enganado…
Quanto a outra corrida a que se refere, e que não sei porque é para aqui chamada, só não entende quem não quer. Praça esgotada é uma coisa, meia praça é outra, um quarto de casa é ainda diferente e pouca gente é pouca gente… Mesmo assim direi que há da sua parte um enorme exgero. Mas enfim, o sr. também não estava lá, a televisão não transmitiu, e limitou-se a tocar música de ouvido…

13 - Termino como comecei, só o facto do “Sortes de Gaiola” ter voltado ao assunto me levou a tecer estes comentários.
Devo dizer que considero pior a “emenda que o soneto”. Se a crónica já de si era uma falta de respeito, pelo Júri, pela Monumental de Albufeira (Dor de corno) e pelo Empresário, Ganadero e Matador de Toiros “Fernando dos Santos”, a carta ao Sr. Tito Semedo é um compêndio de servilismo, falta de nobreza e um acto de verdadeiro jornaleiro.

R – Da sua carta depreende-se, que não entendeu a maior parte do que escrevi, depreende-se igualmente que esteve por dentro do que se passou nos meandros dessa corrida mas não disse tudo. Ao dizer que tenho dor de corno, não está a pensar ou então não pensa mesmo... Acaso eu queria ser júri a 500 km de distância? Acaso tenho inveja de Fernando dos Santos ??? Se não sabe, vou-lhe dizer: Fui dos poucos que defendi o Fernando dos Santos quando todos o atacaram no Campo Pequeno. Lembra-se disso??? De que lado estava nessa altura???

Sr. Vidigal quero dizer-lhe, que neste ponto a que estou a responder, teve V. Exª o seu grande momento de Humor… teve mais graça ainda que na comparação que me faz com a Senhora das flores…

Diz ainda que a carta que escrevi a Tito Semedo é um compêndio de servilismo, mas em quê??? É servilismo pedir desculpa ao cavaleiro, se acaso este se sentiu ofendido ???
Pensa que me move algo contra Tito Semedo ??? Pergunte-lhe a ele se não o apoiei sempre?
Pense nisto Sr. Vidigal: “Eu nem me referi ao facto escandaloso do 1º toiro de “Tito Semedo” ( como outros fizeram), que na opinião da maioria, o único problema que tinha era ser manso, e que se o toureiro toureasse o sobrero por deferência da empresa, devia sair fora do prémio … Mais acrescento que se tem dúvidas do que eu digo, consulte o relatório do veterinário e do director dessa corrida.

Servilismo, pode ser satisfazer caprichos de gente mimada… nem que para isso tenha que se dizer ou fazer o que não se sente…

Sabe meu caro Senhor, eu não vivo no Algarve nem passo nem nunca passei aí férias, e só vou aí aos toiros uma vez por ano, quando muito…

14 - Com os meus cumprimentos Sr. Director António Costa, o tempo tudo cura, e o rico leque de colaboradores que o “Sortes de Gaiola “, tem, decerto que vai fazer esquecer este incidente, na minha opinião infeliz do Sr. Cortesão.


Emilio Vidigal

R – Com os meus cumprimentos Sr. Emilio Vidigal, não quero terminar sem lhe recordar que as suas criticas caíram pela base quase na totalidade, e quanto aos epítetos que me pôs, aceito-os humildemente, ainda que os julgue infundados e injustos.

Lamento o facto de o Tito Semedo, que é uma pessoa excelente e um toureiro sério, acabe por ser hoje mais uma vez beliscado com verdades, que bem podiam ter ficado na sombra.

Como diz o senhor e bem, “o tempo tudo cura”, e acrescento eu: “como se trata de uma praia, pode ser que para o ano os critérios sejam mais apertadinhos… “


João Cortesão

Nota: Obrigado pela ideia da Dª Rebimbas, porque doutra maneira não sabia como ilustrar esta carta.

Foto:D.R.